Portas Abertas • 13 jun 2020
Líder cristão confere as consequências dos ataques do Estado islâmico no Iraque
Desde os tempos bíblicos, Cristo avisava a todos que a perseguição por causa do nome dele iria acontecer. Judeus, romanos, persas, godos, governos comunistas e extremismo religioso foram alguns dos grupos hostis aos discípulos de Jesus em diferentes épocas. Atualmente, grande parte de ataques contra os cristãos na Ásia, África, Europa e Oriente Médio são cometidos por radicais islâmicos. Eles enxergam a cultura ocidental como uma ameaça aos valores muçulmanos e travaram uma jihad, ou guerra santa, contra os infiéis.
A prática fundamentalista da fé islâmica tem servido como base para que muitos grupos surjam, sequestrem, torturem e matem cristãos que insistam em se manter fiéis a Cristo. Porém, a interpretação da ordem de eliminar os infiéis aparece atrelada às recompensas celestiais onde aqueles que morrerem pela causa do islamismo terão todos os tipos de prazeres, como possuir um palácio de pérolas, desfrutar de várias virgens, e comer dos melhores manjares divinos.
Conheça agora 5 grupos extremistas que mais perseguem os cristãos
A rede terrorista Al-Qaeda ficou conhecida mundialmente a partir dos ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. Osama bin Laden idealizou e fundou a rede militante islâmica no fim dos anos 70, como resposta à invasão do Afeganistão pela União Soviética. Neste período, os Estados Unidos davam treinamento e forneciam armas para os soldados locais. Mas com a Guerra do Golfo, as tropas americanas ocuparam a Península Arábica e o líder da Al-Qaeda (“A Base” em árabe) contra-atacou e tornou o antigo aliado em inimigo número 1.
A rede extremista tem ligações com outros grupos como Estado Islâmico, no Iraque e Síria, e Boko Haram, da Nigéria. Já foi responsável por inúmeros ataques em nações como Somália, Estados Unidos, Arábia Saudita, Quênia, Iêmen e França. Com a morte de Bin Laden em 2011, Ayman al-Zawahiri ocupou a liderança da rede radical. Em 2013, o grupo afirmou que a luta contra corrupção e marginalização estava inserida na agenda da jihad global. O cristianismo é considerado uma religião norte-americana, por isso, os que professam a fé em Jesus também são alvos dos ataques violentos dos filiados à Al-Qaeda. Conheça mais a rede radical Al-Qaeda!
Cristão nos escombros de uma vila destruída por militantes do Boko Haram, na Nigéria
Desde 2009, o Boko Haram promove ataques na Nigéria, Chade, Niger e Camarões, e está na 4ª posição da lista de grupos militantes mais mortais do Índice de Terrorismo Global em 2019. Nos últimos cinco anos, os radicais exterminaram mais de 15 mil pessoas. Para eles é proibido a participação de muçulmanos em qualquer atividade política e social associada a países do Ocidente. Eles não devem votar, vestir as mesmas roupas e nem receber a mesma educação dos povos infiéis a Alá.
O termo Boko Haram significa “A Educação do Ocidente é Proibida” e foi dado pelos habitantes da Maiduguri, capital do estado de Borno, na Nigéria, ao grupo denominado Jamaatu Ahlis Sunna Liddaawati wal-Jihad, que em árabe significa “Pessoas Comprometidas em Propagar os Ensinamentos do Profeta e a Jihad”. Segundo a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, os soldados do Boko Haram chegam a cerca de 9 mil homens e células especializadas em bombardeios. Por meio dos ataques a bancos e bases militares, controlam grande quantidade de dinheiro e armas, tornando-se uma opção atrativa para os jovens locais sem perspectiva de um futuro promissor. Entenda melhor como age o Boko Haram!
