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Bahrein

BH
Bahrein
  • Tipo de Perseguição: Opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial
  • Capital: Manama
  • Região: Península Arábica
  • Líder: Hamad bin Isa Al-Khalifa
  • Governo: Monarquia constitucional
  • Religião: Islamismo, cristianismo, judaísmo, outras
  • Idioma: Árabe, inglês, farsi, urdu
  • Pontuação: 55


POPULAÇÃO
1,7 MILHÃO


POPULAÇÃO CRISTÃ
199 MIL

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos no Bahrein? 

Um número considerável de expatriados cristãos (principalmente do Sul da Ásia) trabalham e vivem no Bahrein e podem praticar a fé em lugares privados de adoração, desde que não haja proselitismo publicamente entre muçulmanos ou insulto ao islamismo. Há também um pequeno número de cristãos nativos bareinitas. Convertidos xiitas locais enfrentam pressão da família e da comunidade para abrir mão da fé cristã, deixar a região ou ficar em silêncio sobre a nova fé. Convertidos da comunidade sunita local dominante enfrentam significativamente menos obstáculos. Expatriados muçulmanos convertidos ao cristianismo experimentam pressão similar à de seu país de origem, pois muitas vezes vivem em comunidade de sua própria etnia ou nação.  

“Para cristãos no país, qualquer revolta adiciona
pressão ao que eles já enfrentam no país.”

YONAS DEMBELE, ANALISTA DE PERSEGUIÇÃO SOBRE O BAHREIN  

O que mudou este ano? 

Houve uma queda na pressão relatada nas esferas de comunidade, nação e igreja. O reino mostrou melhorias quanto a aceitação e tolerância aos cristãos. Além disso, a situação da perseguição no país permanece estável com a média de pressão aos cristãos permanecendo muito alta. A pressão é mais alta nas esferas da vida privada e família, indicando que convertidos do islamismo para o cristianismo enfrentam mais dificuldades.  

Quem persegue os cristãos no Bahrein? 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Bahrein são: opressão islâmica, opressão do clã e paranoia ditatorial. 

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Bahrein são: parentes, oficiais do governo, líderes de grupos étnicos e líderes religiosos não cristãos. 

Quem é mais vulnerável à perseguição no Bahrein? 

O Bahrein é um país muito pequeno, a capital, Manama, é o centro de todas as atividades. Convertidos bareinitas enfrentam os riscos mais altos, pois a sociedade é conservadora e os laços familiares são fortes. Entretanto, os riscos que cristãos de origem muçulmana enfrentam dependem de que tipo de comunidade eles fazem parte. Algumas vilas são conhecidas por serem rígidas, enquanto outras são conhecidas por serem moderadas.  

Convertidos expatriados muitas vezes enfrentam pressão similar à de seu país de origem, pois, com frequência, vivem em complexos junto com seus compatriotas.  

Como as mulheres são perseguidas no Bahrein? 

Apesar de alguns movimentos em direção à igualdade legal, mulheres e meninas continuam sendo vistas como inferiores na sociedade bareinita. Entre os pequenos números de convertidas ao cristianismo, a pressão é sentida mais intensamente por mulheres e meninas, seguidas por rapazes e depois homens mais velhos (refletindo os níveis de status e liberdade dentro da cultura). Mulheres cristãs devem se vestir como as muçulmanas para evitar assédio e discriminação. 

Um dos principais desafios que mulheres de origem muçulmana experimentam é a restrição legal do casamento que as impede de se casar com um não muçulmano; apenas homens muçulmanos têm permissão para se casar com uma não muçulmana. Um casamento entre uma antiga muçulmana (mas ainda registrada como muçulmana) que se converteu ao cristianismo e um não muçulmano não será reconhecido. Se uma mulher cristã é casada com um homem muçulmano, seus direitos a custódia dos filhos e de herança não serão considerados. 

Além desses desafios, mulheres convertidas enfrentam opressão da família. Provavelmente, elas serão agredidas pelas famílias, colocadas sob prisão domiciliar e podem ser ameaçadas com morte de honra. Elas também podem enfrentar outras ameaças violentas, como casamento forçado. A dependência financeira dos membros masculinos da família, o que pode ser comum entre mulheres bareinitas, garante outra oportunidade de perseguição. 

Os maus-tratos de trabalhadoras estrangeiras, incluindo abuso sexual, permanece a principal questão. Muitas cristãs migrantes trabalhadoras domésticas experimentam abuso sexual, sendo que a fé é um dos fatores que as tornam mais vulneráveis. De modo geral, também há pressão para aderirem ao estilo de vestimenta islâmico para evitarem assédio. 

Como os homens são perseguidos no Bahrein? 

