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Catar

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Catar
  • Tipo de Perseguição: Opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial
  • Capital: Doha
  • Região: Península Arábica
  • Líder: Tamim bin Hamad al-Thani
  • Governo: Monarquia absolutista
  • Religião: Islamismo, cristianismo, hinduísmo, budismo
  • Idioma: Árabe, inglês
  • Pontuação: 68


POPULAÇÃO
2,9 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
409 MIL

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos no Catar? 

Os cristãos no Catar se dividem em duas categorias: cristãos expatriados e nativos de origem islâmica.  

Os cristãos expatriados formam o maior grupo e são principalmente trabalhadores migrantes da Ásia e da África. Eles não são livres para praticar a fé abertamente, e contar a um muçulmano sobre Jesus pode resultar em processo e deportação. As igrejas de expatriados são monitoradas de perto e apenas um número seleto de igrejas foi autorizado a construir templos. Eles estão restritos a um complexo especialmente designado, onde o espaço geralmente é insuficiente. Além disso, os trabalhadores migrantes cristãos vivem e trabalham em condições precárias e a fé torna-se mais um agravante da vulnerabilidade.   

Os cristãos de origem islâmica enfrentam perseguições mais severas, incluindo discriminação, assédio e monitoramento policial. A conversão do islã não é oficialmente reconhecida e provavelmente levará à perda de status e problemas legais em questões domésticas e de propriedade. A maioria dos convertidos são trabalhadores estrangeiros e muitas vezes vivem dentro de suas comunidades nacionais ou étnicas. Eles normalmente sofrem a mesma pressão que enfrentariam em seus países de origem. Os cristãos nativos do Catar são poucos e mantêm a fé em segredo. Eles enfrentam intensa pressão e bullying de suas próprias famílias. É comum que eles tenham contato com o evangelho no exterior e a maioria deles não volta ao país por medo. 

Trabalhar no exterior, longe da família, é uma experiência dolorosa para todo trabalhador expatriado no Catar. Eles sacrificaram a alegria e o conforto de estar com os entes queridos pelo desejo de lhes dar uma vida melhor. A saudade é real para eles, mas Deus, em sua grande compaixão e sabedoria, usa a saudade para aproximá-los de Jesus. Muitos testemunharam que vieram ao país pela oportunidade de ganhar mais, mas Deus tinha um plano maior. Eles encontraram o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, que não apenas lhes deu uma vida melhor, mas também uma vida eterna.”  

Pastor Samuel, que pastoreia migrantes no Catar 

O que mudou este ano? 

A pressão sobre os cristãos de origem islâmica permanece em um nível extremamente alto. Muitas igrejas domésticas fechadas não foram autorizadas a reabrir, o que tornou difícil para as comunidades cristãs afetadas se reunirem e se encorajarem. O monitoramento e a vigilância do governo continuam. Esses convertidos continuam enfrentando limitações, restrições e perseguições de todos os lados: do governo, da sociedade e da própria família.   

Quem persegue os cristãos no Catar? 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra os cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Catar são: opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial.  

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores de hostilidades, violentos ou não violentos, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Catar são: oficiais do governo, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, cidadãos e quadrilhas, parentes.   

Quem é mais vulnerável à perseguição no Catar? 

Os cristãos de origem muçulmana nativos do Catar são os mais vulneráveis à perseguição. Eles são considerados apóstatas e enfrentam assédio da sociedade e correm o risco de serem mortos por sua família. Os laços familiares e de clã são muito fortes e a religião nunca é apenas uma questão de crença privada faz parte da identidade da família e da tribo. Deixar o islã, portanto, não é apenas uma mudança de crença, mas também significa deixar a família. Isso representa uma ameaça à lealdade do grupo, pois aparentar ser fraco traz uma enorme vergonha para a família, o que explica a forma feroz com que os parentes lidam com os convertidos.   

Como as mulheres são perseguidas no Catar? 

Vivendo sob a sharia (conjunto de leis islâmicas), as mulheres na Península Arábica estão sujeitas a limitações em seus direitos humanos e restrições sociais. Culturalmente, é aceito que as autoridades não interfiram na vida doméstica de uma família, o que significa que a violência doméstica muitas vezes não é punida.  