Mercado destruído pelo Estado Islâmico na cidade de Bartella, no Iraque
O mundo tomou conhecimento do Estado Islâmico em 2014, quando vários territórios da Síria e Iraque foram invadidos pelos insurgentes. O grupo também fez questão de veicular a brutalidade nos sequestros e decapitações. O grupo exige que todos os muçulmanos do mundo jurem fidelidade ao líder, Ibrahim Awad Ibrahim al-Badri al-Samarrai, mais conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, e morem nos territórios controlados por ele. Atualmente, ocupa a 2ª posição na lista de grupos extremistas mais mortais do Índice de Terrorismo Global em 2019
Os extremistas acreditam que ao confrontar diretamente a força de coalizão liderada pelos Estados Unidos estariam pronunciando os confrontos dos finais dos tempos descritos nos escritos islâmicos. O Estado Islâmico surgiu da Al-Qaeda no Iraque em 2006. Mas em 2013, juntou forças com rebeldes que lutavam contra o presidente sírio Bashar al-Assad e tornou-se o “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” (ISIS, da sigla em inglês). Estimou-se que em fevereiro de 2015, o número dos soldados extremistas era entre 20 e 32 mil homens. Apesar da baixa de 10 mil radicais, mais 28 mil muçulmanos foram recrutados. Leia mais sobre o Estado Islâmico!
O grupo Al-Shabaab atacou uma base da polícia e matou 52 pessoas no Quênia
O Al-Shabaab é um grupo militante islâmico que defende a implantação da sharia (conjunto de leis islâmicas) na Somália. Ele surgiu como a ala radical jovem do extinto Conselho Supremo das Cortes Islâmicas da Somália, e por isso o nome significa “Os Jovens” em árabe. Os radicais controlam com punho de ferro as regiões rurais que ainda dominam, punindo com apedrejamento as mulheres acusadas de adultério, amputação das mãos dos ladrões e morte aos muçulmanos que decidem seguir a Jesus.
Aliado à Al-Qaeda e ao Boko Haram, o Al-Shabaab costuma receber ajuda de jihadistas de outros países vizinhos, dos Estados Unidos e da Europa. Estima-se que o número de radicais islâmicos esteja entre 7 e 9 mil homens, que ampliaram a atuação para países fronteiriços como Uganda e Quênia. Para comprar os armamentos, os radicais costumavam usar a renda gerada com o carvão produzido em Mogadíscio, capital da Somália, mas ao perderem o território, o investimento em armas também caiu. Saiba mais sobre o Al-Shabaab!
Os pastores de cabra fulani atacam vilas cristãs inteiras, onde matam os aldeões, incendeiam casas e roubam alimentos
Comumente chamados de pastores de cabra fulani, os radicais atuam há décadas em conflitos em vilas cristãs na região do Centurão Médio da Nigéria, que abrange os estados de Kwara, Kogi, Benue, Plateau, Nasarawa, Níger, Taraba, Adamawa, e as partes do sul dos estados de Kaduna, Kebbi, Bauchi, Gombe e Borno. Os confrontos por terras com agricultores, fizeram milhares de vítimas no país, incluindo mulheres e crianças. Os ataques costumam acontecer à noite e fazem centenas de vítimas fatais, os demais conseguem fugir e ficam deslocados pelo território. De acordo com o relatório “Nigéria-Abordando a violência contra comunidades cristãs”, os conflitos promovidos pelos pecuaristas foram seis vezes mais mortais que os realizados pelo Boko Haram em 2018.
Acredita-se que os fulani seja o maior grupo nômade do mundo e podem ser encontrados nas regiões oeste e central da África. Os extremistas ligados aos ataques têm o costume de gastar mais tempo na mata e convivem com outros grupos minoritários, como os hausas. Pelo forte armamento e informações militares, acredita-se que os extremistas sejam patrocinados por autoridades do governo nigeriano. Para a BBC, os incidentes provocados pelos fulanis estão ligados a terras agrícolas, áreas de pastagem e água. Muitos andam armados para proteger os rebanhos e são associados a roubos, estupros e violência comunitária. Tenha mais informações sobre os pastores de cabra fulani.
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