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Costa do Marfim

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Costa do Marfim
  • Tipo de Perseguição: Opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial
  • Capital: Yamussucro
  • Região: Oeste Africano
  • Líder: Alassane Dramane Ouattara
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Islamismo, cristianismo, animismo
  • Idioma: Francês, dioula e outros 60 dialetos nativos
  • Pontuação: 44


POPULAÇÃO
26,8 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
9,1 MILHÕES

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos na Costa do Marfim? 

Convertidos que vivem com membros da família não cristãos enfrentam risco de ostracismo por membros da família; por isso, muitas vezes, escondem a conversão. Pais de mulheres convertidas do islamismo não permitem que as filhas se casem com um cristão e tentam evitar tais casamentos. Pais e familiares são conhecidos por impedir o batismo de membros da família. 

Na atribuição da terra ou decisões relativas a oportunidades de negócios, cristãos não são representados por autoridades de nível local onde há maioria muçulmana. Em muitas vilas, minorias cristãs são marginalizadas e colocados sob pressão como resultado disso. Oficiais públicos em algumas agências do governo discriminam cristãos. Às vezes, novas igrejas têm o registro negado arbitrariamente por oficiais do Ministério do Interior. Em algumas cidades e vilas, cristãos precisam pagar grandes quantias em dinheiro como taxa para conseguir permissão para realizar eventos.  

A guerra civil na última década também teve dimensões religiosas (muçulmanos do Norte contra cristãos do Sul), embora muitos analistas e a comunidade internacional tenham decidido não caracterizar o conflito dessa forma. Cristãos na parte norte do país são vistos como um ameaça em algumas áreas e muitas vezes enfrentam discriminação no trabalho ou em qualquer outro lugar. 

“Quando eu era muçulmano e ia aos feiticeiros, tínhamos que fazer sacrifícios ou pagar muito dinheiro. Mas com minha nova vida, acho as coisas muito mais fáceis e muito mais tranquilas. Jesus é meu Senhor, eu pertenço somente a ele.”

KARIDJA, VIÚVA EX-MUÇULMANA DA COSTA DO MARFIM

O que mudou este ano? 

É arriscado para cristãos de origem islâmica ou de religiões tradicionais africanas viver com membros da família não cristãos que podem tornar a conversão deles conhecida. A região enfrenta uma expansão jihadista sem precedentes e a forma dos ensinamentos islâmicos que está desestabilizando outros países do Oeste Africano também está se tornando mais comum na Costa do Marfim. Pelo fato de a política também ter ligação com a religião como por exemplo o Norte muçulmano contra o Sul cristão qualquer desacordo político ou crise imediatamente carrega conotações religiosas e coloca cristãos em uma posição vulnerável. 

Quem persegue os cristãos na Costa do Marfim? 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na Costa do Marfim são: opressão islâmica, opressão do clã e paranoia ditatorial.  

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Costa do Marfim são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas, parentes e líderes de grupos étnicos. 

Quem é mais vulnerável à perseguição na Costa do Marfim? 

O Norte do país é uma área de minoria cristã e maioria muçulmana. Nessa região, cristãos enfrentam diversos desafios do nível familiar até o nível regional. 

Como as mulheres são perseguidas na Costa do Marfim? 

Em geral, o número de casamentos precoces ou forçados, poligamia e atos de mutilação genital feminina é alto na Costa do Marfim. Em áreas fortemente animistas, meninas e mulheres são afetadas pela existência de sociedades secretas femininas (como a sociedade Sande) e às vezes são forçadas a se tornar membros. Se meninas e mulheres cristãs que vivem em comunidades onde essas sociedades são praticadas ativamente se recusam a ser membros devido à fé cristã, muitas vezes são isoladas de atividades relativas às mulheres. 

Convertidas de origem muçulmana e animista enfrentam a maior pressão. A perseguição ganha forma de privação, bem como de aliciamento. Uma menina que se converte ao cristianismo é submetida a abandono, rejeição e zombaria. Muitas vezes, também é forçada a interromper os estudos. Já uma mulher convertida pode ser divorciada e ter a custódia dos filhos negada. A pressão no marido para se divorciar muitas vezes vem de parentes muçulmanos ou amigos que veem a fé cristã como uma fonte de desonra. Se uma convertida cristã permanece cristã enquanto está casada com um muçulmano, não terá permissão para criar os filhos como cristãos. Ela também pode enfrentar abuso físico e psicológico. A falta de legislação relativa à violência doméstica deixa mulheres facilmente expostas com relação a isso.  