Se a fé cristã de uma mulher de origem muçulmana for descoberta, ela enfrentará forte perseguição. De acordo com a lei e a cultura, é aceitável que a família de uma convertida limite viagens, negue apoio financeiro, prive-a de comunicações externas (por telefone ou internet) e prenda-a dentro de casa. Nos casos mais graves, as seguidoras de Jesus sofrem violência sexual, ou mesmo morte — os chamados crimes de “honra”.  

Mulheres de origem muçulmana são legalmente proibidas de se casar com alguém de outra religião. O casamento forçado com um muçulmano pode ser usado como uma arma para pressionar uma cristã convertida a retornar ao islã. Nos casos mais extremos, a liberdade da mulher é restringida indefinidamente e sua vida é reduzida a ser uma escrava sexual, privada de qualquer relacionamento ou respeito.  

Embora não seja por motivos primordialmente religiosos, as trabalhadoras migrantes cristãs muitas vezes sofrem agressão sexual ou tratamento escravo nas mãos de seus empregadores.   

Como os homens são perseguidos no Catar? 

Os cristãos de origem muçulmana geralmente enfrentam pressão de suas famílias para manter a fé oculta. Quando sua conversão se torna conhecida, a família extensa pode ameaçar tirar sua esposa e filhos. Os convertidos cujas esposas concordam em permanecer com eles podem ter a oportunidade de adorar em particular, mas são proibidos de compartilhar a fé com seus filhos. Portanto, eles tendem a ser isolados da comunidade cristã e têm poucas oportunidades de crescer na nova fé.  

Os seguidores de Jesus também estão sob pressão na área do emprego, pois a perda de status e trabalho afetará toda a família. Dessa maneira, pai, esposa e filhos ficam sem perspectivas de futuro e são isolados socialmente.  

As lideranças nas igrejas são masculinas. Muitos são obrigados a relatar detalhes das atividades na congregação e a se sujeitar as regras impostas pelas autoridades.   

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos no Catar? 

A Portas Abertas apoia o corpo de Cristo na Península Arábica organizando reuniões de orações, distribuindo Bíblias e materiais cristãos e treinando membros e pastores.   

Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Catar? 

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente. 

QUERO AJUDAR 

Pedidos de oração do Catar
 

  • Clame pelos cristãos secretos na Península Arábica. Peça que tenham a fé fortalecida por Deus e experimentem o cuidado especial de nosso pai.   
  • Agradeça ao Senhor pelo crescente número de cristãos na Península Arábica. Ore para que a cultura seja tolerante aos seguidores de Jesus. 
  • Interceda para que os trabalhadores cristãos migrantes tenham seus direitos respeitados e não sejam maltratados pelos empregadores.  

Um clamor pelo Catar 

Deus pai, obrigado pelos cristãos na Península Arábica que atraem mais pessoas a Cristo por meio de seu testemunho silencioso. Incentive aqueles que são cristãos secretos e faça-os saber que o Senhor está perto deles. Proteja as mulheres que estão presas em casamentos abusivos e abra caminho para que elas encontrem a liberdade. Crie espaços seguros para os cristãos se encontrarem, sem medo de perseguição. Amém. 

Ocupando uma pequena península desértica que se estende ao Norte da extensa Península Arábica, tem sido continuamente habitada, mas de forma escassa, desde os tempos pré-históricos. Após a expansão do islamismo, a região se tornou sujeita ao califado islâmico. Depois foi governada por diversas dinastias locais e estrangeiras antes de estar sob o controle da dinastia Thani no século 19.  

A dinastia Thani buscou apoio britânico contra grupos tribais concorrentes e contra o Império Otomano – que ocupou o país no final do século 19 e começo do 20 – e em troca o Reino Unido controlou a política externa do Catar até a independência do país em 1971. 

Período pós-independência 

Desde que declarou a independência da Grã-Bretanha, o Catar passou por mudanças econômicas, sociais e políticas maciças. O país é dominado pela família al-Thani há quase 150 anos. Uma vez uma nação pobre de pescadores, o Catar tornou-se um país próspero e moderno, devido à exploração de campos de petróleo e gás desde a década de 1940. O Catar procurou estabelecer para si um papel único, especialmente através da sua estação de notícias Al-Jazeera, o canal de televisão por satélite mais assistido do Oriente Médio, fundada em 1996. 