A perseguição aos homens cristãos convertidos no Bahrein se manifesta tipicamente no local de trabalho. Os homens podem perder promoções ou, em alguns casos, perder o emprego. Isso pode levar a sérias dificuldades econômicas que têm implicações ainda maiores em toda a família, pois o homem é normalmente o provedor financeiro da família. Os convertidos também podem ser afastados da família, ameaçados, intimidados e expulsos da casa da família. Seu status e papel na família estará sob ameaça. À luz de tal pressão, é extremamente desafiador para cristãos de origem muçulmana se reunirem para adorar.  

Como posso ajudar os cristãos perseguidos no Bahrein?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente.   

[QUERO AJUDAR] 

Pedidos de oração do Bahrein 

  • Interceda pelos cristãos bareinitas, que podem praticar a fé apenas em lugares privados de adoração.  

  •  

    Apresente ao Senhor os convertidos que enfrentam pressão da família e comunidade para abrir mão da fé cristã. 

  •  

    Peça a Deus pelos homens cristãos convertidos que enfrentam perseguição no local de trabalho. 

O Bahrein é árabe e muçulmano desde a conquista muçulmana do século 7, embora tenha sido governado pelos portugueses de 1521 a 1602 e pelos persas de 1602 a 1783. Desde 1783, ele tem sido governo por xeiques da família Khalifah, que se originou em Al-Hasa, província da Arábia. É um país onde Irã e Arábia Saudita exercem influência significativa e é governado por um regime autoritário. O atual cenário político na região foi moldado pela Primavera Árabe que varreu a região em 2010/2011. Nenhum outro estado do Golfo foi tão atingido pelas revoltas como o Bahrein.  

A maioria xiita, 60% da população, foi discriminada por um longo tempo no pequeno reino da ilha, conduzido pela família real sunita do califa. Xiitas têm menos acesso a trabalhos e habitação, menos direitos políticos e sofrem de falta de igualdade econômica e pobreza. Inspiradas pela agitação política na região, essas frustrações sociais cresceram em grande escala em fevereiro de 2011. O governo temeu que o Irã usasse as manifestações para aumentar sua influência. O governo dispersou todas as manifestações violentamente, matando e ferindo muitos. Outros países do Golfo, conduzidos pela Arábia Saudita, todos com significativas minorias xiitas, apoiaram os governantes do Bahrein por meio de intervenção militar. A ação do Irã foi limitada a ameaças retóricas. Mais protestos seguiram e continuaram até o começo de 2013. O governo do Bahrein admitiu o uso excessivo de violência e prometeu investigar o abuso de prisioneiros, fazer reformas e dialogar.  

Em fevereiro de 2013, o diálogo nacional entre grupos do governo e da oposição foi retomado após um ano e meio de impasse, sem qualquer resultado substancial. A nomeação do politicamente moderado príncipe herdeiro Salman como vice-primeiro-ministro em março de 2013 é considerada um desenvolvimento positivo. Apesar disso, o progresso falhou em se materializar. Mais instabilidades, incluindo pequenos bombardeios, ocorreram durante 2017 e 2018, mas não formaram uma grande ameaça ao reino da família real. 

O Bahrein se uniu à Arábia Saudita, aos Emirados Árabes Unidos e ao Egito no bloqueio ao Catar, cortando todos os vínculos e fechando todas as fronteiras com o Catar. O governo barenita provavelmente não teve escolha, já que a Arábia Saudita é seu principal protetor. Até agora, o boicote não teve maiores consequências para o Bahrein. 

Em um movimento surpreendente, o Bahrein se uniu aos Emirados Árabes Unidos na assinatura do Pacto Abraâmico com Israel (e os Estados Unidos) em setembro de 2020. O Bahrein normalizou seus laços com Israel e acordos comerciais se seguiram. Alguns protestos, bem como condenações online do acordo ocorreram, aparentemente em sua maioria entre a comunidade xiita. Entretanto, quando a violência irrompeu entre Israel e Hamas, em maio de 2021, o contato continuou fora do olhar público para evitar agitações internas. 

De acordo com as tradições da igreja ancestral, foi o apóstolo Bartolomeu que levou o cristianismo para a Arábia. Muitos acreditam que a referência a “árabes” no Novo Testamento (Atos 2.11) aponta para o substancial crescimento nas regiões orientais como os primeiros passos da igreja.  

No meio do século 3, uma diocese cristã foi estabelecida nas ilhas do Bahrein. Durante o século 4, o número de cristãos começou a crescer significativamente. Isso pode ter sido devido à perseguição aos cristãos na Pérsia que começou com o reinado de Shahpur, em 339 d.C. O Bahrein foi um atrativo e seguro refúgio, já que atuava um importante papel no comércio de pérolas da região. Os nestorianos, um ramo do cristianismo que floresceu no Sudeste do Iraque e Pérsia, levaram o cristianismo para o Bahrein.  

