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Turcomenistão

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Turcomenistão
  • Tipo de Perseguição: Paranoia ditatorial, opressão islâmica, opressão do clã
  • Capital: Ashgabat
  • Região: Ásia Central
  • Líder: Serdar Berdimuhamedow
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Islamismo, cristianismo
  • Idioma: Turcomano, russo e uzbeque
  • Pontuação: 70


POPULAÇÃO
6,2 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
66,7 MIL

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos no Turcomenistão?

Não há liberdade de religião no Turcomenistão, por isso o governo ditatorial usa agentes da polícia e serviços secretos e imãs (líderes islâmicos) locais para monitorar as atividades religiosas. Todos os grupos são legalmente obrigados a se registrar junto às autoridades, mas apenas aqueles que têm pelo menos 50 membros com mais de 18 anos podem fazê-lo. Os grupos não registrados são banidos e proibidos de existir.   

As igrejas são alvo de incursões policiais, que podem resultar em prisão ou multa dos cristãos. Em caso de reuniões ilegais e posse de materiais cristãos, os seguidores de Jesus são multados. A impressão e importação de materiais cristãos é restrita, então há uma escassez de recursos para apoiar os cristãos locais. Até mesmo a Igreja Ortodoxa Russa é monitorada.  

A população é predominantemente muçulmana e o cristianismo é tratado com desconfiança. Os cristãos de origem muçulmana estão sob pressão tanto do Estado quanto da família e da comunidade, que podem submetê-los a prisão domiciliar, casamento forçado e agressões, com o objetivo de forçá-los a retornar ao islã.     

A vida ainda é difícil para Umid. Ele não está curado depois do período de prisão. Ele ainda tem pesadelos e está com medo. O fato de o governo o observar quando viaja dentro do país também não ajuda. Umid tem medo de que o governo o prenda novamente se ele cometer algum erro.

Yousef (pseudônimo), parente de Umid, um cristão perseguido que passou três anos na prisão por causa da fé  

O que mudou este ano? 

Houve pouca mudança para os cristãos no último ano. A perseguição continua alta em todas as esferas da vida. Famílias muçulmanas, amigos e aldeões exercem pressão sobre os convertidos em particular, enquanto o governo impõe muitas restrições às atividades das igrejas. 

Quem persegue os cristãos no Turcomenistão? 

O termo “tipo de perseguiçãoé usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Turcomenistão são: paranoia ditatorial, opressão islâmica e opressão do clã.  

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentos ou não violentos, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Turcomenistão são: oficiais do governo, partidos políticos, cidadãos e quadrilhas, parentes, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos.

Quem é mais vulnerável à perseguição no Turcomenistão? 

Cristãos de origem muçulmana são mais vulneráveis à perseguição, especialmente em áreas rurais. É provável que sofram pressão e violência física de suas famílias, amigos e comunidade local. Alguns convertidos são presos por suas famílias por longos períodos, agredidos e podem ser expulsos de suas comunidades. Os imãs locais pregam contra eles e isso aumenta ainda mais a pressão. Como resultado, os cristãos farão o possível para esconder a fé e por isso são chamados de cristãos secretos. 

Como as mulheres são perseguidas no Turcomenistão? 

O Turcomenistão tem uma cultura islâmica patriarcal na qual se espera que as mulheres sejam totalmente submissas a seus pais e maridos. Deixar o islã é desafiar a ordem imposta por Alá e Maomé. As mulheres que se convertem ao cristianismo são vistas como desobedientes e antagônicas e enfrentarão punições, incluindo violência doméstica, prisão domiciliar, agressão sexual e casamento forçado. As mulheres que sofrem esse tipo de abuso raramente o denunciam por medo do estigma e da vergonha, além da impunidade dos perseguidores.  

Em regiões conservadoras, as convertidas também correm o risco de ser sequestradas para se casar com um muçulmano ou forçadas a honrar os acordos pré-matrimoniais feitos antes de sua conversão. Muitas mulheres, portanto, escolhem viver como cristãs secretas.    