Até junho de 2017, o Catar parecia ser uma nação estável, mantendo relações amigáveis com os Estados Unidos e a Arábia Saudita, mas também com o Irã, o Hamas e o Hezbollah (grupos armados islâmicos). Além de alguns protestos online, a Primavera Árabe não parece ter causado qualquer transtorno ao Catar, apesar do seu papel ativo no exterior, sobretudo na Líbia. Isso mudou em 2017, quando Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito, liderados pela Arábia Saudita, romperam todos os laços diplomáticos e econômicos com o país. 

Desde então, todas as fronteiras terrestres e marítimas entre o Catar e a Arábia Saudita, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, respectivamente, foram fechadas até janeiro de 2021. O motivo oficial do boicote é o suposto apoio do Catar a grupos terroristas (entre diversos outros motivos). 

O apoio do Catar à Irmandade Muçulmana (que é designada como uma organização terrorista por Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos) foi o principal motivo de preocupação. Entretanto, usando suas vastas reservas financeiras, o Catar não desistiu e a restauração oficial dos laços ocorreu após o acordo Al-Ula em janeiro de 2021. No entanto, parece que o Catar tem reduzido seu apoio à Irmandade Muçulmana até certo ponto. 

Devido a uma rápida e adequada resposta, o Catar trabalhou para permanecer relativamente sem ser afetado pela pandemia de COVID-19, com apenas 616 mortes relacionadas à doença até 28 de dezembro de 2021. 

A presença cristã no país tem crescido desde o início do desenvolvimento das indústrias de petróleo e gás nos anos 1970, com o subsequente fluxo de trabalhadores expatriados. Embora cristãos expatriados desfrutem de um nível limitado de liberdade religiosa, demorou até 2008 até que a primeira igreja fosse inaugurada no fortemente monitorado complexo religioso fora de Doha. 

Restos de uma estrutura que se acredita ser uma igreja nestoriana foram encontrados na costa sudeste do Catar, perto de al-Warkah. É certo que o local foi ocupado desde o início do século 7 até meados do século 8. Além disso, uma cruz nestoriana foi encontrada em Umm al-Maradim, no Centro do Catar. Essa é a única prova material da presença do cristianismo primitivo no Catar. No entanto, existem muitas evidências documentais do cristianismo no que na antiguidade nestoriana era chamado de Bit Qatraye, nas partes do norte do Golfo Pérsico, das quais o Catar era uma parte importante. Isaac de Nínive, um bispo do século 7 considerado santo em algumas igrejas, nasceu no Catar. 

Cristãos nestorianos do Iraque e da Pérsia e cristãos árabes da Península Arábica podem ter se mudado para o Catar nos séculos 4 e 5 para estabelecer uma presença cristã, como aconteceu no Kuwait, Bahrein e em outros lugares. Há razões acadêmicas para acreditar que, em toda a região, apesar do surgimento do islã, o cristianismo nestoriano floresceu do final do século 7 ao 9. Isso, supostamente, também aconteceu no Catar. No entanto, poucos séculos após a chegada do islã, o cristianismo havia desaparecido. 

Como o Catar fazia parte das importantes rotas marítimas entre o Iraque e a Índia, deve ter tido contato com cristãos, mesmo depois de não ter mais cristãos nativos. Isso pode ter aumentado quando, em 1871, o Império Otomano estendeu seu domínio sobre o Catar. O que durou até 1915, quando a Grã-Bretanha derrotou os otomanos e assumiu o Catar. Em 1916, o país se tornou um protetorado britânico. Em 1949, a exportação de petróleo começou de verdade, levando muitos expatriados. O Catar se tornou independente em 1971. Após o boom dos preços do petróleo em 1973, o número de expatriados aumentou rapidamente, assim como a presença de igrejas para esses estrangeiros. 

Atualmente, a grande maioria dos cristãos migrantes são asiáticos católicos romanos. Até 2008, eles não tinham permissão para construir igrejas e precisavam se reunir em casas, escolas ou outros edifícios particulares. Em 2008, o Catar permitiu a abertura de várias igrejas grandes, localizadas no complexo de uma igreja fora da capital Doha. 

