Portas Abertas • 30 jul 2022
Mulheres e crianças cristãs são as mais impactadas pelo tráfico de pessoas
Em 2013, a Organização das Nações Unidas escolheu 30 de julho como Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. A data permite a conscientização sobre a gravidade e a persistência desse crime em vários países e a defesa dos direitos das vítimas.
O tráfico de pessoas acontece quando pessoas são recrutadas e transportadas involuntariamente e são subjugadas por um criminoso ou quadrilha que abusa das vítimas de diversas maneiras e pode ter vantagens econômicas por isso. O objetivo desse crime pode ser a exploração sexual (50% dos casos), conseguir mão de obra para trabalhos forçados (38%) e até para casamentos forçados (1%), segundo o relatório da UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime).
As quadrilhas procuram pessoas vulneráveis, geralmente mulheres e crianças. Países em conflito, com fronteiras frágeis e acampamentos de refugiados também são alvos dos criminosos por causa da menor vigilância e dos deslocamentos frequentes (muitas crianças se perdem nas fugas).
Muitas cristãs deixam a Venezuela por causa da crise econômica e se tornam alvos dos traficantes, principalmente para exploração sexual. Por causa da fé delas, os criminosos consideram que elas são “mais puras” e por isso valeriam mais dinheiro, mostrando a dupla vulnerabilidade: são alvos por serem mulheres e também porque são cristãs.
No México, denúncias recentes mostram que o crime organizado também é conhecido por traficar pessoas e afeta muitas famílias cristãs que veem seus parentes desaparecerem repentinamente.
As meninas são as mais vulneráveis no Paquistão. Centenas de jovens cristãs são sequestradas, traficadas e forçadas a se casar. Nesses casos, as meninas ficam subjugadas às decisões e à fé do marido, uma forma de pressionar as minorias cristãs. O trabalho forçado e a prostituição são os outros dois espaços ocupados pelas meninas traficadas.
A realidade do tráfico de pessoas também afeta cristãs na Coreia do Norte, segundo o relatório de 2022 feito pela Portas Abertas sobre o país. Há mais de 10 mil cristãs em campos de trabalho forçado por causa da fé, em que muitas sofrem abusos e quando conseguem fugir acabam sendo vítimas do tráfico, sobretudo quando fogem para a China.
Sook-ja (pseudônimo) foi uma das vítimas do tráfico de pessoas na Coreia do Norte. Ela vivia deprimida com as lembranças das ameaças e abusos. Mas, desde que começou a participar de um grupo de estudos bíblicos da igreja clandestina, ela descobriu a esperança em Jesus e encontrou forças para recomeçar. O marido de Sook-ja não gostava do grupo inicialmente, mas quando viu como ela ficou feliz e animada, mudou de ideia e tem testemunhado a mudança que Jesus fez na vida da esposa.
Os dados acima foram baseados nas pesquisas sobre os países e regiões citadas feitas pela Portas Abertas para a Lista Mundial da Perseguição 2022.
Além do tráfico de pessoas, cristãos perseguidos enfrentam outros tipos de violações dos direitos humanos. A Portas Abertas envia alimentos, organiza seminários de cuidados pós-trauma, entre outras medidas para socorrê-los. Sua doação ajuda a suprir as necessidades urgentes dos irmãos na fé.
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