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Portas Abertas • 02 abr 2025
Antes do ataque, o prédio da universidade foi cercado por 15 horas
O ataque à Universidade de Garissa foi o maior atentado contra cristãos no Quênia. Na Páscoa de 2015, no dia 2 de abril, o grupo Al-Shabaab invadiu a universidade após 15 horas cercando o local. Durante o ataque mais mortal no Quênia, 148 pessoas foram assassinadas e outras ficaram feridas. Dos 148 mortos, 142 eram cristãos.
Os alvos dos radicais islâmicos eram os 250 jovens cristãos que participavam dos encontros da União Cristã no Nordeste do país, onde adoravam a Deus, estudavam a Bíblia e tinham curso de desenvolvimento de liderança. Por isso, todos os alunos muçulmanos tiveram a vida poupada no ataque.
Sala usada para oração, onde muitos alunos cristãos foram assassinados em 2015
Fred acordou com o barulho dos tiros e, ao ver que a universidade estava cercada, escondeu-se debaixo da cama. Apesar de dois terroristas terem entrado no quarto do jovem, eles não descobriram o esconderijo do cristão.
Já Ronnie* sobreviveu por um milagre, pois foi baleado na mão e na mandíbula. Os ferimentos causaram a perda de três dedos e parte da audição. “Outras pessoas podem ficar um dia ou dois sem pensar no incidente. Para mim, é diferente. Sempre que olho para os meus dedos ou me esforço para ouvir alguém, sou forçado a lembrar de tudo”, revela Ronnie.
Nick* estava na sala de oração quando o ataque começou e viu os irmãos na fé serem assassinados. Ao tentar fugir do local, foi baleado no braço e a lesão o impossibilita de levantar objetos pesados e fazer alguns tipos de atividades.
Ao longo dos anos, parceiros locais da Portas Abertas têm acompanhado vários desses estudantes, oferecendo apoio por meio de cuidados pós-traumas, projetos de geração de renda, orações e ministério de presença. Desde 2 de abril de 2015, árvores foram plantadas e serviços foram realizados em memória daqueles que morreram durante o ataque à Universidade de Garissa.
Ronald, um dos sobreviventes, contou em uma visita dos parceiros locais em 2025, dez anos após o ataque, que está muito melhor e como as orações o encorajaram a perseverar todos esses anos. "Estou bem e grato pelo que o Senhor fez por mim. Ele me abençoou com o emprego que pedi a ele, servindo as crianças, compartilhando minhas habilidades e conhecimentos”, conta.
Ronald, sobrevivente de Garissa, à direita, e seu pai, à esquerda
“Estou emocionalmente estável agora, sem problemas de raiva, cheio de paz de espírito. Sou grato pelo apoio incessante, pelas orações e pela preocupação de vocês com meu bem-estar. Meus pais também estão bem e agradecem suas orações. Peço que continuem orando por mim, para que eu permaneça focado no meu curso e tome as decisões certas”, relatou o jovem.
Um de nossos parceiros locais que acompanhou Ronald ao longo dos anos compartilha: “Seus ferimentos estão curados, mas as cicatrizes estão lá. Ele conseguiu viver com seus dedos faltantes, ainda se esforça para ouvir. Mas conseguir um implante coclear é muito caro para ele. Instituições privadas não o contratariam, mas o governo finalmente o fez. Ronald acredita que Deus o chamou para servir as crianças e prepará-las antes de irem para a universidade”.
Sobreviventes reunidos durante encontro de restauração promovido pela Portas Abertas
Após o ataque na Universidade em Garissa, a Portas Abertas enviou colaboradores de 11 nacionalidades diferentes para levar consolo e encorajamento para todos os enlutados e, em 2020, a Portas Abertas promoveu um encontro para restauração de mais de 70 cristãos sobreviventes de todo o Quênia. Havia pastores e líderes de igrejas locais trabalhando no amparo e na cura desses irmãos atingidos pela violência religiosa.
Já se passaram anos desde que o ataque aconteceu, mas as lembranças continuam na memória dos sobreviventes e a dor da ausência está presente na família de todos que perderam entes queridos. Por isso, o apoio dos irmãos na fé ao redor do mundo é essencial para que eles permaneçam confiantes em Cristo.
*Nomes alterados por segurança.
De muitas maneiras, ataques e sequestros como de Garissa, Leah Sharibu e de Chibok mostram a importância da campanha Desperta África. Eles não foram incidentes únicos ou isolados, mas os primeiros avisos da violência contra cristãos que se espalharia na África Subsaariana.
Ao lembrar o ataque de Garissa e os cristãos que morreram naquele dia, não esqueça que essa violência permanece em partes da África Subsaariana e não devemos permanecer em silêncio sobre isso. Assine a petição!
Pedidos de oração