Portas Abertas • 22 jul 2022
Os direitos dos cristãos são defendidos pela lei, mas na prática, os ataques violentos são recorrentes
Amanhã, 23 de julho, celebra-se o Dia da Revolução do Egito. Há 70 anos, o rei Faruk foi deposto e um grupo de soldados chamados “oficiais livres” assumiram o poder com a proposta de modernizar e recuperar a economia do país.
Nesse governo, os militares promoveram ações como a extinção dos partidos políticos, a industrialização e o combate ao fundamentalismo islâmico. No entanto, Hosni Mubarak iniciou uma ditadura de 30 anos pouco depois. O ditador foi deposto em 2011 e, após instabilidades políticas, Abdel Fattah Al-Sisi assumiu a presidência e governa o Egito com autoritarismo.
Apesar do discurso de defesa da liberdade religiosa da nova gestão, na prática, o preconceito contra os cristãos e o extremismo islâmico se mantiveram. O Egito ocupa o 20º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, por ser um local onde há muitos ataques violentos e pressão aos cristãos, especialmente os de origem muçulmana.
Parte dos grupos extremistas islâmicos agem nas áreas rurais do Egito, onde têm maior controle e influência sobre as comunidades e conseguem agir impunemente. Em junho deste ano, por exemplo, três cristãos foram mortos em ataques em série e os responsáveis não foram presos.
As mulheres cristãs também são vulneráveis à perseguição. Assédio e conversão forçada por meio do casamento com muçulmanos são alguns dos desafios que elas enfrentam. No começo de julho, compartilhamos a história de uma cristã cujo marido se converteu ao islamismo e queria obrigá-la a seguir a mesma fé que ele.
Os templos e prédios das igrejas também são atingidos pela perseguição no Egito. Através de leis, o governo dificulta a regularização dos templos e proíbe a construção de novas igrejas. O Egito foi endereço de grandes momentos históricos da Bíblia e de igrejas históricas, hoje o país dificulta a existência e a permanência dos cristãos e das igrejas locais.
No Egito e no Oriente Médio estão localizadas as primeiras igrejas cristãs do mundo que marcaram os primeiros anos do cristianismo. Elas correm risco de desaparecer por causa da pressão dos governantes e da sociedade contra elas. Sua doação ajuda a fortalecer a liderança da igreja e prepara seus membros para serem atuantes na sociedade.
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