A Indonésia assumiu um caráter islâmico mais conservador nos últimos anos, o que pressionou os cristãos, especialmente os de origem muçulmana. Eles enfrentam desaprovação, intensa pressão para retornar ao islã, abuso verbal e possivelmente isolamento social. Em alguns casos, por praticarem o cristianismo, as famílias retiram todo apoio financeiro e, se for uma mulher, elas podem ser obrigadas a se divorciar e enfrentam abusos psicológicos, incluindo ameaças de morte.
Graças à polícia antiterrorismo, a violência física contra os cristãos por extremistas islâmicos não é comum. No entanto, é comum que os novos convertidos deixem a comunidade de origem para fugir da pressão.
Em áreas rurais, as igrejas que são vistas evangelizando enfrentarão oposição de extremistas islâmicos. Em algumas regiões, as congregações não tradicionais lutam para obter permissão para ter um local para culto. É comum que as autoridades ignorem todos os documentos delas.
Doni (pseudônimo), cristão perseguido da Indonésia
A situação dos cristãos na Indonésia não mudou muito durante o período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2023, embora a ameaça de ataques violentos de extremistas islâmicos pareça ter diminuído, exceto por ataques individuais de muçulmanos radicais. Mas a violência contra os cristãos ainda ocorre e inclui alguns assassinatos baseados na fé.?
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. O tipo de perseguição aos cristãos na Indonésia é: opressão islâmica.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentos ou não violentos, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de fãs de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Indonésia são: cidadãos e quadrilhas, oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, grupos de pressão ideológica, parentes, partidos políticos.
Os cristãos, principalmente as mulheres, que se converteram do islã enfrentam os maiores riscos e pressões. Na província de Aceh, que é regida pela sharia (conjunto de leis islâmicas), as igrejas foram fechadas em grande escala em outubro de 2015 e a construção de novas igrejas é quase impossível.
Nas áreas rurais, as esposas que se convertem ao cristianismo podem enfrentar ameaça de divórcio, o que significaria perder sua segurança física e econômica. Essa ameaça nem sempre é realizada, porém, cristãs enfrentam violência doméstica, juntamente com abuso psicológico e verbal, incluindo ameaças de morte.
Em algumas províncias como Aceh, as mulheres são obrigadas a usar roupas islâmicas e hijab (véu islâmico) para cobrir a cabeça. As cristãs que não cumprirem isso podem enfrentar bullying, interrogatório e ser rotuladas como “mulheres imorais”.
Figuras masculinas proeminentes, como pastores e ativistas cristãos, são os principais alvos de assédio público. Eles podem enfrentar denúncias, interrogatórios e ser julgados por acusações como “incitação ao ódio religioso” por meio do uso indevido das leis de blasfêmia. Meninos cristãos sofrem bullying na escola por não serem circuncidados.
Os parceiros locais da Portas Abertas fortalecem os cristãos perseguidos na Indonésia fornecendo Bíblias e literatura cristã, projetos de desenvolvimento socioeconômico, discipulado, treinamento de preparação para a perseguição e ajuda humanitária.?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente.
Querido Deus, o Senhor é pai da compaixão e de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações (2Coríntios 1.3-4). Oramos para que todos os cristãos que experimentam rejeição, discriminação ou isolamento conheçam a profundidade de seu amor e conforto. Clamamos para que os membros da nossa família na fé mantenham seus corações e mentes fortalecidos e encorajados no Senhor. Amém.
HISTÓRIA DA INDONÉSIA
A Indonésia está espalhada por mais de 17 mil ilhas e mais de cinco mil quilômetros de leste a oeste e 1,7 mil de norte a sul. A ilha de Java já era habitada aproximadamente 1,7 milhão de anos atrás, quando muito do arquipélago ocidental ainda era ligado por pontes terrestres. Cerca de 6 mil anos atrás, um aumento rápido pós-glacial no nível do mar submergiu essas pontes.
Viagens regulares entre Indonésia e China só começaram no século 5. A literatura chinesa nos séculos 5 e 6 menciona a produção de árvores do oeste da Indonésia, incluindo cânfora do Norte de Sumatra. Após o começo do século 10, por um período de mais de 500 anos, pouco se sabe sobre os eventos em Java Central, e desenvolvimentos simultâneos em Java Ocidental também permanecem um mistério.
Circunstâncias que mudaram a economia no arquipélago tiveram um impacto importante em Java no início do século 13. Muçulmanos estrangeiros haviam negociado na Indonésia e China por muitos séculos, entretanto, evidências substanciais do islamismo na Indonésia existe apenas a partir do fim do século 13, no Norte de Sumatra.
