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Azerbaijão

AZ
Azerbaijão
  • Tipo de Perseguição: Paranoia ditatorial, opressão islâmica, opressão do clã
  • Capital: Baku
  • Região: Ásia Central
  • Líder: Ilham Aliyev
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Islamismo, cristianismo
  • Idioma: Azeri, russo, armeniano
  • Pontuação: 59


POPULAÇÃO
10,1 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
247 MIL

DOAR AGORA

R$

* Em breve este perfil será atualizado com informações referentes à Lista Mundial da Perseguição 2023.  

Como é a perseguição aos cristãos no Azerbaijão? 

O governo do Azerbaijão monitora as atividades de grupos religiosos de perto. Oficialmente, o país é secular e a religião é tolerada. Entretanto, o nível de vigilância é tão alto que cristãos no Azerbaijão não sabem mais em quem confiar. Igrejas Ortodoxas Russas experimentam o mínimo de problemas do governo, já que elas geralmente não tentam fazer contato com a população azeri. São os cristãos nativos de origem muçulmana que suportam o peso da perseguição, tanto nas mãos do Estado, quanto de família, amigos e comunidade. 

“Eu tive que pagar uma multa porque os membros de nossa igreja se reuniram para orar e adorar. As autoridades não permitiram que nossa igreja se reunisse em um local por muitos anos. A polícia e oficiais do governo alertaram membros da igreja para não se encontrarem. Se nos reuníssemos de novo para adorar, pagaríamos uma multa dobrada.”

SHABANOV, PASTOR NO AZERBAIJÃO

O que mudou este ano? 

Os níveis de pressão são mais altos nas esferas da vida privada e igreja e também subiram. Os dois principais tipos de perseguição no Azerbaijão são a paranoia ditatorial e a opressão islâmica (misturada com opressão do clã), sendo ativos em todas as esferas da vida. Apesar disso, a opressão islâmica domina na vida privada e na família e a paranoia ditatorial na nação e na igreja. Os dois tipos “se encontram” na comunidade. Famílias muçulmanas, amigos e moradores da vila exercem pressão principalmente em convertidos, enquanto o governo impõe muitas restrições às atividades das igrejas. 

Quem persegue os cristãos no Azerbaijão? 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Azerbaijão são: paranoia ditatorial, opressão islâmica e opressão do clã. 

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Azerbaijão são: oficiais do governo, cidadãos e quadrilhas, partidos políticos, parentes e líderes religiosos não cristãos. 

Quem é mais vulnerável à perseguição no Azerbaijão? 

De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, os cristãos vivem principalmente em Baku e outras áreas urbanas. A pressão de ambientes muçulmanos aos convertidos é mais intensa fora das grandes cidades. Após o conflito de Karabjah nos anos 1990, muitos cristãos no Azerbaijão (que eram da etnia armênia) deixaram o país ou foram para a república dissidente. O novo conflito que começou no final de setembro de 2020 em Karabjah teve consequências severas para os cristãos na região já que o bombardeio destruiu casas, prédios oficiais e até mesmo algumas igrejas. Centenas de pessoas foram mortas. 

Como as mulheres são perseguidas no Azerbaijão? 

O Azerbaijão é um país tipicamente caucasiano onde as tradições familiares e as regras são muito rígidas, e a desobediência aos membros mais velhos da família é inaceitável. Normas patriarcais e discriminação quanto a estereótipos de gênero continuam predominantes, e espera-se que mulheres permaneçam em casa e priorizem os deveres domésticos e familiares. 

Nesse contexto, mulheres não são livres para escolherem sua própria religião e enfrentarão perseguição após a conversão ao cristianismo. Assim, cristãs convertidas (geralmente de origem muçulmana) são mais vulneráveis à perseguição — como cristãs e como mulheres que ousam desafiar a ordem existente. Elas estão em maior risco do que as não convertidas de experimentar abuso verbal e físico, assédio, ameaça, prisão domiciliar, discriminação e rejeição pela família e comunidade muçulmana. Mulheres convertidas em regiões conservadoras também correm o risco de serem sequestradas e casadas à força com homens muçulmanos com o objetivo de forçá-las a voltarem para o islamismo. Isso acontece com frequência, tipicamente em áreas rurais remotas e em casos em que arranjos pré-maritais foram feitos antes da conversão. 

Como os homens são perseguidos no Azerbaijão? 

No Azerbaijão, homens cristãos de origem muçulmana estão em maior risco do que não convertidos de experimentar abuso físico e verbal, assédio, ameaça, discriminação e rejeição pela família e comunidade muçulmana. Convertidos conhecidos serão assediados e interrogados duramente pela família e pela comunidade, alguns são chamados para a delegacia para questionamentos. 

Homens cristãos — convertidos e não convertidos — são alvo por seu papel como chefe de família e principal provedor financeiro. Quando um homem cristão se torna alvo de perseguição (possivelmente perdendo seu emprego) toda a família dele sofrerá. Se ele é um líder de igreja, o fato de ele ser perseguido afetará a igreja e pode resultar em um aumento do medo entre os membros da igreja.  

Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Azerbaijão?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a necessidade é mais urgente. 

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Pedidos de oração do Azerbaijão 

  • Peça a Deus para que a legislação no Azerbaijão seja alterada, de forma a se tornar menos restritiva para os cristãos. 
  • Interceda para que os cristãos não precisem ser vigiados constantemente. 
  • Ore para que, mesmo que não haja nenhuma possibilidade de mudança no governo em um futuro próximo, os governantes no poder sejam transformados por Cristo. 

O Azerbaijão foi uma nação independente de 1918 a 1920, mas então foi incorporada à União Soviética. Ele se tornou uma república constituinte (união) em 1936. O Azerbaijão declarou sua soberania em 23 de setembro de 1989 e sua independência em 30 de agosto de 1991, com Ayaz Mutalibov, antigo primeiro secretário do Partido Comunista Azeri, se tornando o primeiro presidente do país. Eleições em junho de 1992 resultaram na escolha do Partido da Frente Popular (PFP), liderado por Abulfaz Elchibey, que se tornou o primeiro presidente não comunista do país eleito democraticamente.  

Os primeiros anos da independência do Azerbaijão (1992-1994) foram ofuscados pela guerra travada entre a maioria étnica armênia que vivia na região de Nagorno-Karabjah e o exército do Azerbaijão. No final das hostilidades, em 1994, os armênios controlavam de 14 a 16% do território azeri. Um cessar-fogo foi alcançado, mas o problema nunca foi resolvido. De tempos em tempos, há focos de atividades militares. Como resultado, há uma imensa desconfiança no Azerbaijão contra tudo da Armênia.  

O presidente Elchibey foi oficialmente deposto por um referendo nacional em agosto de 1993, quando o Conselho Nacional deu os poderes presidenciais para um novo representante, Heydar Aliyev, antigo primeiro secretário do Partido Comunista Azeri (1969-1981) e depois membro do Politburo da União Soviética, da KGB, e vice-primeiro ministro da União Soviética (até 1987). Aliyev foi eleito para um mandato de cinco anos como presidente, com uma oposição apenas simbólica. Aliyev venceu a reeleição para outro mandato de cinco anos em 1998, em uma eleição marcada por grandes irregularidades.  

A Constituição do Azerbaijão foi alterada no final de 2002. Isso ocorreu para permitir que o filho do presidente de 80 anos, Ilham Aliyev, sucedesse o pai, que deu entrada em um hospital turco em julho de 2003 por causa de problemas no coração. Em agosto de 2003, Ilham Aliyev foi indicado como primeiro-ministro. Nas eleições presidenciais de outubro de 2003, o filho foi anunciado vencedor enquanto analistas internacionais relataram diversas irregularidades. Ele foi empossado como presidente no final do mês. Ilham Aliyev foi reeleito para um terceiro mandato como presidente em outubro de 2013. Então, ele lançou uma repressão a elementos da oposição. Em abril de 2018, o presidente Aliyev garantiu o quarto mandato, com partidos de oposição boicotando as eleições. 

Em 25 de setembro de 2020, uma nova guerra começou entre Azerbaijão e Armênia sobre a disputada região de Nagorno-Karabjah. Dessa vez, o exército azeri conseguiu derrotar os armênios. Um acordo de paz foi anunciado em 12 de novembro de 2020, o que significa que Nagorno-Karabjah voltou à autoridade do Azerbaijão, enquanto dois mil soldados russos protegeriam a população armênia. Desde então, houve vários incidentes na linha de frente. Um dos exemplos mais recentes é o conflito que ocorreu em 17 de agosto de 2021. 

O cristianismo chegou ao Reino da Albânia no século 1. As origens e a formação da Igreja Albanesa estão intimamente ligadas com a história do cristianismo oriental (nestorianismo). O cristianismo se tornou oficialmente a religião do Estado no começo do século 4. Exércitos árabes invasores transformaram a Albânia em um Estado vassalo depois que a resistência cristã, conduzida pelo rei Javanshir, foi suprimida em 667 d.C. Desse momento em diante, o islamismo se infiltrou no país. No começo do século 11, o território foi tomado pelas ondas das tribos oguzes turcas da Ásia Central. A primeira dessas dinastias turcas estabelecida foi a seljúcida, que entrou na área agora conhecida como Azerbaijão em 1067. Uma clara divisão começou a se desenvolver com o islamismo sendo a religião dos azeris e o cristianismo a religião da minoria armênia.  

No século 16, o primeiro xá dos safávidas estabeleceu o islamismo xiita como a religião do Estado. Em 1806, o que é agora o Azerbaijão foi ocupado pelo Império Russo durante a Guerra Russo-Persa (1804-1813). Com os russos, chegou uma nova onda de cristãos, já que o regime levou russos étnicos, que em sua maioria pertenciam à Igreja Ortodoxa Russa. Em 1918, o Azerbaijão declarou independência, mas foi conquistado pelos soviéticos em 1920. Desde que o Azerbaijão se tornou um Estado independente novamente, em 1991, muitos russos deixaram o país, o que enfraqueceu, principalmente, a Igreja Ortodoxa Russa. Protestantes russos, entretanto, atuam em um papel de formação nos estágios iniciais da nova igreja azeri. 