Existem dois grupos de cristãos no Catar, que são estritamente separados um do outro. As comunidades de expatriados constituídas por trabalhadores migrantes cristãos são o maior grupo. Evangelizar muçulmanos é rigorosamente proibido e pode levar a perseguições e expulsões do país. Entretanto, grandes eventos de adoração foram permitidos no passado. O maior problema permanece a falta de espaço suficiente para a igreja, já que apenas um seleto número de igrejas tem permissão para estabelecer prédios no complexo religioso fora da capital, Doha. Muitos desses trabalhadores migrantes precisam viver e trabalhar em condições precárias, e o fato de serem cristãos só aumenta a vulnerabilidade.  

O outro grupo consiste em cristãos de origem muçulmana. Esses convertidos, tanto de origem local como migratória, enfrentam o pior da perseguição. Muitos nativos se convertem fora do país. Convertidos com cidadania do Catar enfrentam pressão muito alta da família muçulmana.  Os migrantes convertidos enfrentam alta pressão e são controlados pelo ambiente social nos campos de trabalho onde vivem. Com frequência, as normas sociais de seus países de origem se aplicam a eles mais do que as normas culturais do Catar. Em alguns casos, eles podem evitar pressão ao viver com uma comunidade internacional, mais do que sua própria comunidade étnica. No entanto, mesmo seus empregadores podem ser uma fonte de perseguição. Tanto os convertidos nativos quanto os migrantes têm risco de discriminação, assédio, monitoramento da polícia e todo tipo de intimidação por grupos de vigilantes. Além disso, uma mudança de fé (deixar o islamismo) não é oficialmente reconhecida e é suscetível a problemas legais no âmbito pessoal e nas questões de propriedade.  

Quase nunca há relatos de cristãos mortos, presos ou prejudicados pela fé, pois o número de cristãos é baixo e eles mantêm a fé em segredo. Existem diferentes níveis de perseguição, dependendo da origem dos convertidos do islamismo para o cristianismo. Os que têm origem catariana enfrentam níveis mais altos de pressão. Para os convertidos do islã de outras origens, como os originários do Paquistão ou do Levante (por exemplo, Jordânia, Líbano, Territórios Palestinos e Síria, entre outros países), depende da resposta da comunidade do cristão no Catar.  

Dentro das comunidades expatriadas, as consequências para os de origem muçulmana dependem mais das normas culturais do país de origem do que das práticas culturais do Catar. Para os expatriados, a conversão ao cristianismo às vezes é mais fácil do que em seu país de origem, porque a família e os parentes estão frequentemente distantes e a pressão social é menos rigorosa.  

De acordo com o Middle East Concern (organização que defende a liberdade religiosa de cristãos), 90% dos catarianos são sunitas e apenas 10% xiitas. O Catar é um dos únicos países wahabistas do mundo, seguindo uma versão puritana do islã. O outro país wahabista é a Arábia Saudita, mas desde os anos 1990 o Catar adotou sua própria versão do wahabismo, menos rigorosa do que na Arábia Saudita. Essa diferença também é conhecida como “wahabismo do mar”, em contraste com o “wahabismo da terra”. 

Embora os muçulmanos sejam livres para adorar em público, grupos religiosos não muçulmanos, como cristãos, só podem adorar em casas particulares ou locais designados. O proselitismo é ilegal e pode levar a penas de até dez anos de prisão. As críticas ao islã são punidas. A conversão do islã para outra religião constitui apostasia, que é proibida e socialmente inaceitável. O direito da família é regulamentado pela sharia (conjunto de leis islâmicas). Quase todos os cidadãos e nativos do Catar são por definição muçulmanos sunitas ou xiitas.  

Portanto, em contraste com a Arábia Saudita, o Catar tem sido relativamente tolerante com a crescente comunidade cristã de expatriados e forneceu terras para a construção de igrejas. Embora a maioria dos expatriados cristãos locais goste disso, há um porém, já que as igrejas estão concentradas em apenas uma área que pode ser considerada como “gueto”. Dessa forma, os cristãos podem ser facilmente monitorados e vigiados, o que geralmente acontece com o pretexto de garantir a segurança deles. 