Os séculos 15, 16 e 17 constituíram um período extremamente agitado na história javanesa. Com a disseminação do islamismo veio uma expansão de sua estrutura poderosa. Tanto 1511, quanto a virada do século 17 tendem a ser vistos como o começo de um período de dominação europeia que durou até o século 20.
O país lutou por sua independência dos Países Baixos em uma guerra de quatro anos que terminou em 1949, após ser ocupado pelo Japão na Segunda Guerra Mundial. Depois de anos de violência e corrupção, o país fez uma transição para a democracia, começando em 1998. As primeiras eleições presidenciais diretas foram realizadas em 2004.
No começo de 2017, no início das eleições para o cargo de governador de Jacarta (a capital e maior cidade da Indonésia), protestos em massa surgiram, levando mais de 200 mil pessoas para as ruas. Essas manifestações foram contra os chineses étnicos e contra o cristão Basuki Tjahaja Purnama (conhecido como Ahok), por suposta blasfêmia. Tendo ganhado a primeira rodada de eleições em fevereiro de 2017, Ahok perdeu a segunda rodada e foi condenado a dois anos de prisão. Ele decidiu não apelar contra o veredito e manter a situação política na Indonésia calma. Ele foi solto e agora é o presidente comissionado da empresa petrolífera do estado, Pertamina.
As eleições simultâneas presidencial e parlamentar em 17 de abril de 2019, apresentadas como a maior eleição mundial de um dia, foram amplamente pacíficas e — apesar de serem contestadas diante da Corte Constitucional — tiveram um resultado claro, com Joko Widodo vencendo com uma margem de 11%. Embora a religião tenha desempenhado um papel na campanha, foi menos do que temiam os observadores.
O presidente busca deixar um legado (já que esse é seu último mandado no cargo) e faz isso por meio da realocação da capital para um lugar geograficamente mais central, mas em quase todos os outros aspectos mais remoto, a província de Kalimantan Oriental. Os cristãos foram afetados pelos eventos recentes na Indonésia tanto quanto todos os outros cidadãos.
Entretanto, o ataque suicida contra a catedral em Makassar abriu feridas e memórias dos ataques contra três igrejas cristãs em 2018. A morte e decapitação de cristãos em Sulawesi aumentaram o sentimento de insegurança, embora as autoridades tenham investigado a questão e tomado providências. As forças de segurança da Indonésia confirmaram a morte de Ali Kalora. Ele era o líder do grupo Mujahideen da Indonésia Oriental, que foi responsabilizado pelos ataques. Os cristãos permanecem vulneráveis a ataques violentos e o pensamento islâmico radical tem se espalhado. Alguns grupos e indivíduos também o colocam em prática. As ondas de choque pelos ataques ainda são sentidas por cristãos e outras minorias religiosas.
HISTÓRIA DA IGREJA NA INDONÉSIA
Procurando o novo mundo e especiarias exóticas, comerciantes portugueses foram para a Indonésia em 1511, primeiro para as Ilhas Molucas, na parte oriental do país. Os portugueses levaram consigo o catolicismo romano como as primeiras sementes do cristianismo na Indonésia.
De acordo com um estudo de W. Frederick e R. Worden: “O cristianismo tinha uma longa história nas ilhas, com jesuítas portugueses e dominicanos operando nas Ilhas Molucas, Celebes Meridional e Timor no século 16. Quando os holandeses derrotaram Portugal em 1605, no entanto, os missionários católicos foram expulsos e a Igreja Reformada Holandesa calvinista foi praticamente a única influência cristã na região por 300 anos. Deve-se considerar que a União da Companhia das Índias Orientais foi primeiramente uma iniciativa secular e não religiosa, e que o calvinismo era uma variedade rígida, austera e intransigente do cristianismo. Por demandar uma compreensão completa do que, para os indonésios, eram escrituras estrangeiras, o cristianismo avançou pouco na Indonésia até o século 19. Apenas poucas comunidades resistiram em Java, Maluku, Norte de Sulawesi e Nusa Tenggara (primariamente Roti e Timor). Após a dissolução da União da Companhia das Índias Orientais em 1799, e a adoção de uma visão mais compreensiva de sua missão no arquipélago, a Holanda permitiu o proselitismo no território. Essa liberdade evangélica foi colocada em uso pelos mais tolerantes luteranos alemães, que começaram o trabalho entre os batak de Sumatra, em 1861”.