De acordo com o World Christian Database, 96,2% da população é muçulmana e apenas 2,4% cristã. O Azerbaijão é o único entre as antigas repúblicas soviéticas que possui uma grande maioria de xiitas (85% dos muçulmanos do país) e uma pequena minoria sunita (15%). Entretanto, seria errado chamar o Azerbaijão de país muçulmano. Os 70 anos de ateísmo durante a era soviética deixaram uma influência profunda: o governo, os herdeiros dos ateístas soviéticos, é firmemente secular e coloca o islamismo sob um controle rígido. A maioria da população muçulmana parece seguir as tradições islâmicas simplesmente como uma forma de cultura. Em uma sondagem da empresa de pesquisa de opinião Gallup (2006-2008), apenas 21% dos entrevistados do Azerbaijão declararam que a religião é uma parte importante da vida diária. Isso torna o Azerbaijão o país de maioria muçulmana menos religioso do mundo.  

O cristianismo no Azerbaijão é visto com certa hostilidade. Isso tem uma razão histórica: o imperialismo russo, a inimizade armênia e o neocolonialismo ocidental são todos considerados como manchas para a nação. Devido à massiva emigração de armênios e russos desde 1991, igrejas no Azerbaijão veem uma diminuição acentuada no número de membros. Outra fraqueza que as igrejas testemunham no Azerbaijão é que ela é muito dividida. Há pouca cooperação e muita divisão entre as várias denominações. Isso joga a favor do governo porque enfraquece a igreja.  

Além das restrições contidas nas leis, muitas comunidades de fé descobrem que há também restrições não escritas. Sem a indicação de aprovação de figuras do antigo regime, provavelmente grupos não podem exercer liberdade de religião e crença. Isso impede que comunidades existam legalmente e conduzam atividades como a abertura de lugares para adoração, recuperação de propriedades confiscadas na era soviética, realização de eventos públicos e publicação de literatura religiosa.  

O Azerbaijão usa uma agência especial do governo, o Comitê Estadual de Associações Religiosas da República do Azerbaijão (SCWRA, da sigla em inglês), para supervisionar e restringir a religião. Para funcionar como grupo religioso, é necessário se registrar no SCWRA. Isso requer a assinatura de 50 membros oficiais. Além disso, o SCWRA deve aprovar toda a literatura religiosa e materiais antes de serem produzidos, importados ou distribuídos.  

Um processo de registro começou depois de um conjunto de leis que regularizam assuntos religiosos ser introduzido em 2009. Mas praticamente estagnou, deixando muitos pedidos de recadastramento não respondidas. Algumas comunidades religiosas descobriram que o recadastramento obrigatório significa o cancelamento do registro. Por exemplo, a União Batista tinha dez congregações registradas em 1992. Depois de uma série de recadastramentos obrigatórios com cada vez um menor número de congregações sendo aceitas, apenas uma congregação em Baku foi finalmente recadastrada em 2015. Todas as outras congregações que apresentaram pedidos repetidos receberam rejeições. 

Entretanto, houve algum movimento em 2020: a comunidade batista de Aliabad, que teve seu status legal negado por 25 anos, finalmente abriu para cultos em janeiro de 2020. O Comitê Estadual de Trabalho com Organizações Religiosas escreveu que “não tinha objeções” a encontros uma vez por semana durante duas horas. Em geral, entretanto, oficiais do Comitê Estadual continuam negando registros estaduais para comunidades religiosas, com a exigência de ter no mínimo 50 cidadãos adultos para apresentar um pedido. Comunidades religiosas reclamam muito do processo de tomada de decisão obscuro e arbitrário do Comitê Estadual. 

De acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 2020, a composição étnica da população é 91,6% azeris, 2% lezguianos, 1,3% armênios (quase todos os armênios vivem na região de Nagorno-Karabah), 1,3% russos, 1,3% talysh e 2,4% outros.  

O Azerbaijão está classificado em 129º no Índice de Percepção de Corrupção 2020 entre 180 países. A corrupção é endêmica em todos os níveis da administração e do governo. Cristãos enfrentam corrupção no dia a dia; para conseguir algo precisam pagar propinas. Grupos não registrados sofrem mais, já que sabem que as atividades são ilegais e que possivelmente terão de subornar oficiais. 

Pessoas interessadas na fé cristã podem obter materiais na própria língua. A proximidade das línguas azeri e turca significa que muitos materiais em turco também podem beneficiar cristãos no Azerbaijão. Outro fator importante é a presença de mais de 12 milhões de azeris no vizinho Irã. Isso tem garantido uma oportunidade para evangelismo.  

O Azerbaijão é um dos países mais ricos da antiga União Soviética

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Uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus.

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