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Jordânia

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Jordânia
  • Tipo de Perseguição: Opressão do clã, opressão islâmica, paranoia ditatorial, protecionismo denominacional
  • Capital: Amã
  • Região: Oriente Médio
  • Líder: Abdullah II
  • Governo: Monarquia constitucional
  • Religião: Islamismo, cristianismo, budismo, hinduísmo, judaísmo
  • Idioma: Árabe e inglês
  • Pontuação: 65


POPULAÇÃO
10,3 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
170 MIL

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos na Jordânia? 

Comparado a outros países do Oriente Médio, a vida dos cristãos na Jordânia é segura e estável. A maioria deles pertence à Igreja Ortodoxa ou à Igreja Católica, que são reconhecidas pelo governo. O país é tolerante desde que todos mantenham a religião em que nasceram.   

Em contrapartida, o cenário em que as igrejas não tradicionais, que perseveram em anunciar o evangelho, e os cristãos de origem muçulmana vivem é de perseguição. As comunidades cristãs são monitoradas e cristãos que deixaram o islamismo para seguir a Jesus são alvos de agressões físicas, presos e mortos quando revelam a nova fé. Eles também enfrentam dias de interrogatórios e tortura, sob pressão para denunciarem outros cristãos. 

Os cristãos de origem muçulmana não podem se casar com cristãos, pois, perante a lei, continuam sendo considerados muçulmanos. A sharia (conjunto de leis islâmicas) também afirma que quando a esposa cristã se converte ao islã, o marido também precisa se converter para que o casamento continue legalizado, ou seja, casamentos interreligiosos são proibidos e anulados.  

Todos que sejam suspeitos de ajudar ou encorajar um cristão de origem muçulmana podem ser ameaçados e enfrentar diversas complicações. Alguns extremistas islâmicos que voltaram das guerras na Síria e no Iraque moram na Jordânia e são outra grande ameaça para a comunidade cristã.   

Eu era um valentão, um criador de casos. Mas agora sou um membro comprometido do grupo de discipulado e participo das reuniões de estudo da Bíblia duas vezes por semana. Eu sou uma nova criação agora em Jesus Cristo e me pareço cada vez mais com ele.” 

Tareq (pseudônimo), cristão perseguido na Jordânia 

O que mudou este ano? 

A pequena queda na pontuação da perseguição na Jordânia é resultado do menor número de incidentes violentos reportados. Por exemplo, não há registro recente de cristãos expulsos de casa ou que se tornaram deslocados, nem dentro, nem fora do país. Outros incidentes continuam sendo denunciados, como abuso físico, principalmente entre os cristãos de origem muçulmana. 

Quem persegue os cristãos na Jordânia 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na Jordânia são: opressão do clã, opressão islâmica, paranoia ditatorial e protecionismo denominacional. 

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Jordânia são: líderes de grupos étnicos, parentes, líderes religiosos não cristãos, oficiais do governo, cidadãos e quadrilhas, líderes religiosos cristãos

Quem é mais vulnerável à perseguição na Jordânia? 

Cristãos de origem muçulmana são os mais afetados pela perseguição. Essa realidade atinge igualmente todas as partes do país, apesar de a pressão e o controle social nas áreas rurais ser maior. O Sul do país também é conhecido como uma região dominada pelo conservadorismo islâmico 

Como as mulheres são perseguidas na Jordânia? 

Moças que se convertem ao cristianismo são submetidas a prisão doméstica, agressões físicas e assédio sexual. Mulheres cristãs, especialmente as que não adotam o código de vestimenta islâmico em público, são alvos de assédio verbal e sexual. 

Algumas cristãs são entregues a casamento com muçulmanos na tentativa de preservar a “honra” da família e suprimir a nova fé. Nas áreas rurais, elas enfrentam o risco dos chamados “assassinatos de honra”, apesar de não haver relatos recentes dessa prática.  

Quando mulheres casadas se convertem, podem enfrentar violência, ser forçadas ao divórcio, perder a custódia dos filhos e o direito à herança garantida pela lei islâmica. Elas não podem viajar para o exterior sem a autorização da família, o que torna difícil a fuga do país.  

Como os homens são perseguidos na Jordânia? 