“O século 20 testemunhou o influxo de muitos novos grupos missionários protestantes, bem como o crescimento contínuo do catolicismo e das grandes igrejas luteranas regionais e reformadas. Após a tentativa de golpe de Estado de 1965, todas as pessoas não religiosas foram rotuladas como atéias e, portanto, eram vulneráveis a acusações de serem simpáticas ao comunismo. Naquela época, as igrejas cristãs de todas as variedades experimentaram um crescimento explosivo de membros, particularmente entre aqueles que se sentiam desconfortáveis com as aspirações políticas dos partidos islâmicos.”
“Na década de 1990, a maioria dos cristãos na Indonésia era protestante, com grandes concentrações encontradas principalmente no Norte de Sumatra, Irian Jaya, Maluku, Kalimantan Central, Sulawesi Central e Norte de Sulawesi. As congregações católicas cresceram menos na década de 1980, em parte devido à forte dependência da igreja em relação aos europeus. Esses europeus sofreram restrições crescentes sobre suas atividades missionárias impostas pelo Departamento de Assuntos Religiosos dominado pelos muçulmanos.”
CONTEXTO DA INDONÉSIA
De acordo com as estimativas do World Christian Database, 79,5% da população é muçulmana. Também há milhões de ateístas/agnósticos e seguidores de religiões étnicas, hinduísmo (principalmente em Bali), religião tradicional chinesa e budismo.
Enquanto o cristianismo se torna uma das principais religiões na Indonésia oriental, o islamismo se torna mais forte nas partes centrais e ocidental, principalmente na ilha mais populosa, Java. O governador Ahok foi o primeiro governador cristão em Jacarta depois de cinco décadas, então sua sentença de prisão por blasfêmia e a campanha eleitoral carregada emocionalmente (e motivada religiosamente) talvez tenham o poder de oferecer uma reviravolta para os cristãos no país.
Outro choque foram os bombardeios contra três igrejas em Surubaya, em maio de 2018. Houve outro ataque suicida em 2021 contra a catedral em Makassar e dois massacres por parte do grupo islâmico Mujahideen da Indonésia Oriental. Pesquisas revelam que um crescente número de muçulmanos mantém uma visão negativa quanto a minorias religiosas, como os cristãos.
A influência das organizações islâmicas radicais está crescendo. Nem o governo federal nem o local se atrevem a ignorar suas demandas, temendo a agitação pública. Uma das ações mais radicais e claras de tais organizações é a “Front Pembela Islam”, que atuou em um importante papel nas eleições presidenciais e apoiou o rival de Joko, Prabowo Subianto, um antigo general. Ele foi banido pelo governo e reagiu simplesmente copiando o que outros grupos radicais já fizeram antes; ele atendeu o conselho de Rizieq para “relaxar e apenas criar um novo veículo”, agora criando a Frente Unida Islâmica, que leva o mesmo acrônimo em indonésio, como a antiga organização. O governo indonésio tomou medidas para barrar um grupo islâmico radical chamado Hizb-ut-Tahrir Indonesia em 2017, mas esse é apenas um dos menores grupos ativos na Indonésia.
A Indonésia permanece — junto com as Filipinas — o país “mais religioso” no mundo. De acordo com uma pesquisa publicada, 98% dos entrevistados disseram que a religião é muito importante em sua vida. O maior desafio é que toda a sociedade mantém cada vez mais uma visão religiosa conservadora. Um estudo descobriu que um número crescente de estudantes mantém visões islâmicas; ao todo, 39% foram expostos a ideologia radical islâmica.
A ONG local Setara Institute publicou um estudo realizado em dez universidades públicas na Indonésia, mostrando como radicais islâmicos usam as estruturas das universidades para conseguir seguidores. Assim, a próxima geração está sendo educada para manter visões conservadoras. Isso provavelmente levará a um aumento na discriminação social e até mesmo violência contra os cristãos no futuro — e não apenas em Aceh e outros locais delicados. De acordo com a Agência de Inteligência do Estado da Indonésia, 85% de todos os millennials (termo que se refere à geração nascida após o início da década de 1980 até, aproximadamente, o final do século 20) no país foram expostos ao radicalismo — principalmente por meio de mídias sociais.
Uma das grandes incógnitas no momento é como as maiores organizações muçulmanas no país, Nadhlatul Ulama (NU) e Muhammadiyah, combaterão a crescente radicalização. Tradicionalmente, elas eram vistas como moderadas e tolerantes em relação a outros grupos religiosos, mas especialmente a organização juvenil da NU tem levantado a voz pedindo uma compreensão mais conservadora do islamismo.
As minorias religiosas, como os ahmadis (uma minoria muçulmana) e os cristãos são alvos frequentes de discriminação e atos de violência, mas a Indonésia ainda é diversificada: uma província, Aceh, na ponta ocidental de Sumatra, é governada pela sharia (conjunto de leis islâmicas) e ainda está impondo suas regras; várias outras províncias também introduziram os estatutos da sharia, deixando os cristãos, em particular, em uma situação difícil; mas, ao mesmo tempo, também existem provas de maioria cristã e de maioria hindu.
