Portas Abertas • 2 jan 2025
A violência resultou em mais deslocados internos na República Democrática do Congo, África
Durante a semana de Natal, um grupo, que se suspeita serem rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês), matou pelo menos 21 pessoas no Leste da República Democrática do Congo. O conflito, especialmente nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, no Nordeste da nação africana, tem sido intenso nas mãos de militantes e grupos rebeldes na região.
“De 21 a 22 de dezembro, 18 civis foram mortos na aldeia de Robinet. Os rebeldes queimaram casas e saquearam propriedades. De surpresa, em 25 de dezembro, encontramos outros três corpos sem vida, mortos pelos agressores, a menos de quatro quilômetros de Makele”, disse Samuel Kakule Kagheni, presidente da Sociedade Civil local, à rádio Okapi.
Macaire Sivikunula, representante do governo de Bapere, também confirmou o incidente: “Eles mataram seis pessoas no local, depois, em 22 de dezembro, chegaram à aldeia vizinha que chamamos de Kodjo, onde mataram 12 pessoas. Então, no próprio dia de Natal, os combatentes do ADF chegaram a sete quilômetros de Manguredjipa, na aldeia chamada Makele, e mataram três pessoas”.
Embora não esteja claro se todos os civis mortos eram cristãos, sabemos que os seguidores de Jesus são alvos específicos das ADF, que tenta estabelecer um califado na África Central. Pelo período dos ataques – a semana de Natal – acredita-se que pelo menos algumas, senão todas as 21 vítimas, eram cristãs.
Embora a agenda islâmica das ADF tenha sido debatida por muitos, o grupo jurou lealdade ao Estado Islâmico em 2019 e, em 2021, foi declarada uma organização
terrorista internacional pelos Estados Unidos. Nesse cenário, a República Democrática do Congo vive uma das crises de deslocamento mais negligenciadas do mundo. Mais de 7,2 milhões de pessoas, segundo dados de março de 2024, foram deslocadas, tornando-se a segunda maior crise de deslocamento interno no continente africano.
“Eles mataram meu pai, minha mãe e a maioria dos meus irmãos. A vida se tornou difícil. Tenho que comprar comida e roupas para mim e para meus irmãos sobreviventes”, disse Jerome, de 17 anos, aos parceiros da Portas Abertas este ano. Ele perdeu boa parte da família em 2023 em um dos muitos ataques das Forças Democráticas Aliadas na região.
“Minha vida espiritual mudou muito desde que meus pais morreram. Não vou mais à igreja. A principal razão pela qual não vou mais é que, se eu for à igreja, não terei tempo para ganhar o dinheiro que precisamos para aquele dia”, compartilhou Jerome. Por favor, junte-se a nós em oração pelas famílias afetadas pelos últimos ataques e pela igreja na República Democrática do Congo e em outras partes da África Subsaariana.
Pedidos de oração
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