Como os homens são perseguidos no Turcomenistão? 

A perseguição aos homens cristãos tende a se concentrar em seu papel como o principal provedor financeiro da família. Se sua conversão for descoberta, é provável que suas atividades comerciais sejam boicotadas ou impedidas, de modo que muitos mantêm a fé em segredo para evitar a perda da renda.  

Os líderes de igrejas são perseguidos se forem ativos no evangelismo. Na tentativa de controlar as atividades da igreja, as autoridades tentam influenciar a escolha de quem assume os cargos de liderança. Também é difícil para liderança cristã obter treinamento religioso; muitos tiveram seus vistos de saída negados quando iam a conferências e seminários cristãos fora do país.  

O serviço militar é obrigatório no Turcomenistão e a recusa em se alistar pode levar à prisão. Cristãos são marginalizados dentro das forças armadas e enfrentam discriminação e bullying.   

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos no Turcomenistão?

A Portas Abertas fortalece os cristãos perseguidos na Ásia Central, fornecendo Bíblias e literatura cristã, treinamento bíblico e vocacional, projetos de desenvolvimento socioeconômico e ministérios para crianças, jovens e mulheres. 

Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Turcomenistão?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente.

QUERO AJUDAR

Pedidos de oração do Turcomenistão 

  • Interceda para que os líderes das igrejas sejam revestidos de sabedoria e coragem mesmo sob pressão das autoridades. Para que permaneçam firmes em sua fé e liderem como um exemplo para suas congregações. 
  • Clame pela cura física e emocional de mulheres que sofreram violência doméstica por causa da fé em Jesus. 
  • Peça que os cristãos tenham acesso seguro a Bíblias e literatura cristã, sem interceptação do autoridades. 

Um clamor pelo Turcomenistão 

Deus pai, encoraje seus filhos que o seguem em segredo, que experimentem seu amor e cuidado. Conforte aqueles que foram rejeitados ou abusados por suas famílias. Cure suas feridas emocionais e físicas e conduza-os até uma comunidade de cristãos solidários. Ajude os líderes de igrejas a vencer as restrições e a vigilância, que eles tenham alegria e paz e suas reuniões encorajem as pessoas que os monitoram. Amém. 

É possível seguir o desenvolvimento da habitação humana no Sul do Turcomenistão da era paleolítica até o presente. Vieram para essa terra, provavelmente no século 11, os turcomanos, estrangeiros, por assim dizer, sem ligações a qualquer civilização prévia da região. Até 1924 os turcomanos nunca experimentaram nem mesmo unidade política nominal. A organização deles era exclusivamente tribal, e as tribos eram nômades e independentes ou sujeitas aos vizinhos persas ou ao canato de Khiva e Bucara (canato é um ente político governado por um cã, palavra que, em mongol e em turco, significa "líder tribal" ou senhor de um território - seja um principado, reino ou império). 

Século 20 em diante 

Depois da revolução russa, durante a Guerra Civil (1918-1920), o Turcomenistão foi cenário de conflitos esporádicos entre o Governo Provincial Transcapiano Social Revolucionário e as tropas bolcheviques tentando se infiltrar a partir de Tashkent. Até 1924, a província transcaspiana (depois de 1921 chamada de turcomena) fez parte da República Socialista Soviética Autônoma do Turquistão, enquanto os demais distritos do Turcomenistão foram incorporados às repúblicas soviéticas do povo bucarano e khorezm, formado em 1920. Em 1925 se tornou formalmente umas das repúblicas constituintes da União Soviética. 

