Portas Abertas • 22 mar 2024
Cristãos de origem muçulmana costumam ser ainda mais perseguidos (foto representativa)
Os cristãos de origem muçulmana são aqueles que nasceram em uma família islâmica e mais tarde decidiram deixar a fé dos pais para seguir a Jesus. Logo, eles podem viver em qualquer parte do mundo.
Quando os cristãos de origem muçulmana vivem em um país onde há liberdade religiosa, eles costumam não enfrentar violência, mas uma pressão por parte da família e de membros da mesma comunidade. Mas quando vivem em países de maioria islâmica, é provável que enfrentem perseguição por parte da família, da comunidade, de líderes religiosos e do governo.
De acordo com os dados da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024, 39 dos 50 países elencados têm a opressão islâmica como um tipo de perseguição. Isso quer dizer que comunidades e famílias cristãs ficam subjugados ao domínio islâmico.
A perseguição aos cristãos de origem muçulmana pode acontecer de diversas formas. Eles podem ser discriminados, insultados, banidos, demitidos, agredidos física e sexualmente, forçados a se casar ou divorciar, presos, condenados e até mortos. Quando são descobertos por extremistas islâmicos, os cristãos são mortos instantaneamente, por suposta traição à fé islâmica, considerada a única possibilidade na região ou nação.
Adam* é um cristão de origem muçulmana de 19 anos, no Iêmen. Desde que começou a seguir a Jesus, já foi preso, atacado por familiares e membros de sua comunidade. “Se a pessoa errada descobrir que eu sigo a Jesus, não sei o que acontecerá. Apesar disso, eu nunca quero deixar Jesus. A experiência na prisão, na verdade, fortaleceu minha fé. Estou ainda mais motivado para memorizar as partes do evangelho. É isso que eu quero: que a palavra de Deus esteja arraigada no fundo do meu coração”, revela o cristão.
A hostilidade contra os cristãos de origem muçulmana pode variar de acordo com o sexo. Se for um homem cristão, o objetivo será atingir seu papel de líder da família e minar seu respeito social. Então, eles costumam ser assediados no trabalho, boicotados nos negócios, deserdados, forçados a se divorciar, também perdem a renda para sustento próprio e de familiares, são agredidos, presos, recrutados à força e até mortos.
Já a perseguição às mulheres cristãs de origem muçulmana envolve prisão domiciliar, agressões física e sexual, casamento e divórcio forçado, sequestro, expulsão de casa, perda de herança e da guarda dos filhos e prisão.
Sahar permaneceu fiel a Jesus mesmo com risco de perder o marido e os filhos no Irã
No Irã, Sahar* foi expulsa de casa pelo marido quando ele descobriu sua nova fé. Ela foi obrigada a deixar os dois filhos porque se recusou a negar Jesus. “Eu clamei a Deus, perguntando por que ele me fez mãe e depois me deixou passar por isso. Meu coração estava partido, como ser humano, mulher, mas principalmente como mãe”, testemunha a cristã.
Durante celebrações religiosas islâmicas como o Ramadã, os cristãos também ficam mais sujeitos aos ataques na tentativa de puni-los por trair a religião e a cultura e persuadi-los a retornar à fé da maioria. Eles podem ser atacados por não fazerem o jejum e outros rituais comuns do período.
Já em datas como Natal e Páscoa, os cristãos de origem muçulmana correm mais riscos de serem atacados quando estão reunidos com outros seguidores de Jesus. Extremistas islâmicos aproveitam para atingir o maior número de “infiéis” possível.
A perseguição aos cristãos de origem muçulmana pode acontecer por parte do governo e de autoridades de um país. Em sociedades onde o islamismo é a religião oficial do Estado, as leis costumam ser baseadas na sharia (conjunto de leis islâmicas).
Deixar de ser muçulmano para seguir a Jesus é um crime de acordo com as leis anticonversão. As punições aos cristãos de origem muçulmana podem ser castigos físicos, prisão, exílio e até morte.
Cristãos de origem muçulmana precisam viver a fé em segredo na Ásia Central
O pastor Hakim é um cristão de origem muçulmana na Ásia Central. Ele era monitorado por agentes segurança do governo, já foi preso, interrogado, agredido e ameaçado. Tudo isso porque ele recebe e discipula outros cristãos que deixaram a fé islâmica. Diante de tanta perseguição, o líder cristão precisou fugir com a família para outro país da região.
A Portas Abertas apoia cristãos de origem muçulmana de diversas formas como distribuição de Bíblias e literatura cristã, treinamento sobre liderança e para resistir à perseguição biblicamente, ajuda socioeconômica, cuidado pós-trauma e apoio jurídico.
Akram foi preso em Bangladesh por causa de duas acusações falsas feitas pelos próprios parentes. Enquanto ele foi preso por 81 dias, a Portas Abertas cuidou da esposa e dos filhos do cristão. “Agradeço a todos vocês que oraram continuamente por nós e pelo apoio à minha família durante minha ausência. Vocês socorreram minha esposa e encorajaram, oraram e ofereceram alimentos para minha família”, conclui o seguidor de Jesus.
*Nomes alterados por segurança.
Muitos cristãos de origem muçulmana vivem à margem da sociedade e precisam de alimentação, água e moradia. Faça uma doação e socorra esses irmãos em suas principais necessidades.
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