Portas Abertas • 2 abr 2024
Extremistas atacaram estudantes no Quênia na Páscoa de 2015
Jane é uma jovem sobrevivente do ataque à Universidade de Garissa que aconteceu há exatos nove anos. Ela presenciou o momento em que militantes do grupo extremista Al Shabaab atacaram a instituição de educação no Nordeste do Quênia.
No dia do atentado, 2 de abril de 2015, Jane perdeu o horário e não conseguiu chegar a tempo para a tradicional reunião de oração que os estudantes faziam. Muitos alunos que estavam na devocional daquele dia foram mortos assim como alguns outros jovens espalhados pelo campus da universidade.
Jane perdeu amigos próximos e colegas no atentado. Sobreviventes como ela ficaram com muitos traumas. Desde 2015, parceiros da Portas Abertas acompanham muitos jovens sobreviventes no processo de cuidados pós-trauma e recomeço de vida após o ataque de Garissa.
“Eu sobrevivi ao ataque aterrorizante em 2015 e estava muito traumatizada quando conheci a organização de vocês e fui muito ajudada”, disse Jane na última visita que nossos parceiros locais fizeram à jovem cristã em 2023.
Ela também compartilhou detalhes das lembranças que tem do ataque e como a vida ficou difícil depois do atentado. “Basta o som de portas batendo ou de um pneu cantando na rua para trazer as memórias à tona”, conta Jane.
Sala de oração onde muitos estudantes foram assassinados
A jovem também se lembra da dor que sentiu ao ser transferida para um novo local de estudos. “Os estudantes na nova instituição começaram a tratar os sobreviventes da Universidade de Garissa de maneira diferente”, conta Jane. A distinção fez com que os alunos transferidos da Universidade de Garissa ficassem ainda mais isolados, o que intensificou seus traumas.
Em setembro de 2019, Jane e outros sobreviventes do ataque foram beneficiados pelo projeto da Portas Abertas de cuidados pós-trauma, com apoio emocional e espiritual. Ela também participou do treinamento Permanecendo Firme Através da Tempestade (SSTS, da sigla em inglês) e foi acompanhada pelo ministério de presença, que acompanha de perto em oração, encorajamento e ajuda emergencial por meio de parceiros locais da Portas Abertas.
Em 2021, Jane ingressou no projeto de geração de renda da Portas Abertas. A iniciativa ensina princípios bíblicos de planejamento financeiro e oferece uma pequena ajuda inicial para que cristãos perseguidos comecem pequenos negócios que ao longo do tempo se tornam a fonte de sustento e autonomia de famílias perseguidas. No caso de Jane, ela optou por criar pequenas aves em casa.
Jane cuida de galinhas para sustentar a família
“O projeto me ajudou a sustentar financeiramente minha família. Comecei a criar pintinhos de galinha no quintal. Posso vender as galinhas e os galos quando crescem o suficiente. Além disso, posso vender os ovos e isso gera uma renda para mim. Com esses recursos, cuido da minha roça, onde planto vegetais e milho para a sobrevivência da minha família.”
Hoje, com 31 anos, Jane está mais forte. As lembranças do ataque a acompanharão para sempre. Ainda assim, a jovem diz: “Não estou mais dominada pelo estresse e pelo trauma. Estou forte. Vejo que fui curada com o apoio de vocês e sou tão grata por isso. Obrigada por tudo que vocês fizeram por mim”.
Jane também trabalha como professora e sonha em conseguir um cargo permanente como educadora no Departamento de Educação. A jovem não é um caso isolado. Muitos cristãos perseguidos enfrentam os traumas de ataques de Páscoa. Entenda essa realidade no artigo.
Ataques a igrejas, escolas e hospitais são uma tática utilizada para amedrontar os cristãos e acabar com sua presença e influência na comunidade. Sua doação permite que igrejas destruídas sejam restauradas e continuem a representar o Reino de Deus nas comunidades onde cristãos são vulneráveis.
Pedidos de oração
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