O ambiente de trabalho é um local de discriminação que continua afligindo os homens cristãos, especialmente os de origem muçulmana. Se a fé em Jesus é descoberta, cristãos de origem muçulmana podem perder o certificado de segurança — um recurso que dá acesso a informações restritas que apenas os cidadãos do país podem ter — e o trabalho. 

O desemprego de um homem tem efeito forte sobre toda a família. Os homens cristãos, especialmente os líderes, são perseguidos pelas autoridades. Eles passam por entrevistas do serviço de inteligência e são pressionados a delatar outros cristãos, principalmente os de origem muçulmana. 

No período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2023, muitos cristãos de origem muçulmana foram interrogados durante vários dias. Um deles foi agredido com uma cadeira de metal, o que causou um ferimento grave no fígado. 

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na Jordânia? 

A Portas Abertas trabalha com parceiros locais na Jordânia para apoiar os cristãos perseguidos com treinamento, ajuda emergencial, projetos de reabilitação e organização de reuniões de oração. 

Como posso ajudar os cristãos perseguidos na Jordânia? 

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente.  

QUERO AJUDAR 

Pedidos de oração da Jordânia 

  • Peça a Deus que proteja aqueles que estão deixando o islã para seguir a Cristo. 
  • Ore para que as autoridades na Jordânia saibam conter a ameaça dos extremistas islâmicos. 
  • Interceda pelos cristãos para que tenham a fé respeitada e vivam com integridade.  

Um clamor pela Jordânia 

Senhor Jesus, que todos aqueles que enfrentaram sofrimentos por causa da fé sintam a profundidade do seu grande amor e que o seu poder aja na vida de cada um deles. Oramos para que as famílias dos cristãos recém-convertidos sejam tocadas pela coragem e pelo testemunho deles. Pai, que os preconceitos contra os cristãos sejam minados. Clamamos para que a ameaça dos extremistas na Jordânia não prevaleça e que a sua igreja continue edificada na Rocha, que é o Senhor. Amém. 

A Jordânia ocupa uma área rica em vestígios arqueológicos e tradições religiosas. Relatos bíblicos da área, datados da Idade do Bronze em diante, mencionam reinos como Gileade no Norte, Moabe no centro, e Midiã ao Sul. Nos tempos do êxodo, os israelitas tentaram passar por Edom, no Sul da Jordânia, mas não receberam permissão. Diversos outros fatos bíblicos ocorreram na região. 

A área foi devastada nos séculos 6 e 7 pelo combate intermitente entre bizantinos e o império persa sassânida. Em 627, o imperador Heráclio finalmente derrotou os persas e reestabeleceu a ordem. Mas os bizantinos, gravemente enfraquecidos pelo longo conflito, foram incapazes de enfrentar a ameaça inesperada de um novo poder que surgiu na Arábia. Em 636, os muçulmanos destruíram o exército bizantino e colocou a maior parte da Síria e da Palestina sob domínio muçulmano. 

Em 1099, com a captura de Jerusalém pelos cruzados, o reino de Jerusalém latino foi estendido pelo Leste da Jordânia. Após os cruzados recuarem, a história da Jordânia permaneceu tranquila. Foi apenas no século 16 que ela se submeteu ao governo otomano e se tornou parte da província de Damasco. 

História recente 

Após a dissolução do Império Otomano, a Liga das Nações exigiu que a Grã-Bretanha governasse grande parte do Oriente Médio. No início da década de 1920, a Grã-Bretanha separou uma região semiautônoma da Palestina, com o nome Transjordânia. A região tornou-se independente em 1946 e o Reino Hachemita foi estabelecido. A partir de 1953, o rei Hussein governou o reino durante a maior parte do século 20. Em 1967, a Jordânia perdeu a Cisjordânia para Israel na Guerra dos Seis Dias. O rei Hussein renunciou sua reivindicação da Cisjordânia em 1988 e assinou um tratado de paz com Israel em 1994. Após a morte de Hussein em 1999, seu filho mais velho, o Rei Abdullah II, o sucedeu.  

A Jordânia também foi afetada pela chamada Primavera Árabe, que começou em 2011. De acordo com o CIA World Factbook, o rei Abdullah II “implementou modestas reformas políticas, inclusive a aprovação de uma nova lei eleitoral no início de 2016 e um esforço para delegar alguma autoridade aos conselhos de nível governamental e municipal após as eleições subnacionais em 2017”. 

