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Guiné

GN
Guiné-Conacri
  • Tipo de Perseguição: Paranoia ditatorial, opressão islâmica, opressão do clã
  • Capital: Conacri
  • Região: Oeste Africano
  • Líder: Mamady Doumbouya
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Islamismo, cristianismo, animismo
  • Idioma: Francês, pular, mandinka, susu, e mais de 40 outras línguas nativas
  • Pontuação: 48


POPULAÇÃO
14,1 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
474 MIL

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos em Guiné? 

Em algumas partes do país, cristãos de origem muçulmana não são livres para viver a fé e devem tentar permanecer anônimos na maior parte do tempo. Em tal contexto, não é possível para um convertido ser visto com uma Bíblia ou qualquer coisa que demonstre a fé cristã. Em áreas muçulmanas ou animistas, a família é contra o batismo de cristãos. 

Em partes do país onde a influência de militantes islâmicos é sentida, convertidos do islamismo são confrontados com assédio e ameaças de morte. Uma perseguição parecida também é sentida por convertidos de religiões tradicionais africanas. Quando cristãos se recusam a participar de rituais tradicionais, a comunidade os pressiona. Essa situação ocorre com regularidade em Guiné Central (Fouta Djallon) e também em Labé. Cristãos são considerados estrangeiros na comunidade. 

Às vezes, é muito difícil obter status legal ou registro para igrejas porque administradores locais são relutantes em cooperar com cristãos. Isso parece ser um problema principalmente para igrejas de grupos de convertidos e pentecostais. A Aliança das Igrejas está ajudando a tornar as coisas mais fáceis para igrejas com relação a isso. Há alguns casos de impedimento de construção de igrejas em algumas vilas no Sudeste e na área de Kankan e Labé.  

“Até hoje eu tenho pesadelos sobre aquelas horas horríveis. Meu corpo ainda treme quando penso nesses momentos.”

PASTOR ELIE, DA GUINÉ, QUE FOI AGREDIDO FISICAMENTE POR UM GRUPO DE MORADORES LOCAIS

O que mudou este ano? 

Como em muitos outros países africanos, Guiné que tem 88,5% de população muçulmana está enfrentando uma proliferação de grupos islâmicos radicais que são intolerantes a outras religiões, incluindo o cristianismo. As principais fontes de perseguição em Guiné são família e comunidade local. A perseguição é frequente em Guiné Alta, Central e no Sudeste.  

Quem persegue os cristãos em Guiné? 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Guiné são: paranoia ditatorial, opressão islâmica, opressão do clã, corrupção e crime organizado e hostilidade etno-religiosa.  

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Guiné são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, parentes, cidadãos e quadrilhas, líderes de grupos étnicos e redes criminosas.  

Quem é mais vulnerável à perseguição em Guiné? 

Cristãos enfrentam perseguição na maior parte do país. Nas áreas rurais, onde muitas pessoas misturam islamismo com o sistema de crenças indígenas, a hostilidade pode ser mais forte. A perseguição é frequente em Guiné Alta, Central e no Sudeste, onde a influência da opressão islâmica é sentida de forma mais forte.  

Como as mulheres são perseguidas em Guiné? 

Em Guiné, mulheres convertidas de outras religiões ao cristianismo são principalmente vulneráveis e correm risco de serem sequestradas, isoladas e expulsas da família. Além disso, elas podem ser agredidas fisicamente, tiradas da escola, colocadas sob prisão domiciliar ou, em alguns casos, ser forçadas a sair da casa da família. Com a mesma intenção, outras são casadas à força com muçulmanos, principalmente em fortalezas islâmicas, como Labé e Fouta. Casamentos forçados, em partes, resultam de visões profundamente arraigadas de que “a salvação de uma mulher depende muito do grau de total submissão ao marido” e “a prática de total submissão aos pais”. Se são casadas, mulheres convertidas enfrentam a possibilidade de serem divorciadas do marido e terem a custódia dos filhos negada. Ocasionalmente, convertidas fogem de casa por segurança. 

Mulheres cristãs também são afetadas por fatores tribais e culturais; a sociedade secreta de mulheres, Sande, por exemplo, evita escolher mulheres cristãs para integrar a sociedade com base na fé. Jovens mulheres são forçadas a participar de circuncisão feminina. 

