Portas Abertas • 26 nov 2023
O encontro de três dias reuniu 37 parentes das vítimas do ataque
Em junho deste ano, homens armados, ligados ao grupo extremista Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês), atacaram uma escola em Kasese, Oeste de Uganda. Ao todo, 42 vítimas foram brutalmente assassinadas, sendo 37 estudantes. A maioria dos pais das crianças já sepultou os estudantes assassinados, mas 11 crianças continuam desaparecidas.
Tem sido desafiador para a comunidade cristã superar a dor e o trauma causados pelo ataque. A incerteza e a angústia têm mantido muitas famílias de joelhos, em oração. Por isso, parceiros locais da Portas Abertas continuam o ministério de presença e cuidados pós-trauma com os familiares das vítimas.
Uma das ações foi um encontro de três dias, entre 17 e 19 de outubro, em Kasese. Ao menos 37 pessoas participaram da programação, sendo 33 adultos (16 homens e 17 mulheres), dois jovens e duas crianças, todos diretamente relacionados às vítimas do ataque em junho. As famílias cristãs receberam encorajamento e cuidados pós-trauma.
Uma das participantes do encontro, Sylvia, perdeu o filho e o marido no ataque. O filho era estudante e Zephanas, o marido, era o segurança noturno da escola. Desde o atentado, a cristã de 41 anos enfrenta o luto e ao mesmo tempo luta para sustentar sozinha os outros filhos pequenos que dependem dela.
“Peça a Deus que eu tenha energia para cuidar dos meus filhos e capacidade para trabalhar. Agora, tudo depende de mim. É difícil acordar todos os dias, porque perdi a esperança. Sinto que meu corpo não tem forças”, conta a cristã. O encontro de cuidados pós-trauma foi um refrigério para Sylvia. Mas ainda há muito a processar e a necessidade de cuidado emocional e espiritual continua por algum tempo para ela e para outros membros da comunidade cristã local.
O cristão Kule, de 45 anos, também participou do encontro. Ele continua aguardando o retorno do filho desaparecido. O jovem tinha 15 anos. “Não tenho paz em casa porque me lembro das coisas que ele costumava fazer. Depois da escola, ele alimentava os animais e trabalhava no pequeno jardim de casa. Essas lembranças ficam sempre em minha mente. Não tenho paz”, diz Kule.
“Peço a Deus que nos mostre o caminho, no meu caso, para encontrar meu filho, esteja ele vivo ou morto. Clamo a todos que nos ajudem em oração. Peçam a Deus que nos ajude. O que é impossível para o homem, é sempre possível para Deus”, conclui o cristão.
Conforme o tempo passa, a comunidade cristã em Kasese tem sido um exemplo para muitos. Em meio a luto, dor e dúvidas, eles não deixaram de lembrar as promessas e o caráter do Senhor e louvá-lo. No final do encontro de três dias, os participantes cantaram: “Eu quero cantar ao Senhor Jesus porque ele nos vê. Quero louvar ao Senhor poque ele nos vê. Ele nos vê. Ele nos vê”. Um dos participantes disse: “Não me sentia consolado dessa forma desde que perdi meu filho”.
Em maio de 2024, igrejas de todo o Brasil estarão unidas em oração no Domingo da Igreja Perseguida (DIP) pelos seguidores de Jesus no continente mais mortal para cristãos. Não fique de fora do maior movimento de intercessão nacional pelos cristãos perseguidos e ajude a transformar a vida dos nossos irmãos na fé na África Subsaariana.
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