Portas Abertas • 30 jun 2023
Pessoas que decidem seguir a Jesus em países de maioria islâmica enfrentam perseguição religiosa
Opressão islâmica é um dos nove tipos de perseguição descritos pela Portas Abertas. A opressão islâmica ocorre quando comunidades e famílias cristãs são subjugadas ao domínio islâmico. Ela pode acontecer de maneira moderada, por meio de pressão psicológica e constrangimento, ou pode envolver violência.
Não, pois nem todo muçulmano tem uma convivência hostil com cristãos. A maioria sabe conviver bem e respeita o direito de liberdade religiosa.
Mas quando a sociedade ou o indivíduo é mais radical na interpretação da sharia (conjunto de leis islâmicas), é comum que cristãos sejam vistos como “infiéis” e enfrentem tanto pressão como violência para seguir o islã. A situação piora quando a pessoa deixa o islã para seguir a Jesus e passa a ser vista como traidora da cultura e religião.
Dos 50 países elencados na LMP 2023, 30 têm a opressão islâmica como principal tipo de perseguição. São eles: Somália, Líbia, Nigéria, Paquistão, Irã, Afeganistão, Sudão, Arábia Saudita, Maldivas, Mali, Iraque, Argélia, Mauritânia, Burkina Faso, República Centro-Africana, Níger, Marrocos, Moçambique, Indonésia, Catar, Egito, Tunísia, República Democrática do Congo, Etiópia, Turquia, Comores, Malásia, Camarões, Brunei e Omã.
Extremistas islâmicos destroem casas e propriedades de cristãos, além de igrejas, em países onde há opressão islâmica, como a Nigéria
Dos 11 países com perseguição extrema, sete têm a opressão islâmica como principal tipo de perseguição. São eles: Somália, Líbia, Nigéria, Paquistão, Irã, Afeganistão e Sudão. Apesar de Iêmen (3º) e Eritreia (4º) também serem países de maioria muçulmana, a opressão islâmica não é o principal tipo de perseguição. No Iêmen, a opressão do clã fala mais forte e na Eritreia é a paranoia ditatorial. Por isso, a opressão islâmica não é o tipo de perseguição mais forte, apesar de existir também nesses dois países.
Percebe-se que mesmo em países onde a opressão islâmica não é o principal tipo de perseguição, certamente está presente em todos os países de maioria muçulmana. É o caso de vários países da Ásia Central, como Uzbequistão e Turcomenistão, por exemplo.
Como o tipo de perseguição mais comum em todos os países onde há perseguição, a opressão islâmica se manifesta de diversas formas em diferentes contextos. Veja a seguir dois exemplos.
Samil (pseudônimo) vive em um país na Ásia Central cujo nome não pode ser citado por questão de segurança. Ele nasceu em um lar muçulmano e seguia as tradições islâmicas fielmente. Mas, em 2007, quando participava de um clube de futebol organizado pela igreja local, tomou a decisão de seguir a Jesus.
Como muitos cristãos em países de maioria muçulmana, ele foi submetido à opressão islâmica. De que forma? A família e o mulá (líder espiritual islâmico) não se conformaram com a conversão ao cristianismo e o pressionaram intensamente. Um mulá chegou a afirmar que Samil se tornou cristão por ter recebido dinheiro da igreja e o acusou de ser traidor.
Samil sofre na pele as consequências da opressão islâmica por ser um seguidor de Jesus na Ásia Central
O jovem ficou com medo de compartilhar a fé em Jesus e se sentia vigiado e em perigo constantemente. Quando Samil se tornou noivo de uma cristã, foi a gota d’água. O pai o expulsou de casa. “Meu pai ficou furioso e me bateu. Ele me expulsou no meio da noite. Fiquei vagando pelas ruas, sem saber para onde ir”, ele conta.
Nesse período, ele conheceu parceiros da Portas Abertas que o ensinaram a defender a fé em Jesus diante da oposição e como apresentar a fé à comunidade local com sabedoria. “Entendi que não nascemos muçulmanos. Temos escolha”, diz.
“Minha irmã não fala mais comigo e todas as palavras que meu pai dirige a mim são cheias de ira. É muito difícil resistir à perseguição sem o apoio da família. Hoje, vejo o quanto Deus fez por mim. Minha esposa é um presente maravilhoso que o Senhor me concedeu. Temos uma filha e estamos com outro bebê a caminho. Deus mudou minha atitude diante da perseguição. Antes era difícil amar aqueles que me odeiam e me machucaram. Mas, agora, consigo abençoá-los e posso orar por eles”, testemunha o cristão.
Em países onde as autoridades são muçulmanas, a opressão islâmica também pode acontecer por meio do estado e de líderes religiosos influentes. Na Líbia, 10º país na Lista Mundial da Perseguição 2023, dez cristãos expatriados foram presos. A maioria deles tinha testemunhado sobre o processo de deixar o islã para seguir a Jesus em vídeos.
Os conteúdos foram publicados no website da Agência de Segurança Internacional (ISA, da sigla em inglês), afiliada a uma unidade da polícia islâmica. Os cristãos também foram acusados de apostasia e proselitismo religioso. Mas os vídeos foram editados para incluir uma mensagem tratando os testemunhos como ameaças para destruir a base islâmica do país.
Dois dos cristãos presos são norte-americanos, foram libertados e retornaram para seu país de origem. Não há informação sobre os demais seguidores de Jesus detidos. Cristãos líbios podem ser agredidos e até mortos por deixaram o islamismo para seguir a Jesus, por isso vivem sua fé em segredo.
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