Após 69 anos como parte da União Soviética, o Turcomenistão declarou sua independência em 27 de outubro de 1991. Até a morte do ex-presidente Saparmurat Niyazov em 2006, o país estava no ápice de seu culto à personalidade quase religiosa, com base em seu livro, chamado “Ruhnama”. A filosofia inserida nesse “livro da alma turcomena” dominou a vida pública e foi ensinada em escolas e universidades. Talvez o clímax dessa reverência fosse a construção de uma enorme torre na capital, Ashgabat, que estava coberta por uma estátua dourada e rotativa do então presidente. A estátua estava sempre de frente para o sol. A explicação oficial era que o sol seguia a estátua e não o contrário. Não é surpreendente que os observadores tenham se referido ao país como a Coreia do Norte da Ásia Central. 

Gurbanguly Berdimuhamedow assumiu o cargo após a morte do presidente Niyazov em dezembro de 2006 e cancelou algumas de suas decisões, como, por exemplo, o plano de renomear meses e dias de acordo com os heróis turcomanos, mas ele teve de se mover com cuidado para substituir seu predecessor, que tinha sido reverenciado quase como um deus. O ensino obrigatório de Ruhnama no sistema educacional do país foi gradualmente reduzido. A estátua dourada foi movida para os arredores de Ashgabat. 

Não demorou muito para que Berdimuhamedow desenvolvesse o próprio culto à personalidade em torno do título honorário “Arkadag” (protetor). Após a reeleição de Berdimuhamedow em 2012, uma nova era foi anunciada: a “Era da Felicidade Suprema”. O regime decidiu derrubar milhares de casas e reconstruir a capital Ashgabat como uma cidade de mármore branco. 

Em 25 de maio de 2015, as autoridades do Turcomenistão inauguraram uma estátua gigante do presidente Berdimuhamedow montado a cavalo, segurando uma pomba — tudo coberto com uma camada de ouro de 24 quilates. Em setembro de 2016, foram feitas emendas constitucionais para permitir que o presidente disputasse eleições presidenciais futuras, independentemente da idade. 

Em julho e agosto de 2019, houve uma grande comoção no Turcomenistão quando foi noticiada a suposta morte do presidente Berdimuhamedow, após não ser visto em público por várias semanas. Entretanto, ele reapareceu no final de agosto de 2019 na abertura de uma conferência. Nenhuma explicação foi dada para sua ausência, mas isso mostra o quão importante é a posição do presidente. 

Quando a crise da COVID-19 começou no início de 2020, o presidente Berdimuhamedow negou que o vírus tivesse chegado ao país. A alegação de que não havia infecções foi aceita em uma visita da delegação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em julho de 2020. Em novembro de 2020, o governo turcomeno ainda alegava a falta de infecções e mortes por COVID-19, mas medidas incluindo o uso de máscaras e restrições de viagens foram impostas.  

Os primeiros cristãos a entrarem na Ásia Central, incluindo o Turcomenistão, foram missionários nestorianos no século 4. A partir do século 5, houve grandes movimentos de povos na Ásia e Europa para o Turcomenistão, o que significou a chegada de uma tribo turca da Ásia Oriental chamada Oghuz (os ancestrais étnicos dos turcomanos). No século 8, o islã entrou na região, seguindo as trilhas da rota comercial da seda e os cristãos desapareceram do país. 

No século 16, o Turcomenistão tornou-se parte dos canatos de Khiva e Bucara, que influenciaram profundamente a cultura e a religião do país. Canato é um ente político governado por um cã, palavra que, em mongol e em turco, significa "líder tribal" ou senhor de um território - seja um principado, reino ou império. 

A presença atual de cristãos no Turcomenistão data do século 19. Em 1867, o Império Russo expandiu seu território para a Ásia Central durante várias campanhas militares, conquistando os canatos de Khiva e Bucara. O regime trouxe russos étnicos que pertenciam principalmente à Igreja Ortodoxa Russa. Durante a Segunda Guerra Mundial, Joseph Stalin ordenou a deportação de um grande número de alemães, ucranianos, poloneses e coreanos para a Ásia Central. Com eles, outras denominações cristãs encontraram o caminho para o Turcomenistão. 