A Jordânia tem sido uma terra relativamente estável para refugiados na região e tem recebido refugiados das guerras do Líbano, Iraque e Síria. Isso adicionou uma pressão significativa na economia e na sociedade. Além disso, levou a Jordânia a ser usada como país de passagem para militantes islâmicos violentos, causando a ameaça do aumento de ataques islâmicos no país. 

Apesar de estável em termos de segurança, a Jordânia enfrentou três ataques terroristas em 2016 e 2018. Os defensores dos direitos humanos acusaram os governantes da Jordânia de usar a ameaça do terrorismo para restringir os direitos dos cidadãos e do parlamento. As autoridades jordanianas também foram acusadas de violar os direitos à liberdade de expressão e reunião quando os protestos anticorrupção as levaram a visar cada vez mais ativistas políticos e anticorrupção. Em março de 2019, as autoridades detiveram mais de uma dúzia de pessoas pertencentes à coalizão “Hirak Shabaabi” (movimento juvenil), além de jornalistas, por críticas públicas aos líderes e às políticas da Jordânia. 

Apesar da crise da COVID-19, eleições parlamentares ocorreram em novembro de 2020 e, de acordo com observadores, a baixa participação histórica indica a apatia dos eleitores. O resultado das eleições não foi surpreendente: candidatos independentes e pró-governo passaram a compor a maioria na Câmara dos Deputados, tornando-a ainda mais conciliadora com relação ao governo. 

Em março de 2021, houve diversos protestos contra os impactos dos lockdowns e medidas de emergência da pandemia, bem como pela ocasião do 10º aniversário da Primavera Árabe. Diversos manifestantes foram presos. 

Os cristãos vivem na Jordânia desde os primeiros dias do cristianismo. O país era um centro de refúgio para os cristãos que fugiam da perseguição em Jerusalém e Roma durante o primeiro século depois de Cristo. O cristianismo tornou-se a religião aceita da região no século 4 e igrejas e capelas foram construídas em todo o país. Isso mudou com a chegada do islamismo, quando exércitos muçulmanos invadiram a área em 636 d.C. 

De acordo com os especialistas da instituição britânica Jerusalem and the Middle East Church Association (JMECA), “após a conquista do Oriente Médio e do Norte da África no século 7, o cristianismo diminuiu lentamente nessas regiões. No século 10, os cristãos constituíam cerca de 10% da população do Império Islâmico. Nesse contexto, no final do século 11, vieram as Cruzadas, que trouxeram consigo a Igreja Católica Romana. Durante esse período, no século 13 e depois, vários grupos de cristãos orientais entraram em comunhão com Roma”.  

No início do século 18, o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia se separou. As igrejas ocidentais de tradição reformada entraram no Oriente Médio no século 19. Os missionários presbiterianos americanos trabalharam no Egito, no Líbano e em outras partes da região. A Igreja da Inglaterra e a Igreja Luterana da Prússia estabeleceram conjuntamente um bispado em Jerusalém em 1841, que chegou ao fim no início da década de 1880 e separaram os bispados anglicanos e luteranos no final da década. O propósito original era converter os judeus ao cristianismo. Nesse objetivo, falhou em grande parte, mas atraiu um pequeno número de cristãos existentes, principalmente ortodoxos ou católicos gregos, no que hoje é Israel, os Territórios Palestinos e a Jordânia.  

A maioria dos cristãos pertence a igrejas históricas, como a Igreja Ortodoxa Grega ou a Igreja Católica Romana. No geral, eles desfrutam de um nível relativamente alto de liberdade religiosa, mas enfrentam discriminação no emprego e restrições contra a pregação pública. Um testemunho aberto de fé de um cristão de contexto muçulmano pode levar a espancamento, prisão e morte. Os cristãos ativos no evangelismo e/ou envolvidos com cristãos de origem muçulmana podem enfrentar ameaças e obstruções na vida cotidiana.  

O governo impõe mais valores e leis islâmicas à sociedade, embora ainda promova a tolerância e a convivência pacífica de outras religiões. Em termos de vida pessoal, os convertidos do islamismo para o cristianismo enfrentam a maior perseguição. A família e a comunidade podem rejeitá-los, ou mesmo cometer alguma violência contra eles. Todos os cristãos na Jordânia podem estar sujeitos à vigilância do governo. Mais e mais jordanianos estão sendo radicalizados pela ideologia do Estado Islâmico, o que põe os cristãos em grande risco.  