Convertidas que não são casadas podem ser forçadas a se casar com homens muçulmanos ricos e mais velhos. Um especialista no país explicou que isso pode ser feito “para impedi-las de expressar a fé”. Fontes indicam que os pais de meninas convertidas muitas vezes as ameaçam com a possibilidade de sequestro e casamento forçado com objetivo de pressioná-las a voltarem para o islamismo. Supõe-se que jovens muçulmanos sejam encorajados a se casar com meninas cristãs.  

Como os homens são perseguidos na Costa do Marfim? 

Como em muitos casos na região do Oeste Africano, homens cristãos podem ser principalmente sujeitos a hostilidade e forçados a se tornar membros de sociedades secretas (como a Poro), principalmente se vivem em comunidades rurais. Se eles se recusarem, serão excluídos de atividades e isolados. Pastores – a maioria deles homens – também são os principais alvos da perseguição por sua fé, bem como suas famílias. Eles estão entre os mais vulneráveis aos ataques, principalmente durante conflitos. 

Convertidos de origem muçulmana e animista enfrentam as formas mais intensas de perseguição. Eles podem ser maltratados verbal, física ou emocionalmente pelas famílias, que podem rejeitá-los totalmente, evitando-os e ameaçando-os com violência. Eles também são discriminados com relação a educação; jovens muçulmanos recebem mais oportunidades de estudar no exterior e os pais de convertidos do islamismo muitas vezes interromperão a ajuda financeira, detendo o progresso em sua educação. Após a descoberta da conversão, homens podem também ser discriminados no local de trabalho, possivelmente até perdendo o emprego. Lojas que pertencem a cristãos têm supostamente se tornado alvo e sido boicotadas. Como homens geralmente são os provedores financeiros da família, tal pressão econômica prejudica sua família e dependentes de forma mais ampla. Convertidos casados também enfrentam formas peculiares de perseguição. As esposas de convertidos não hesitam, diante do conselho de seus parentes, em consultar marabus (um tipo de sacerdote muçulmano) e espíritas, para levar seus maridos de volta à fé islâmica com encantamentos. Em alguns casos, convertidos podem ser mortos por causa da fé em Jesus.  

Como posso ajudar os cristãos perseguidos na Costa do Marfim?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente. 

[QUERO AJUDAR] 

Pedidos de oração na Costa do Marfim 

  • Apresente em oração as mulheres convertidas que não têm permissão para se casar com cristãos, para que essa situação seja alterada.  

  •  

    Interceda pelos cristãos que não são representados por governos locais, pois vivem onde há maioria muçulmana. 

  •  

    Clame a Deus pelas novas igrejas que continuam tendo o registro negado por oficiais do governo. 

Devido a sua localização, o país se tornou muito importante para o comércio transatlântico de escravos. Mercadores muçulmanos estabeleceram rotas de comércio no Nordeste da Costa do Marfim na Idade Média, buscando ouro, marfim e escravos. Hoje o país compartilha fronteiras com Libéria, Guiné, Mali, Burkina Faso e Gana. Após impor um protetorado sobre a zona costeira, em 1842, a França finalmente tornou a Costa do Marfim uma colônia oficial em 1893, tornando-a parte da África Ocidental Francesa, que incluía Mauritânia, Senegal, Mali (Sudão Francês), Guiné Francesa, Burkina Faso (antigo Alto Volta), Benin (antigo Reino do Daomé) e Níger.  

Em 31 de outubro de 1960, a Costa do Marfim se tornou uma república independente com uma nova Constituição. Felix Houphouet-Boigny se tornou presidente e permaneceu no cargo até morrer, em 1993. Ele declarou um sistema de partido único e governou por mais de 30 anos. O país se tornou estável e a economia cresceu. O presidente foi aclamado como “um líder capaz de manter a unidade étnica e a estabilidade política em meio a uma diversa e histórica desunião no país”. Mas abaixo da superfície, havia problemas. O progresso econômico e a estabilidade relativa não podiam mascarar o fato de que a divisão política no país ainda não fora superada. Como resultado, as tensões étnicas e religiosas cresceram nos anos 1990 e a guerra civil eclodiu em 2002.  