Filhas de pastores também são alvo de muçulmanos com propósito de casamento. Enquanto uma mulher muçulmana não pode se casar com um homem cristão (tornando mulheres convertidas mais vulneráveis a se casar à força com um muçulmano), um homem muçulmano pode se casar com uma mulher cristã. Inclusive, ele é encorajado a fazê-lo com objetivo de espalhar o islamismo. 

Como os homens são perseguidos em Guiné? 

Convertidos ao cristianismo enfrentam os maiores desafios por causa da fé, sempre sendo condenados por suas famílias, ameaçados severamente e forçados a deixar suas casas ou cidades. Alguns podem ser açoitados, o que traz grande vergonha sobre eles e suas esposas. Em casos em que o marido foge de casa para escapar de tal pressão, a esposa e os filhos são deixados em posição de vulnerabilidade econômica. 

Além disso, da mesma forma que as mulheres cristãs em Guiné enfrentam pressão da sociedade secreta feminina, Sande, os homens enfrentam perseguição da sociedade secreta masculina, Poro. Os que não são membros são excluídos e desprezados.  

Como posso ajudar os cristãos perseguidos em Guiné?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente. 

[QUERO AJUDAR] 

Pedidos de oração de Guiné 

  • Apresente em oração cristãos convertidos do islamismo que não são livres para viver a fé, vivendo como cristãos secretos. 

  •  

    Interceda por cristãos de origem muçulmana que são confrontados com assédio e ameaças de morte. 

  •  

    Clame em favor de convertidos de religiões tradicionais africanas, que ao se recusarem a participar de rituais, são colocados sob pressão. 

Guiné, sob o nome de Guiné Francesa, era uma parte da África Ocidental Francesa até alcançar a independência em 1958. O país foi um dos primeiros países africanos a obter independência das potências coloniais europeias. Sékou Touré, que liderou o movimento pela independência, tornou-se o primeiro presidente do país e seguiu uma política de socialismo e contato próximo com Rússia e China. Ele estabeleceu uma ditadura de partido único a favor de políticas socialistas e foi proclamado presidente vitalício. Toda oposição política ao regime foi brutalmente reprimida. Não havia mídia livre e muitos jornalistas que tentaram criticar o governo foram presos ou forçados ao exílio.  

O governo seguiu um programa chamado “africanização radical”, no qual o país tentou se isolar do passado colonial rejeitando os valores ocidentais. O presidente Touré falhou na tentativa de substituir o francês pelo dialeto africano, e o francês continuou sendo a língua dominante no país. Devido à política de africanização e socialismo de Touré, Guiné se tornou um dos países mais isolados da África. O governo continuou a política socialista expropriando terras dos chefes tribais.  

Em 1984, Touré morreu de insuficiência cardíaca e o primeiro-ministro, Louis Beavogui, o substituiu como presidente interino. No entanto, o coronel Lansana Conté derrubou o governo em um golpe sem sangue antes de Beavougui tomar o poder. Conté reverteu a maioria das políticas de Touré, mas, embora o novo regime fosse menos opressivo que o regime anterior e prometesse inúmeras reformas, o controle de Conté permaneceu rígido. Ele permaneceu no poder até a morte, em 2008. Moussa Camara, então, tomou o poder por meio de um golpe logo após a morte de Conté. A agitação política seguiu esse golpe, forçando Camara a realizar eleições democráticas em 2010. No mesmo ano, Alpha Conde se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito de Guiné.  

Conde também venceu as eleições de 2015 e manteve o poder até o golpe de setembro de 2021. Em 5 de fevereiro de 2018, foram realizadas as primeiras eleições locais desde o fim da ditadura militar. Houve um atraso de oito anos devido à falta de fundos, disputas políticas e à crise do Ebola entre 2013 e 2016. Estava programado para Guiné realizar eleições legislativas e um referendo para alterar a Constituição, boicotado pela oposição, em 1 de março de 2020, mas dois dias antes, um novo adiamento foi anunciado. A eleição presidencial foi conduzida em 18 de outubro de 2020 e o presidente no cargo, Condé, venceu um terceiro mandato. Isso foi seguido por violência após a eleição e repressão dos direitos humanos. 