Comparados aos cristãos que vivem em outros países do Oriente Médio, a maioria dos cristãos na Jordânia vive uma vida segura e estável. O rei Abdullah II e seu aparato estatal parecem tolerar e, em certo grau, apoiar igrejas reconhecidas. Entretanto, o Estado exerce pressão em todas as comunidades cristãs, especialmente por meio de monitoramento. Igrejas não reconhecidas podem ser importunadas por autoridades públicas, particularmente aquelas que evangelizam ativamente. Embora a Jordânia goste de se apresentar como um farol de tolerância e diálogo inter-religioso, os sunitas radicais e os jihadistas que retornam da Síria e do Iraque continuam a representar uma ameaça para a comunidade cristã.  

A Jordânia tem um número desproporcionalmente alto de muçulmanos salafistas, que são um potencial perigo para os cristãos e outros grupos. O Estado continua a controlar os sermões nas mesquitas e exige que os pregadores se abstenham de falar sobre política para evitar agitação social e política, em uma tentativa de controlar o radicalismo.  

Cerca de 96% da população é muçulmana, dos quais a maioria é sunita. A Jordânia acolhe um grande número de refugiados, principalmente do Iraque e da Síria, dos quais vários milhares são cristãos. 

A tensão entre elementos islâmicos moderados e radicais aumentou na sociedade jordaniana. O rei Abdullah II quer reformar a sociedade e está implementando medidas que são benéficas para as minorias religiosas, inclusive os cristãos, como a implementação de mudanças no currículo das universidades no início do ano acadêmico de 2017. Isso envolveu a exclusão de passagens discriminatórias contra as religiões não muçulmanas, o que poderia incentivar as visões salafistas-islâmicas. No entanto, essas medidas estão causando distúrbios — especialmente entre muçulmanos conservadores — e estão dividindo a sociedade. 

Cultura e sociedade 

A cultura jordaniana é amplamente moldada pelas tensões entre nativos jordanianos e uma variedade de refugiados, que estima-se serem mais de 6% do total da população. A maioria da população na Jordânia é composta de palestinos, os quais fugiram das guerras árabe-israelenses de 1948 e 1967. A maioria deles recebeu cidadania no início da década de 1950. Os jordanianos palestinos não são tratados igualmente, em comparação com a maioria dos outros cidadãos nacionais que são descendentes dos beduínos (árabes nômades) e vivem na área há séculos. 

A sociedade da Jordânia é basicamente tribal — especialmente fora das principais cidades — e está inserida no nacionalismo jordaniano. Depois do fluxo em massa de palestinos na Jordânia, após a guerra de 1967 com Israel, a Jordânia se dividiu em dois povos: “orientais puros” da Jordânia (originários da região leste do rio Jordão) e cisjordanianos (que têm suas raízes a oeste do rio Jordão). O tribalismo tornou essa divisão étnica mais aparente e atua como uma rede de segurança socioeconômica. As conexões familiares, tribais e de clãs continuam a permitir que os orientais naveguem com sucesso nas esferas governamentais, econômicas e sociais, incluindo naturalmente o emprego, mas também a posição política e social. Devido a essa vantagem social para os jordanianos “puros”, o tribalismo tornou-se ainda mais integrado ao conceito jordaniano de nacionalismo. Assim, os cristãos de origem palestina podem não ter tantas vantagens quanto um cristão jordaniano “puro”.  

A discriminação contra palestinos é especialmente sentida na área de emprego no exército, no governo e no setor público (que é limitado apenas a descendentes de beduínos), restando apenas o setor privado para os palestinos. Além disso, os jordanianos palestinos são discriminados nos setores econômico, educação pública e saúde, onde a prioridade é dada aos milenares beduínos. Em geral, esses últimos são leais ao rei.  

A sociedade jordaniana está cada vez mais polarizada. Essa polarização está encorajando os liberais e os cristãos a se manifestarem contra os desenvolvimentos islâmicos radicais no país, que tiveram sérias consequências. O assassinato extrajudicial de um proeminente autor ateu mostra como a liberdade de expressão está sendo suprimida por islâmicos radicais. Isso está levando a uma crescente pressão sobre os cristãos e outros cujos pontos de vista não estão em consonância com o islamismo radical. 

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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