Portas Abertas • 07 set 2022
Data celebra ações e presença de mais de 10 milhões de cristãos no Brasil
Em julho de 2022, foi aprovada no Senado brasileiro uma lei que determina uma nova data comemorativa, o Dia Nacional do Cristão. A ação busca contemplar os 80% de brasileiros que se declaram cristãos e reconhecer a participação do cristianismo em ações sociais, nos princípios da nação e na sociedade como um todo.
A lei sancionada em julho de 2022 prevê que todo primeiro domingo de junho seja o Dia Nacional do Cristão. Portanto, o primeiro Dia Nacional do Cristão acontecerá no dia 4 de junho de 2023. Algumas possíveis formas de celebrar essa data são cultos, encontros de oração e mutirões de doação de alimentos, entre outras ações de assistência social.
Cristãos de várias denominações são conhecidos pela organização de escolas e universidades, creches, abrigos, asilos e outras instituições relevantes para educação, bem-estar social e solidariedade no país. Bazares, mutirões de doação e eventos gratuitos para comemorações em comunidades carentes também são algumas das ações da igreja brasileira.
Cristã voluntária da Cristolândia orando com jovem usuário de drogas (imagem: Divulgação JMN)
Alguns dos projetos mais conhecidos são a Cristolândia, que resgata usuários de drogas da região da Cracolândia em São Paulo; as igrejas evangélicas nas periferias do Rio de Janeiro que também são locais de transformação para a população rodeada pelo mundo do crime; e os tapetes de rua de Corpus Christi que mobilizam o turismo e a população a fazer verdadeiras obras de arte como parte da cultura cristã.
Não há perseguição aos cristãos no Brasil hoje. Uma prova disso é que há um dia em que os cristãos podem comemorar de maneira especial o fato de seguir a Jesus, o Dia Nacional do Cristão. Há liberdade para professar a fé, realizar cultos, compartilhar as boas novas em evangelismos, ter um trabalho com carteira assinada e a possibilidade de trabalhar até mesmo na política.
Seguir a Jesus naturalmente envolve certo desconforto, pois aqueles que ainda não foram alcançados pela graça de Jesus não compreendem o perdão, a obediência e a confiança em Cristo que transformam a vida do cristão.
No entanto, é inadequado dizer que o Brasil enfrenta perseguição, quando irmãos na fé são demitidos, despejados de casa, presos e torturados por seguir a Jesus em outros lugares do mundo. Apesar de gestos de intolerância religiosa em redes sociais e universidades brasileiras, as ações são julgadas e punidas se necessário.
Em países como o Catar, os cristãos nativos precisam manter a fé em segredo, pois correm risco de discriminação, assédio e vigilância policial
Já em mais de 70 países monitorados pela Portas Abertas, mais de 360 milhões de cristãos não podem se reunir em cultos, perdem a cidadania, são sequestrados e podem morrer porque a própria família ou os governantes não respeitam a fé deles em Jesus. O Estado não protege e, ao contrário disso, em muitos países, contribui para a perseguição aos cristãos; muitos apoiam grupos extremistas e deixam ataques e violações da liberdade religiosa impunes, muito diferente da realidade brasileira.
A história geral do Brasil afirma que os primeiros cristãos a chegar no Brasil foram os católicos portugueses que organizaram catequeses e as primeiras missas no século 16. Quase três séculos depois, entre 1835 e 1860, chegaram as denominações protestantes, que fundaram as primeiras igrejas no Brasil. No século 20, cresceram as igrejas pentecostais. Entre os séculos 16 e 17, os católicos, que eram vinculados ao Estado, perseguiram cristãos de outras denominações, sob alegação de que eram hereges.
A Igreja Luterana em Domingos Martins no Espírito Santo é uma das igrejas protestantes mais antigas do Brasil (imagem: Prefeitura de Domingos Martins)
Porém, desde que o Brasil se tornou um Estado laico, em 1890, a situação se abrandou até chegar ao cenário atual, que ainda tem discussões e estranhamentos, mas sem prisões, discriminação e outras ações que caracterizam a perseguição religiosa. A liberdade religiosa é uma questão que precisa de melhorias, mas que já teve grandes avanços. O artigo nº 1 da Constituição de 1997 afirma que a discriminação por cor, etnia, gênero ou religião é crime. Isso garante que pessoas não percam o emprego, sejam mortas, presas ou constrangidas por sua religião.
Referências
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