Muitos cristãos de contexto muçulmano experimentam pressão de familiares. No entanto, a intensidade da perseguição varia e é principalmente na forma de isolamento, abuso verbal, etc. Somente uma pequena porcentagem de cristãos de origem muçulmana tem de enfrentar violência física pela fé cristã. O nível de perseguição também depende da região da Indonésia. Existem certos pontos como Java Ocidental ou Aceh, onde os grupos islâmicos radicais são presentes e exercem uma forte influência na sociedade e na política.
Uma vez que uma igreja é vista como proselitista (como acontece principalmente com igrejas evangélicas e pentecostais), logo se depara com problemas com grupos islâmicos radicais. Dependendo da região, os grupos não tradicionais da igreja também têm dificuldades em obter permissão para construir igrejas. Mesmo se eles conseguirem cumprir todos os requisitos legais, incluindo processos judiciais, as autoridades locais ainda os ignoram. Também houve relatos de igrejas católicas com dificuldades para obter permissão de construção.
O país é o quarto mais populoso do mundo, com mais de 40% da população com menos de 25 anos. Ele tem, portanto, um excedente na força de trabalho e uma estimativa de 4,8 milhões de pessoas trabalhando no exterior. Desses trabalhadores, 70% são mulheres que trabalham principalmente como empregadas domésticas e babás, enquanto os homens trabalham em plantações ou construções — muitos deles na vizinha Malásia. A maioria desses trabalhadores migrantes estão sem suas famílias, o que leva a estresse emocional e muitos outros desafios compartilhados por trabalhadores migrantes em todo o mundo. O governo está em busca de aumentar a produção, e o setor de serviços e a educação são vistos como uma chave para esse progresso.
A Indonésia é um país abençoado e desafiado por sua diversidade. Ela possui a maior população muçulmana do mundo, cujo tipo predominante de islamismo é tradicionalmente muito tolerante, garantindo às minorias algum espaço.
Quanto à geografia, assim como na religião, a Indonésia é um dos países mais descentralizados e diversos no mundo. Embora a Constituição da Indonésia garanta liberdade religiosa, várias regiões e territórios da Indonésia são governados por um estatuto social islâmico, que inclui a sharia na província de Aceh. Apesar de alguns grupos islâmicos radicais e até mesmo violentos estarem banidos oficialmente, eles continuam exercendo uma influência significativa. As autoridades estão aprendendo uma lição aprendida por governos de todo o mundo: simplesmente banir grupos radicais islâmicos não os faz ir embora. Eles sempre reaparecem com um nome diferente.
As universidades da Indonésia são conhecidas como focos de radicalização islâmica, então não é surpresa que um estudo publicado pelo governo indonésio tenha revelado que um crescente número de estudantes mantém visões islâmicas. A Arábia Saudita aplica dinheiro na Indonésia para propósitos educacionais, com o objetivo de levar a ideologia wahabi ao país.
A Indonésia desfruta de uma democracia e de uma forte mídia independente, apesar dos desafios. Os debates no parlamento são vivos e abertos, deixando espaço para discussão e questionamento do governo. Entretanto, o governo mais recente recrutou quase todos os partidos para o governo, então não há uma oposição forte. A mídia cresceu em influência também, tornando-se uma quarta fonte de poder ao lado dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Seja o problema dos ataques às minorias religiosas, principalmente rotulados como “conflitos sectários”, ou corrupção desenfreada, a mídia (jornais, TV, rádio e mídia social) não se afasta dos relatos detalhados. Um número crescente de organizações não governamentais completa essa imagem. No entanto, na realidade, ninguém realmente está ouvindo esses relatos. Os grupos islâmicos radicais que vão às ruas são muito mais eficazes para influenciar o ponto de vista da sociedade e a ação do governo. Outro fator é a forte influência que a mídia social tem, principalmente entre os jovens.
Um fator social particularmente forte é a tendência contínua à urbanização. Cidadãos das ilhas vão para as cidades maiores em busca de trabalho e uma vida melhor. Essa tendência pode ser sentida em muitas cidades, mas tem se tornado mais evidente na região metropolitana de Jacarta, com uma estimativa de 30 milhões de habitantes, que o governo decidiu realocar para a capital. Mais de 55% da população vive em um ambiente urbanizado; no entanto, isso continua significando que cerca de 120 milhões de pessoas vivem em áreas rurais.
© 2023 Todos os direitos reservados