Fundações de um monastério do século 4 foram encontradas na vila costeira de Samaheej. Outro monastério pode ter existido em uma vila chamada al-Dair, já que essa é a palavra em aramaico para monastério. Registros nestorianos mostram uma consistente presença cristã na região entre os séculos 5 e 7, como evidenciado pela participação regular de bispos barenitas nos concílios. Por exemplo, os registros do Concílio de Niceia, em 325 d.C., incluem a menção a bispos árabes que estavam presentes. Quando os exércitos árabes conquistaram o Bahrein, em 633 d.C., preparando o caminho para a introdução do islamismo, o Bahrein tinha dois bispos. Isso sugere que muitos nas ilhas adotaram a fé cristã. As duas dioceses sobreviveram até 835 d.C.  

No final do século 19, a Grã-Bretanha transformou o Bahrein em um protetorado. Isso tornou possível para o cristianismo voltar para o Bahrein, inicialmente por meio do trabalho missionário da Missão Árabe de Samuel Zwemer. A fundação do Hospital Missionário Americano, em 1901, é apreciada pelo governo e pela sociedade ainda hoje.  

O petróleo foi descoberto em 1930 e a crescente economia resultante, especialmente após a expansão do petróleo de 1973, resultou em um grande fluxo de trabalhadores estrangeiros de 1950 em diante. Milhares de cristãos expatriados foram ao Bahrein e uma comunidade cristã muito diversa e florescente passou a existir.  

O teólogo Hrayr Jebejian escreveu: “A Catedral Anglicana de St. Christopher, fundada em 1953, por exemplo, abriga mais de 40 grupos étnicos e línguas diferentes”. Outros exemplos são a Igreja Evangélica Nacional, que em 1906 se tornou a primeira igreja a realizar cultos públicos no Bahrein, e a Igreja do Sagrado Coração, construída em 1940, que é considerada o principal centro de adoração em Manama. É a maior igreja do país e atende cerca de 140 mil pessoas, principalmente indianos, filipinos, paquistaneses, bengaleses e cingaleses.  

Atualmente, uma estimativa de 11,4% da população do Bahrein é cristã; quase todos são trabalhadores expatriados. Mas o cristianismo no Bahrein também tem raízes históricas já que a nação, diferente de outros países do Golfo, também possui uma comunidade cristã nativa com cerca de 500 a mil pessoas. Isso torna o Bahrein o único país, junto com o Kuwait, no Conselho de Cooperação do Golfo, com uma população cristã de cidadãos locais, de acordo com o serviço de notícias Al Arabiya English 

Concluindo com as palavras do Hrayr Jebejian: “Do século 4 em diante, o cristianismo floresceu no Golfo e, mesmo quando ele não floresceu, mas apenas sobreviveu, permaneceu uma força cultural e espiritual no Golfo, desde então até os dias atuais”. 

O Bahrein tem uma população de pouco mais de 1,7 milhão, dos quais apenas metade são nativos (a maioria deles são xiitas). O resto da população consiste em trabalhadores imigrantes, dos quais um número considerável, cerca de 25%, são cristãos. A maioria dos trabalhadores imigrantes vêm do Sul da Ásia e das Filipinas.  

A Constituição afirma o princípio de não discriminação, inclusive com base religiosa, e garante a “inviolabilidade da adoração”, incluindo liberdade para realizar rituais religiosos, desde que esses estejam de acordo com as tradições nacionais. A difamação pública de um grupo religioso oficialmente reconhecido ou de suas práticas é crime. As igrejas devem ser registradas no Ministério do Desenvolvimento Social e, na prática, uma liberdade considerável é dada a cristãos nativos e expatriados para praticarem a fé desde que se abstenham de atividades de evangelismo. A comunidade cristã nativa é bem respeitada e alguns deles ocupam posições no governo. Igrejas geralmente são superlotadas e terrenos foram atribuídos para a construção de novas igrejas. Entretanto, receber permissão para construir uma nova ou expandir igrejas existentes permanece difícil. 

O Bahrein é um país conservador islâmico, apesar da população pluralista e uma economia moderna. As lutas e os conflitos étnicos continuam ocorrendo por baixo dos panos, e há considerável injustiça social em meio aos direitos e liberdades dos imigrantes que vivem no país. As mulheres continuam sendo vistas em papéis tradicionais, embora tenham cada vez mais permissão para participar da vida pública. Por exemplo, uma cristã barenita, Alice Samaan, foi indicada como embaixadora no Reino Unido pelo período de 2010 a 2015.   

O tratamento de cristãos no Bahrein não é tanto baseado na fé, tanto quanto na cor da pele ou no contexto étnico. Expatriados cristãos ocidentais (brancos) estão mais distantes de experimentar assédio do que expatriados cristãos asiáticos ou africanos. Além disso, expatriados bem qualificados enfrentarão menos problemas do que os com pouca qualificação. Por isso, um imigrante cristão com poucas qualificações da África será o mais vulnerável no Bahrein. 

O Bahrein tem uma população de 1,6 milhão, dos quais apenas metade são cidadãos

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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