Henri Konan Bédié sucedeu Felix Houphouet-Boigny como presidente em 1993 e foi acusado de corrupção e má gestão, resultando na suspensão da ajuda econômica em 1998. Bédié tentou construir seu poder no nacionalismo, introduzindo o que ele chamou de “Marfinidade”. Em dezembro de 1999, soldados conduziram um golpe sangrento. O general Robert Guei assumiu o poder e formou um governo, mas foi forçado a deixar o país em outubro de 2000 depois de tentativas de eleições nas quais Gbagbo se declarou o vencedor. Os protestos logo se transformaram em um conflito que dividiu o país em dois, com rebeldes muçulmanos no Norte e o controle do governo no Sul cristão. Finalmente, em 2010, outras eleições ocorreram e a comissão eleitoral declarou Ouattara como vencedor. Entretanto, Gbagbo se recusou a deixar o cargo alegando irregularidades na eleição, e um conflito se seguiu, levando à morte de cerca de três mil pessoas. Finalmente, Gbagbo foi preso e transferido para o Tribunal Internacional de Crimes de Guerra (ICC) em 2011.  

Em 2015, o presidente Ouattara venceu o segundo mandato de cinco anos com aproximadamente 84% dos votos, em uma eleição descrita como confiável por observadores internacionais. No início de 2020, Ouattara disse que não participaria da eleição para o terceiro mandato, uma tentativa que precisaria de emenda constitucional. Em agosto de 2020, entretanto, ele mudou de ideia e foi formalmente eleito por seu partido para concorrer ao terceiro mandato, um passo que foi validado pela mais alta corte do país. Essa mudança de rumo pelo atual presidente levou a uma série de protestos. De acordo com um relatório do International Crisis Group de 29 de setembro de 2020, a tensão já havia levado à morte de 14 pessoas. Essa nova ameaça de violência teve implicações consideráveis para os cristãos, pois esse tipo de crise com frequência carrega conotações religiosas: sulistas (maioria cristã) contra nortistas (maioria muçulmana).  

A corte constitucional excluiu um importante ex-presidente, Laurent Gbagbo, da corrida às eleições presidenciais. Como resultado, foram apenas o presidente Ouattara e o ex-presidente Henri Konan Bédié competindo pelo cargo presidencial em 31 de outubro de 2020. De acordo com o relato da rede de notícias BBC em 3 de novembro de 2020, Ouattara consquistou um terceiro mandato com 94% dos votos. 

Missionários franceses introduziram o cristianismo em 1637, mas a igreja só cresceu depois que a França estabeleceu seu protetorado no país, o que durou de 1830 a 1960. Em 1911, estações missionárias católicas foram estabelecidas primeiro na parte sul do país e depois em Korhogo, no Norte. Em 1924, missionários protestantes chegaram com os metodistas britânicos. Outras organizações e igrejas, como a Cruzada de Evangelização Mundial (World Evangelism Crusade - WEC), Adventista do Sétimo Dia, Livre Arbítrio Batista e Assembleia de Deus entraram no país nos anos 1930.   

Muçulmanos formam uma maioria de 95% na parte norte do país. Cristãos são a maioria na parte sul do país. 

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o CIA Factbook, entre os principais grupos étnicos estão acãs (28,9%), voltaique ou gur (16,1%), mande do Norte (14,5%), mande do Sul (6,9%), não especificado (0,9%) e não marfinenses (24,2%). Além do francês, que é a língua principal, há outros 60 dialetos nativos, dos quais o dioula é o mais falado.  

A taxa de crescimento da população é de 2,21%, sendo que 52,2% do total da população vive em áreas urbanas. A média geral da população é de 20,3 anos, com expectativa de escolaridade de 10 anos. A taxa de alfabetização entre adultos, acima de 15 anos, é de 47,2%, enquanto a quantidade de pessoas empregadas é de 55,1%. O desemprego atinge 3,3% do total da força de trabalho, sendo que entre os jovens a taxa é de 5,1%.  

Além disso, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, a Costa do Marfim está classificada em 162 dos 189 países, com uma pontuação de 0,538. A expectativa de vida é de 57,8 anos. 

Uma cantora cristã em um município de Abidjan e uma cristã em Bouaflé foram mortas no período da LMP 2020

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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