Portas Abertas • 7 out 2022
Burkina Faso viveu dois golpes apenas em 2022
No domingo, 2 de outubro, Paul-Henri Damiba renunciou ao cargo de presidente em Burkina Faso. Ele alegou querer o fim da violência causada pelos ataques na última sexta-feira, 30 de setembro. Desde então, o capitão Ibrahim Traoré, de 34 anos, se autodeclarou o novo líder militar do país e encerrou os ataques. O capitão Traoré prometeu cumprir várias exigências do governo anterior, entre elas, manter a promessa do retorno de Burkina Faso à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, da sigla em inglês) e à União Africana até 2024.
Ibrahim Traoré é o chefe de estado mais jovem na África e enfrenta o desafio de devolver estabilidade e segurança para o país que já passou por um golpe no começo deste ano. Burkina Faso ocupa a 32ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022. Os cristãos representam 25% da população e são os principais alvos dos extremistas islâmicos com sequestros e outros tipos de violência, sobretudo no Leste do país.
Ibrahim disse aos funcionários do governo: “Sei que sou jovem, mais novo do que a maioria de vocês. Não queríamos que as coisas chegassem a esse ponto, mas não vimos outra alternativa”. Os militares alegaram que o novo golpe foi motivado pela crescente insegurança causada pelos extremistas islâmicos no país e a ineficácia das medidas de Damiba em resolver o problema.
A onda de violência recente matou centenas de pessoas e gerou aproximadamente dois milhões de deslocados internos. Muitos temem que Traoré siga o exemplo do país vizinho, Mali, que recorreu ao grupo Wagner, uma organização paramilitar russa, para resolver o conflito com os extremistas.
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