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O início da guerra entre Israel e Palestina, em outubro de 2023, causou danos à comunidade cristã em Gaza. Em março de 2024, mais de trinta cristãos perderam suas vidas e outros perderam casas e propriedades. Na Cisjordânia, houve uma piora nas limitações já impostas pelas autoridades israelenses e isso causou muitas dificuldades econômicas e sociais. Por exemplo, por anos, todas as comunidades cristãs têm tido dificuldades com as restrições de viagem impostas e estas aumentaram ainda mais após a eclosão da guerra.
Os cristãos de origem muçulmana suportam o peso da perseguição de suas famílias e é difícil para eles se conectarem às igrejas existentes. A influência da ideologia islâmica radical está crescendo, isso também provoca o questionamento dos mais jovens sobre a religião nas redes sociais.
As igrejas históricas precisam ser diplomáticas em seu envolvimento com a comunidade muçulmana. O assédio a líderes da igreja e cristãos locais por parte de judeus radicais também aumentou nos últimos meses. Cristãos de igrejas não tradicionais enfrentam oposição das históricas em questões teológicas e também devido ao problema do “roubo de ovelhas”, quando um membro de uma igreja decide mudar para outra.
Antes da guerra que começou em outubro de 2023, Gaza era governada pelo grupo extremista Hamas, enquanto a Cisjordânia era liderada pelo grupo Fatah. Pelo menos 60% da Cisjordânia está sob controle total de Israel. O nível de perseguição nas duas áreas é diferente. Dentro da comunidade de Gaza, onde a hostilidade em relação aos cristãos é mais intensa, os militantes islâmicos e a sociedade islâmica conservadora desempenham um papel mais significativo do que na Cisjordânia.
NADIA (PSEUDÔNIMO), CRISTÃ DE ORIGEM MUÇULMANA NOS TERRITÓRIOS PALESTINOS
Nos Territórios Palestinos, os homens chefes de família consideram que as escolhas e o comportamento das mulheres sob seus cuidados refletem sua liderança e honra pessoal. Logo, as mulheres que se desviam dos limites culturalmente aceitáveis correm o risco de represálias de suas famílias. O relatório da Anistia Internacional sobre o país destacou mais uma vez a suspeita de uso dos chamados “crimes de honra” – principalmente por parentes do sexo masculino – revelando a posição precária das mulheres na sociedade.
Essa ameaça pode ser usada para pressionar as mulheres que desejam se converter ao cristianismo. Há um forte sentimento de vergonha relacionado à conversão do islã; isso tem um impacto prático significativo em mulheres e meninas, em particular por causa de sua maior dependência dentro da família. Assim, elas são mais vulneráveis à perseguição da família ou da sociedade próxima, principalmente à luz da legislação que pouco aborda a violência doméstica e a violência contra as mulheres.
Os membros da família quase sempre agem sem impunidade contra as mulheres convertidas. Se um jovem se converte do islamismo ao cristianismo, as famílias podem recorrer a violência física e prisão domiciliar para persuadi-lo a retornar à antiga fé. Isso é mais usado para meninas, pois a família não pode expulsá-las como fazem com os meninos. Um especialista do país resume: “Quando a fé de uma menina é descoberta, ela é presa em casa e impedida de se comunicar com outras pessoas ou de encontrar qualquer um de seus amigos”.
Meninas e mulheres cristãs às vezes são menosprezadas por seus vizinhos muçulmanos por não usar véu em público. Embora não seja imposto pelo governo, as mulheres cristãs precisam seguir um código de vestimenta imposto socialmente, exigindo que elas se cubram em público, exceto a cabeça. Elas também são vulneráveis a assédio e abuso online.
Homens palestinos que se convertem ao cristianismo enfrentam várias formas de pressão e violência. Jovens convertidos são assediados, ameaçados e forçados a deixar a casa da família. A comunidade cristã luta para acomodar esses indivíduos carentes e muitas vezes solitários. Também é um desafio para esses homens se casar com uma cristã, pois ambas as famílias provavelmente se oporão ao casamento; os casamentos teriam que acontecer em segredo.
Como os homens geralmente são os principais provedores financeiros das famílias palestinas, a discriminação no trabalho contra os homens serve para enfraquecer todos os familiares. Alguns cristãos de origem muçulmana costumam ser explorados no trabalho ou perdem o emprego por causa da fé.
Além de os palestinos viverem em um contexto de dominação israelense, a terrível situação econômica contribui para que os cristãos em geral se sintam impotentes. Muitos homens cristãos querem deixar os Territórios Palestinos para encontrar um emprego no exterior e escapar da vida sob ocupação. Tal emigração enfraquece seriamente a comunidade cristã palestina, pois apenas os homens mais capazes têm as qualificações necessárias e os meios financeiros para encontrar um emprego no exterior.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos nos Territórios Palestinos são: opressão islâmica, opressão do clã, paranoia ditatorial, hostilidade etno-religiosa, nacionalismo religioso.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos nos Territórios Palestinos são: parentes, oficiais do governo, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas.
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