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Cristãos expatriados são livres para adorar a Deus em ambiente privado ou nos complexos de igrejas registradas no país, mas o governo não permite evangelismo e orações em público. Como a sociedade é rígida com os cristãos, eles são muito cuidadosos em público e procuram praticar a fé em Jesus com discrição.
Cristãos de origem muçulmana relatam que a família e a comunidade local são os principais grupos que os pressionam e perseguem. Quando expatriados muçulmanos se convertem ao cristianismo também enfrentam perseguição dos compatriotas na região onde moram, pois, quando migram para os Emirados Árabes Unidos, as comunidades costumam viver em grupos e formam bairros de suas nacionalidades no país.
Por causa das possíveis consequências severas, é quase impossível que cristãos de origem muçulmana revelem a conversão ao cristianismo, o que torna difícil identificar assassinatos e ataques causados pela fé em Jesus.
JOHN FOLMAR, PASTOR AMERICANO DE UMA IGREJA NOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
Em geral, as mulheres são mais vulneráveis nos Emirados Árabes Unidos. Elas são vítimas de violência doméstica e de discriminação por serem mulheres. A lei também permite o abuso sexual de mulheres casadas sem punição.
As comunidades tribais consideram as mulheres como “membros inferiores da sociedade” que precisam de um homem para protegê-las e para serem tratadas como cidadãs. Esse contexto torna a pressão sobre as cristãs de origem muçulmana ainda maior. As famílias não aceitam que elas deixem o islã para seguir a Jesus e tentam forçá-las a rejeitar a fé cristã. Conforme descrito por um especialista do país, as mulheres têm “menos privilégios e direitos do que os homens e podem ser mais questionadas quando se envolvem em atividades fora de casa”.
As cristãs de origem muçulmana enfrentam imensa pressão de sua família para que retornem ao islamismo. Caso não cedam à pressão, os imãs (líderes muçulmanos) podem ser chamados para obrigá-la a reconhecer o pecado da conversão ao cristianismo ou a família pode submetê-las a prisão domiciliar, agressão física e casamento forçado com muçulmanos. Mesmo que haja um homem cristão disposto a se casar com cristãs de origem muçulmana, por causa da família e da lei, elas são proibidas de se casar com não muçulmanos. Se o casal insistir em ter uma cerimônia cristã, fica sujeito a prisão, julgamento e prisão por envolvimento em um relacionamento extraconjugal, o que acarreta em um ano de prisão, no mínimo. Quando mulheres cristãs se casam com muçulmanos também correm o risco de perderem a guarda dos filhos, pois a lei garante ao marido muçulmano a custódia em casos de divórcio.
As domésticas que trabalham nos Emirados Árabes Unidos são vítimas de assédios sexuais frequentes ou são submetidas a tratamento análogo à escravidão. O tratamento desumano com trabalhadores imigrantes, que inclui abuso sexual, se tornou um problema a nível internacional. Apesar de não diretamente relacionado à fé, muitas cristãs imigrantes são vítimas de abusos nos Emirados Árabes Unidos.
Nos Emirados Árabes Unidos, cristãos de origem muçulmana são abandonados pelas famílias e desprezados e marginalizados pela sociedade. Em muitos casos, eles também podem perder a guarda dos filhos e a esposa caso ela peça divórcio.
A rejeição da família não é apenas uma grande ferida emocional para esses cristãos, mas envolve grandes perdas sociais. Como explica um especialista do país: “Se a vergonha é trazida à família pelo marido, ela pode afetar a todos. As esposas podem ser pressionadas a se divorciar de um marido cristão, o que pode destruir a unidade familiar”.
Sem o apoio financeiro da família ou conexões que ajudem os homens cristãos a encontrar ou manter um emprego, é extremamente difícil se inserir no mercado de trabalho, pois a sociedade é baseada em conexões e indicações. Essa pressão pode obrigar homens cristãos a participarem de eventos religiosos não cristãos, que contradizem a fé em Jesus, para que continuem trabalhando e mantenham o status social. É esperado que os homens compareçam às orações de sexta-feira na mesquita e participem de eventos religiosos públicos e eles são questionados pela família e comunidade se não o fizerem”.
A intimidação também atinge a família, pois, tradicionalmente, os homens são considerados os provedores da família. Além disso, sem a família e boas conexões sociais, os rapazes cristãos podem se tornar incapazes de encontrar uma família que queira dar a filha em casamento a eles. Por causa da intensa opressão, muitos cristãos saem dos Emirados Árabes Unidos em busca de liberdade.
Os homens cristãos imigrantes também enfrentam restrições, como a proibição de dirigir atos públicos de adoração. Só é permitido cultuar a Deus em ambientes privados.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos nos Emirados Árabes Unidos são: opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos nos Emirados Árabes Unidos são: parentes, oficiais do governo, cidadãos e quadrilhas.
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