Portas Abertas • 19 mai 2024
O marido de Gertrude foi morto e o filho de três anos sequestrado por extremistas na África (foto representativa)
Para cristãos como Gertrude*, de 27 anos, que é uma viúva e cuida sozinha de seus filhos e dos de sua irmã, a vida é particularmente difícil no Leste da República Democrática do Congo. Em agosto de 2021, membros das Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês) mataram o marido dela e levaram o filho de três anos da cristã.
As ADF continuam a atacar com violência, sendo as vilas cristãs o principal alvo dos extremistas. Essa insegurança unida à responsabilidade de suprir sozinha a família, pode desencorajar e causar dúvidas no coração de qualquer cristão. Ainda assim, Gertrude se mantém fiel a Deus que é sua força.
Gertrude contou que no dia do ataque, quando ela e o filho estavam a caminho da pequena plantação da família, ouviram um tiroteio ao redor deles. Mas isso não era incomum. O marido da cristã disse: “O homem morre um dia, e ele também nasce um dia. Se for o dia de morrer, não tenho medo em meu coração”. E eles continuaram trabalhando, enquanto o filho brincava por perto.
Eles estavam quase acabando o dia de trabalho quando homens armados atacaram. “Quando meu marido caiu, bloqueou o menino. Eu rastejei para dentro da mata, mas eles atiraram no meu pé.” Gertrude foi atingida por um segundo tiro no pé e um terceiro no estômago e ainda testemunhou a morte do marido. “De onde estava, pude vê-los levando meu menino e decapitando meu marido. Eu perdi o resto de força que tinha.”
“Quando eles o mataram, me senti morta também. Meu primeiro pensamento foi nas crianças. Como eu poderia prover para elas?” Milagrosamente, Gertrude conseguiu rastejar e encontrar um lugar para se esconder em uma estrada próxima, onde ficou cerca de cinco horas, enquanto o tiroteio continuava ao redor dela.
Gertrude e o marido estavam trabalhando na plantação quando foram atacados (foto representativa)
Quando os tiros pararam, Gertrude amarrou uma jaqueta na barriga e se forçou a ir até a estrada onde estavam muitos soldados. Eles a levaram para o campo onde apenas algumas horas antes ela estava feliz, trabalhando em como família, mas nenhum rastro do filho foi encontrado. Gertrude acredita que as ADF podem tê-lo levado. “Se ele estivesse morto, estaria perto do pai”, ela disse.
A cristã foi levada para um hospital geral para os cuidados médicos apropriados. Antes do ataque, Gertrude vivia com seus cinco filhos e os seis filhos da irmã, que também foi morta pelas ADF em maio de 2018. Agora, a jovem viúva tem que cuidar de todas as crianças sozinha.
“Desde que meu marido morreu, eu não fui mais cultivar. Meu pé dói se eu ando muito. As crianças não podem mais estudar porque eu não posso mais pagar as mensalidades.” Em meio à incerteza e às dificuldades, Gertrude se apegou a Deus. “Se eu me afastasse de Deus, já estaria morta. Disse a mim mesma que todos somos apenas forasteiros nesta terra. É Deus quem me dá força para ser capaz de suportar essa dor.”
Gertrude e os filhos continuam orando em casa e tendo comunhão na igreja. Ela sabe que as orações da comunidade a sustentam. “Quando me sinto mal, eu os chamo para isso ou aquilo, eles me ajudam em oração, e eles também me encorajam a orar, e isso me ajuda a não me cansar.”
No dia 26 de maio, mais de 15 mil igrejas estarão unidas em oração no Domingo da Igreja Perseguida (DIP). No DIP 2024, nosso alvo de oração é a Igreja Perseguida na África Subsaariana. Não fique de fora do maior movimento de oração pelos cristãos perseguidos. Inscreva sua igreja agora!
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