Enquanto o país se esforça para ser mais aberto e moderno, a interpretação estrita do islamismo continua tendo seu controle na sociedade. Sociedade e governo aplicam costumes islâmicos conservadores em público, por exemplo, exigindo códigos de vestimenta públicos, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas em público, limitando a liberdade de expressão (para impedir críticas ao islamismo) e permitindo que outras religiões adorem somente em particular. 

Comunidade de expatriados 

Mais de 80% da população do país são trabalhadores migrantes expatriados, o que cria um sistema dual de direitos e privilégios. O trabalho forçado e o tráfico de pessoas também são problemas, e operários estrangeiros são sujeitos a abusos, como pagamento insuficiente, falta de habitação e saneamento adequados (devido a complexos de trabalhadores superlotados), violência doméstica e assédio sexual. 

Desde 2013, relatórios de grupos da sociedade civil revelaram que os trabalhadores no Catar experimentam a “escravidão moderna”. Isso se tornou um problema sério, já que o Catar sediou a Copa do Mundo de 2022. A acusação sobre a escravidão moderna também é relevante no contexto do trabalho doméstico. A Anistia Internacional informou em abril de 2014: “As autoridades do Catar não protegem os trabalhadores domésticos migrantes. Eles enfrentam uma exploração severa, incluindo trabalho forçado e violência física e sexual”. Melhorias legais foram feitas em 2018, mas se as coisas mudarão na prática continua uma interrogação. 

É amplamente conhecido que as empregadas domésticas são vulneráveis a incidentes de abuso sexual. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, da sigla em inglês) relata: “As empregadas domésticas não são protegidas pela Lei do Trabalho. Elas são frequentemente pagas com atraso ou não são pagas, convidadas a trabalhar horas excessivas sem dias de folga e recebem espaço de vida inadequado”. Além disso, a Anistia Internacional relata “restrições à liberdade de circulação e comunicação, tratamento humilhante e trabalho forçado sofrido por trabalhadores domésticos no Catar”. 

No entanto, as estatísticas são escassas, pois quase todas as pessoas, organizações e estados envolvidos não têm interesse em revelar a verdadeira situação: o Catar precisa da equipe para trabalhar em residências, mas tem uma cultura de vergonha e não quer uma má reputação. Além disso, os países de origem das empregadas domésticas precisam do dinheiro dos milhares de migrantes que trabalham nos estados do Golfo e não querem colocar em risco seus interesses econômicos.  

Ou os empregadores de empregadas domésticas abusadas são os autores dos abusos ou não têm interesse real em seu bem-estar. As empregadas domésticas costumam ter vergonha por causa dos abusos e não querem ser vistas como “sujas”, seja no próprio Catar, seja por sua família, em casa. Além disso, muitas fornecem uma fonte de renda muito necessária para suas famílias em seus países de origem. As famílias no país de origem orgulham-se do trabalho realizado no Catar e a empregada doméstica não quer decepcionar a família.  

Discriminação e tribalismo 

Segundo especialistas do país, ser cristão é uma vulnerabilidade extra no Catar e pode levar a níveis mais altos de discriminação ou abuso. No entanto, a cor da pele e a origem étnica costumam ter um papel maior. Portanto, os expatriados cristãos ocidentais (brancos) têm muito menos probabilidade de sofrer assédio do que os expatriados cristãos africanos ou asiáticos. Além disso, trabalhadores altamente qualificados enfrentarão menos dificuldades do que trabalhadores pouco qualificados. Portanto, um migrante cristão pouco qualificado de origem africana será mais vulnerável no Catar. 

O tribalismo ainda desempenha um papel enorme na sociedade do Catar, apesar da chegada da tecnologia (e da arquitetura) moderna. Existe uma contínua influência e aplicação de normas e valores milenares. Esse tribalismo está claramente misturado com o islã e afeta especialmente os cristãos de origem muçulmana. Como no resto do Oriente Médio, a religião está ligada à identidade da família. Portanto, deixar o islamismo é interpretado como trair a família. Em geral, as famílias exercem forte pressão social sobre os convertidos para fazê-los retornar ao islã, deixar a região ou silenciar sobre a nova fé. Em muitos casos, os convertidos são separados da família como resultado da conversão. 

Sobre nós

Uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus.

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