Embora a principal religião do Turcomenistão seja o islamismo — predominantemente sunita — seria errado chamar o Turcomenistão de um país muçulmano. Cerca de 70 anos de ateísmo durante a era soviética deixaram uma profunda influência. O governo (os herdeiros dos soviéticos ateus) é firmemente secular e tem o islã sob controle. Os cidadãos muçulmanos seguem a cultura islâmica básica em vez dos ensinamentos muçulmanos rigorosos. Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos: “Há pequenos grupos de muçulmanos xiitas, que consistem principalmente de étnicos iranianos, azeris e curdos, alguns localizados na capital, Ashgabat, com outros ao longo da fronteira com o Irã, e na cidade ocidental de Turkmenbashi”. 

De acordo com o World Christina Database, as próximas maiores categorias religiosas são agnósticos e ateus, encontrados principalmente na capital Ashgabat e outras cidades grandes. Isso é o resultado de mais de 70 anos de ateísmo forçado pelo governo da União Soviética, de 1917 a 1991, e pelos regimes turcomenos dos presidentes Niyazov e Berdymukhamedov desde então. 

Os cristãos são um grupo muito pequeno no país, cerca de 1,1% da população. A pequena minoria cristã é fraca devido a muita divisão e pouca cooperação entre as várias denominações, que estão nas mãos dos governantes.  

Ditadura sem liberdade religiosa 

Não há liberdade de religião no Turcomenistão, embora haja afirmações em contrário na Constituição do país. O governo ditatorial do Turcomenistão usa um enorme corpo de agentes estaduais (polícia, serviços secretos, imãs locais) para monitorar de perto todas as atividades religiosas. Isso impôs tantas restrições à liberdade religiosa que pode-se dizer que ela não existe no Turcomenistão. Isso se aplica a todas as religiões, não só a fé cristã.  

Até mesmo igrejas russas ortodoxas e armênias apostólicas podem experimentar monitoramento nos cultos de domingo. A impressão e importação de material cristão é restringida. Cristãos de origem muçulmana suportam o peso da violação dos direitos tanto nas mãos do Estado como da família, amigos e comunidade. Nas igrejas que não são registradas, os cristãos enfrentam repetidas batidas policiais, ameaças, prisões e multas.  

É provável que se os cidadãos nativos (que são muçulmanos) se converterem ao cristianismo, sejam pressionados e, ocasionalmente, enfrentem violência física de suas famílias, amigos e comunidade local para forçá-los a retornar à fé anterior. Alguns convertidos são trancados pelas famílias por longos períodos, espancados e podem até mesmo ser expulsos de suas comunidades. Imãs locais pregam contra eles, aumentando a pressão. Como resultado, os cristãos de origem muçulmana farão o possível para esconder a fé — eles se tornarão os chamados cristãos secretos.  

Graças ao antigo sistema soviético de educação, praticamente todos os cidadãos do Turcomenistão são alfabetizados. Isso significa que pessoas interessadas na mensagem cristã podem receber materiais em seu próprio idioma. As restrições impostas pelo governo (todos os materiais devem ser aprovados e apenas grupos registrados podem estar ativos) significam que a maior parte da distribuição deve ser feita de forma não oficial. 

O Turcomenistão tem uma má reputação no que diz respeito aos direitos humanos e suas prisões e campos de trabalho forçado estão constantemente superlotados. Literalmente, milhares de pessoas são mantidas em condições terríveis. O mais conhecido é o campo de trabalho de Seydi no deserto, a cerca de 40 quilômetros a noroeste da cidade de Turkmenabad, perto do rio Amu Darya e da fronteira com o Uzbequistão. Todos os anos há dias de anistia, quando centenas de prisioneiros são libertados. 

Em geral, os cristãos experimentam os mesmos problemas que todas as outras pessoas no país e não são alvo de marginalização econômica ou social. A única exceção a isso é a pressão do ambiente social (família, imãs locais, aldeões) sobre cristãos de origem muçulmana. 

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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