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Cristãos expatriados são relativamente livres para cultuar. Entretanto, os lugares registrados para culto são muito pequenos para o número de pessoas que se reúne e isso pode levar a tensão entre os diferentes grupos cristãos. Obter uma propriedade para os cultos é extremamente difícil, embora reuniões informais possam ocorrer. Além disso, proselitismo de qualquer forma é estritamente proibido e leva a expulsão do país.
Convertidos do islamismo suportam o peso da perseguição enquanto enfrentam pressão de membros da família e da comunidade local para abandonarem a fé cristã. Eles estão expostos a discriminação, assédio, monitoramento de suas atividades pela polícia e intimidação de grupos de vigilantes. Além disso, a conversão do islamismo para outra fé não é reconhecida oficialmente e provavelmente levará a problemas legais no status pessoal e questões de propriedade.
Muçulmanos expatriados que se convertem ao cristianismo experimentam pressão similar àquela existente em seus países de origem, pois, muitas vezes, vivem com suas próprias comunidades nacionais ou étnicas. Por causa das consequências potencialmente severas, é quase impossível para convertidos revelarem sua conversão – por isso, dificilmente há relatos de cristãos mortos ou feridos por sua fé.
YACOUB, CRISTÃO PERSEGUIDO NA PENÍNSULA ARÁBICA
Muitas domésticas estrangeiras no Kuwait são cristãs. Isso é significativo em um país onde a população estrangeira é maior do que a população nativa. De acordo com delegados kuwaitianos que participaram de uma análise do Comitê para Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW, da sigla em inglês) em 2017, o tratamento de saúde de trabalhadores migrantes, inclusive devido a abuso sexual, é um problema principal.
Um especialista do país comenta que essas mulheres correm um “alto risco de abuso e assédio sexual”. As estatísticas sobre a questão são escassas, pois empregadores de domésticas abusadas ou responsáveis pelos abusos não têm interesse em relatar. As próprias domésticas são muitas vezes envergonhadas por causa do abuso e não querem ser vistas como “sujas” no Kuwait ou pela própria família.
De acordo com a organização não governamental Chatam House, a aprovação de uma nova lei de proteção familiar é “um grande passo para um país que tem sofrido altos níveis de abuso doméstico”. Entretanto, é preciso tempo para ver quão efetiva a implementação dessa lei será na prática.
Mulheres convertidas kuwaitianas encontrarão severa perseguição familiar para rejeitarem a nova fé. Elas podem ser colocadas sob prisão domiciliar, pressionadas a casar com um muçulmano ou assediadas sexualmente, embora não haja casos relatados de casamento forçado no período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024 (1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023).
Um especialista do país relatou o caso de uma cristã de origem indígena que compartilhou sua fé com sua família e foi ameaçada e forçada a fugir do país. As mulheres podem ser ameaçadas com a possibilidade de crimes de honra para restaurar a honra da família após sua conversão.
Se já casadas, as cristãs podem ser forçadas a se divorciar. Além disso, a lei impede que cristãs de origem muçulmana se casem com um não muçulmano. Qualquer criança resultante de tal casamento teria a cidadania kuwaitiana negada.
Entre o pequeno número de muçulmanos kuwaitianos convertidos ao cristianismo, a maior parte da pressão vem da família e da comunidade – isso é sentido mais intensamente por meninas e mulheres, seguido por homens jovens e depois homens mais velhos, refletindo níveis de status e liberdade dentro da cultura.
No Kuwait, homens que se convertem ao cristianismo temem a rejeição da família nuclear e estendida e a repercussão que isso teria em seu sustento. Nessa sociedade islâmica, homens convertidos provavelmente serão isolados da família, perdendo ao mesmo tempo o respeito e o apoio financeiro. Muitas vezes, isso significa que meninos ou homens cristãos são forçados a deixar a casa da família. Sem o apoio da família, é difícil para os homens encontrarem ou manterem o emprego, e casamento se torna quase impossível. Homens cristãos estão especialmente sujeitos a discriminação e hostilidade no ambiente de trabalho. O isolamento gerado pela conversão é ampliado pela dificuldade que cristãos de origem muçulmana têm de formar grupos de igrejas sustentáveis.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Kuwait são: opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Kuwait são: oficiais do governo, parentes, partidos políticos, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas.
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