Portas Abertas • 16 mai 2024
Cristãos deslocados clamam pelo fim da violência em Moçambique
Nos últimos meses, os ataques de grupos extremistas ligados ao Estado Islâmico tonaram-se frequentes nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, em Moçambique. Em 10 de maio, o alvo foi Macomia, uma cidade rica em gás natural e que fica a 150 quilômetros de Macimboa da Praia, local onde o primeiro ataque de jihadistas aconteceu em 2017.
Durante um discurso televisionado, o presidente Filipe Nyusi garantiu que as forças armadas do país estavam combatendo os jihadistas em Macomia. O líder do país afirmou que os extremistas fugiram depois de 45 minutos de combate, mas depois retornaram.
De acordo com parceiros locais da Portas Abertas, a aldeia de Nussua também foi invadida e incendiada pelos radicais islâmicos, em abril. O grupo retirou uma cruz de uma igreja e ateou fogo nela e na casa de cristãos. Em 5 de maio, as aldeias de Mopanha e Nanua foram esvaziadas durante a invasão dos radicais, mas ainda não há informações sobre o nível da destruição e o número de pessoas feridas ou mortas.
No dia seguinte, os jihadistas incendiaram 183 casas no vilarejo de Siriba, na província de Cabo Delgado. Os cristãos locais fugiram e se esconderam na floresta mais próxima quando souberam que o ataque aconteceria.
Durante o auge dos ataques, entre 2021 e 2022, mais de 500 mil pessoas precisaram fugir para o Norte de Moçambique. Segundo a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), 582 mil moçambicanos continuam deslocados desde o início de 2024.
Jo Newhouse (pseudônimo), representante da Portas Abertas na África Subsaariana explica que o impacto do deslocamento para os cristãos é tanto físico como emocional. Além disso, as igrejas locais estão sobrecarregadas com cristãos traumatizados pela violência.
“Muitos testemunharam ataques horríveis dos jihadistas, eles perderam entes queridos, meios de subsistência e toda a sensação de segurança. Alguns tentaram regressar as suas casas ou recomeçar as suas vidas em um local que esperavam ser mais seguro. Estes novos ataques traumatizam novamente muitas pessoas e empobrecem ainda mais as comunidades já em dificuldades. O resultado poderá ser que áreas no Norte de Moçambique fiquem sem qualquer presença cristã”, explica a porta-voz.
Ainda dá tempo de participar do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2024, que acontecerá no dia 26 de maio. Inscreva sua igreja no DIP 2024 e mobilize seus irmãos na fé a clamarem pelo fim da violência na África Subsaariana.
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