Portas Abertas • 10 jun 2023
Muitos alunos assumiram que usariam a violência para defender a fé islâmica
Uma pesquisa recente em cinco cidades da Indonésia mostra que mais da metade dos estudantes no país concorda com a imposição da sharia (conjunto de leis islâmicas). Um número ainda maior acredita que as meninas deveriam ser obrigadas a usar o véu islâmico na escola.
A pesquisa foi uma iniciativa do Instituo Setara, na capital da Indonésia, Jacarta, que analisa o desenvolvimento pacífico e a situação da democracia no país. Ela conclui que o aumento da “intolerância ativa” entre estudantes é uma realidade na Indonésia que é o 33o país da Lista Mundial da Perseguição 2023 com os 50 países mais perigosos para os cristãos.
Em sete anos, o número de incidentes de opressão islâmica mais que dobrou, saindo de 2,4% em 2016 para 5,6% em 2023. Outro fato preocupante revelado pela pesquisa é que 83% dos estudantes acreditam que o atual governo “pancasila”, que tem como objetivo o respeito à diversidade, é temporário e pode ser substituído em breve.
Além disso, 20% deles também afirmaram que usariam a violência para defender a religião e que estavam dispostos a morrer em nome de sua fé. Esse cenário indica que os alunos que não seguem as práticas islâmicas, como os estudantes cristãos, enfrentam grande oposição.
Um pai cristão testemunhou os desafios que tem enfrentado desde que a filha ingressou em uma escola na ilha de Sumatra, a maior da Indonésia. Ele foi atacado na internet, perdeu o negócio que tinha e a casa quando a comunidade descobriu que eles eram cristãos.
“Até 2018, um em cada cinco estudantes (24% nas universidades e 23% no Ensino Médio) já apoiavam a imposição da sharia e o estabelecimento de um califado islâmico, ou seja, que o governo do país fosse uma teocracia muçulmana. Isso mostra como a sociedade está se tornando menos tolerante, o que torna a vida dos cristãos ainda mais difícil”, disse o analista da perseguição da Portas Abertas.
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