Portas Abertas • 16 out 2022
Cristãos chineses enfrentam diversas restrições por causa do governo
Hoje começa na capital, Pequim, o Congresso do Partido Comunista da China. É a maior e mais importante reunião do país, cujo objetivo é escolher a futura liderança chinesa entre centenas de candidatos para o Comitê Permanente do Politburo Central (mais conhecido como Comitê Central). O congresso acontece a cada cinco anos e apesar da impressão de escolha, antes da eleição em si, muitos nomes são vetados, ou seja, é uma mera formalidade para apresentar os escolhidos do Partido para os cargos correspondentes.
Há grande probabilidade de que o atual líder chinês, Xi Jinping, continue na liderança do Comitê Central, recebendo um terceiro mandato de cinco anos. No congresso, ele apenas formalizará a conclusão do mandato de dois anos, mas, na prática, manterá o posto e conduzirá as principais decisões do Partido e da China, incluindo as próximas eleições presidenciais.
Se a estrutura atual permanecer, Xi Jinping será o líder das três esferas mais poderosas chinesas: o Partido Comunista, o Estado e a Guarda Militar. Nos últimos dez anos, Xi implementou medidas restritivas ao cristianismo, principalmente pela oposição à influência Ocidental, ou seja, contra tudo que seja estrangeiro. Outro motivo é a sinização, a tentativa de unificar a cultura e religião sob valores ditados pelo governo e tornar a sociedade chinesa homogênea. O objetivo é alterar o cristianismo conforme a ideologia do país e controlar as decisões e discursos da igreja.
A sinização resultou em centenas de igrejas fechadas, restrições na internet e a substituição da cruz nas entradas das igrejas e outros símbolos cristãos por bandeiras da China ou do Partido Comunista. As Igrejas das Três Naturezas, consideradas oficiais, foram reclassificadas como centros culturais. O Partido também ordenou que propagandas comparando os ensinos do confucionismo, religião tradicional chinesa, com a Bíblia fossem expostos nos templos.
Mesmo nos pequenos grupos, nas igrejas domésticas, a vigilância é intensa. As autoridades conhecem os líderes das igrejas e observam se cada palavra está alinhada com o discurso nacional ou não. Quando acontece alguma violação contra cristãos, como prisões injustas e agressões, as autoridades não defendem os direitos humanos apenas por causa da religião.
Outro motivo que preocupa o presidente Xi Jinping é a quantidade e a união dos cristãos. Xi vê o crescimento da igreja como uma ameaça ao Partido Comunista e ao poder, por isso tenta minar e controlar ao máximo a presença dos cristãos na China. Apesar disso, a igreja permanece, dividindo páginas da Bíblia entre si, programando pequenos grupos de estudos bíblicos em segredo para não chamar atenção, e usando os recursos virtuais para fazer cultos e manter o contato entre si. Deus tem provido estratégias para que a igreja sobreviva à perseguição na China e os parceiros locais da Portas Abertas fazem parte desse trabalho.
Cristãos em diversos países, como na China, não têm liberdade para seguir a Jesus. Eles não têm acesso à Bíblia, alimentos e outros recursos básicos de sobrevivência apenas porque creem em Cristo. Ajude esses irmãos na fé em suas necessidades mais urgentes com uma doação.
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