Em setembro de 2021, um vídeo apareceu na TV nacional mostrando o presidente Condé preso, cercado por soldados alegando terem dissolvido o governo e a Constituição, e de terem fechado todas as fronteiras terrestres e aéreas. De acordo com a BBC, em 7 de setembro de 2021, o líder do golpe, coronel Mamady Doumbouya, disse que uma nova união governamental seria formada em um breve período de tempo. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e a União Africana condenaram o golpe. Os líderes do golpe alegaram que “o exército teve uma pequena chance, mas teve que tomar o poder por causa da crescente corrupção, desrespeito aos direitos humanos e má gestão econômica. Relatos indicam que as pessoas no país receberam bem o golpe, enquanto a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e a União Africana suspenderam o país como membro. 

O cristianismo em Guiné tem mais de 500 anos de história. Os portugueses chegaram ao longo da costa em 1462, mas o principal interesse era estabelecer um centro comercial e não espalhar o catolicismo romano. Nenhum esforço foi feito para evangelizar o país até 1877. A partir de 1877, os missionários católicos romanos começaram a chegar. Os protestantes só entraram no país em 1918. Após a independência da França, em 1958, o governo de Sékou Touré seguiu uma política de socialismo e secularismo. O regime tentou reduzir a influência ocidental, fechou as escolas católicas francesas e expulsou a maioria dos missionários franceses do país.  

Os muçulmanos (na maioria sunitas) são dominantes em quase todas as regiões do país. A maioria dos cristãos (predominantemente católicos romanos) vive nas cidades, como Conacri. Muçulmanos e cristãos são conhecidos por misturar a fé com várias práticas religiosas africanas tradicionais.  

Os comerciantes soninke de Gana foram responsáveis pela propagação do islã por Guiné durante o século 11. A região norte do país fazia parte do grande império do Mali durante os séculos 13 e 14. A maioria das tribos nativas se converteu ao islã durante esse período. Os missionários franceses foram os primeiros europeus que trouxeram o cristianismo para o país.  

Após a independência, em 1958, o governo de Sékou Touré seguiu uma política de socialismo e secularismo. O regime tentou reduzir a influência de várias figuras islâmicas poderosas, também fechou as escolas católicas francesas e expulsou a maioria dos missionários franceses do país. Os regimes consecutivos depois de Touré tentaram diminuir o controle do governo em assuntos religiosos e promover a tolerância entre os diferentes grupos religiosos.  

A Constituição do país mantém explicitamente os princípios de liberdade de religião e separação entre religião e Estado. Também fornece o direito das pessoas de praticar a religião abertamente, sem interferência. No entanto, o governo tenta restringir a influência de certos grupos islâmicos por meio da Secretaria de Assuntos Religiosos. Os inspetores da Secretaria estão presentes na maioria dos cultos religiosos de igrejas e mesquitas para monitorar o conteúdo dos sermões.  

A maioria dos cristãos e muçulmanos vive lado a lado sem grandes problemas. No entanto, houve alguns incidentes violentos relacionados à conversão do islã ao cristianismo e ao casamento entre muçulmanos e cristãos.  

O país possui cerca de 24 grupos étnicos distintos, sendo os fulanis o maior deles, que constituem 33,4% da população. Os fulanis são dominantes na região do Sahel no Oeste Africano, incluindo países como Nigéria, Burkina Faso e Gana. Em Guiné, a maioria dos fulanis vive na parte norte do país, na região de Futa Djallon. Os fulanis são predominantemente muçulmanos e pastores de cabra, com alguns agricultores. O povo mandinka compõe aproximadamente 29,4% da população. Ele pertence ao grupo étnico-familiar maior chamado mande. O povo mande é o grupo tribal que formou o império do Mali no século 13. Ele é predominantemente muçulmano, com alguns cristãos tradicionais, e segue um sistema econômico agrícola. O terceiro maior grupo étnico (constituindo 21,2% da população) é o susu. O restante da população é composto por vários grupos étnicos menores. As relações tribais desempenham um papel importante na política. Por exemplo, o atual presidente Alpha Conde é apoiado por seu grupo étnico mandinka, enquanto a maioria da oposição é dos fulanis.  

O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,477, classificando o país na 178ª posição, entre 189 países. A expectativa de vida é de 61,6 anos. A taxa de alfabetização de adultos é de 32%. 

Guiné está enfrentando uma proliferação de grupos islâmicos radicais que são intolerantes com outras religiões, inclusive o cristianismo

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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