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Nicarágua

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Nicarágua
  • Tipo de Perseguição: Paranoia ditatorial, opressão comunista e pós-comunista, corrupção e crime organizado
  • Capital: Manágua
  • Região: América Latina
  • Líder: José Daniel Ortega Saavedra
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Cristianismo
  • Idioma: Espanhol, misquita e mestiço
  • Pontuação: 65


POPULAÇÃO
6,8 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
6,4 MILHÕES

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Como é a perseguição aos cristãos na Nicarágua? 

As igrejas na Nicarágua que se posicionam contra a injustiça e as violações dos direitos humanos que o governo comete são vistas como agentes desestabilizadores. Isso as torna alvos de hostilidade, o que inclui intimidação, assédio, vigilância, prisões e ataques.  

Igrejas católicas romanas são as mais suscetíveis à oposição. O governo é particularmente hostil às igrejas que ofereceram abrigo e cuidados às pessoas durante os protestos contra o governo que irromperam em 2018. 

As igrejas continuam sob vigilância constante e recebem difamações com frequência. A proximidade das eleições e as mudanças recentes na lei foram usadas como pretexto para rotular os líderes cristãos como terroristas e golpistas. Isso aumentou as restrições às igrejas e às organizações cristãs. 

"Essa é uma forma de nos pressionar. Eles intimidam a igreja de Jesus para mostrar que eles estão no controle." 

Pastor Tito, líder cristão na Nicarágua

O que mudou este ano? 

A hostilidade aos cristãos aumentou na Nicarágua, o que levou o país a estar entre os 50 países da Lista Mundial da Perseguição. Desde que os protestos contra o regime ditatorial começaram em 2018, o presidente Daniel Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, buscaram calar vozes dissonantes, especialmente a da igreja, que tem um papel de influência no país.  

Escolas cristãs e canais de televisão foram fechados, assim como instituições religiosas de caridade. Ao mesmo tempo, cristãos são presos e condenados arbitrariamente. O objetivo é calar os cristãos e fazê-los perder credibilidade diante da população. 

Quem persegue os cristãos na Nicarágua? 

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na Nicarágua são: paranoia ditatorial, opressão comunista e pós-comunista, corrupção e crime organizado. 

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Nicarágua são: oficiais do governo, partidos políticos, grupos paramilitares, grupos de pressão ideológica. 

Quem é mais vulnerável à perseguição na Nicarágua? 

A perseguição do governo totalitarista afeta todos os cristãos na Nicarágua igualmente. 

Como as mulheres são perseguidas na Nicarágua? 

Em comparação com outros países da América Latina, os incidentes de perseguição às mulheres e meninas cristãs são relativamente baixos. As que enfrentam maior risco são as mulheres que se posicionam contra o regime. 

Por causa da falta de confiança no sistema judiciário da Nicarágua, muitas não fazem denúncias contra os perseguidores. Isso significa que eles usufruem de impunidade. Mesmo quando algumas denúncias são ouvidas e os perseguidores presos, em pouco tempo, eles recebem o perdão e ficam livres novamente.  

Como os homens são perseguidos na Nicarágua? 

Os homens são suscetíveis a formas de perseguição mais visíveis do que as mulheres. Os rapazes são muito ativos nas manifestações contra o governo e a maioria dos líderes das igrejas são homens.  

Aqueles que participam de igrejas conhecidas pela oposição ao regime são os mais propensos à repressão. A pressão força muitos homens, especialmente os líderes, a fugirem do país, onde estão expostos ao tráfico humano e outros grupos criminosos. 

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na Nicarágua?   

A Portas Abertas fortalece a Igreja Perseguida na Nicarágua por meio de distribuição de literatura cristã, treinamento para discipulado, ajuda emergencial e educação para os pastores que não puderam terminar os estudos. 

Como posso ajudar os cristãos perseguidos na Nicarágua?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aoa cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente.

QUERO AJUDAR 

 Pedidos de oração da Nicarágua 

  • Ore pelos que foram afligidos pela hostilidade do governo para que encontrem cura e forças para seguir a Jesus.  
  • Peça ao Senhor para que a oposição do governo não impeça que os cristãos compartilhem as boas novas com ousadia. 
  • Rogue ao Espírito Santo para que transforme o coração dos governantes e passem a ver os cristãos com bons olhos.  

Um clamor pela Nicarágua   

Senhor Jesus, engrandecemos o seu nome em gratidão pela coragem que o Senhor tem concedido aos cristãos na Nicarágua que têm levantado a voz contra as injustiças e violações de direitos humanos. Que eles saibam que no Senhor o trabalho deles não é vão. Pedimos por aqueles que estão desencorajados ou atemorizados pela repressão do governo. Revista-os com poder e ajude-os a cumprir o chamado que o Senhor tem para cada um deles. Cure os corações feridos, fortaleça os fracos e proteja os cristãos de todo o mal. Pedimos que o Santo Espírito mova o coração dos governantes. Que a compaixão os alcance e eles vejam os cristãos com bons olhos. Amém. 

A Nicarágua foi o único país colonizado por espanhóis e britânicos. Em 1811, inspirados pelas lutas no México e em El Salvador, revolucionários depuseram o governo intendente da Nicarágua. Em 1860, um acordo com a Grã-Bretanha garantiu a reintegração nominal da Costa Leste ao resto do país, mas como uma reserva anônima. A jurisdição completa sobre o povo de Miskito só foi estabelecida na presidência liberal de José Santos Zelaya (1893-1909). 

De 1936 a 1979, a Nicarágua foi governada pela ditadura da família Somoza, que foi finalmente derrubada pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). De 1984 a 1990, Daniel Ortega se tornou presidente da Nicarágua pela primeira vez. Depois, em 2006, ele voltou a ganhar as eleições e está no poder desde então.  

Ao longo dos anos, Daniel Ortega se tornou um governante autoritário. Ele virou as costas para os ideais revolucionários e chegou a se assemelhar ao ditador que depôs. Embora até recentemente o país parecesse ser um dos mais estáveis e seguros na região, desde 2018 a Nicarágua vê um enfraquecimento do Estado de direito, além de corrupção e repressão por todo o país. Agentes estatais e não estatais apoiados pelo governo miram dissidentes do regime e seus apoiadores, muitas vezes os matando.  

Os esforços para prevenir a propagação da pandemia de COVID-19 foram impedidos pela falta de interesse do governo em impor confinamento, distanciamento social e medidas de quarentena. Pelo contrário, o governo incentivou celebrações de rua e outras formas de ajuntamento com potencial de riscos à saúde dos cidadãos. De acordo com a BBC, as autoridades não forneceram informações confiáveis sobre a doença e vacinas contra COVID-19. Uma crise econômica e de saúde foi, então, adicionada ao caos sociopolítico.  

Organizações multilaterais e a comunidade internacional impuseram sanções à Nicarágua, acusando o governo Ortega de violação dos direitos humanos e censura à mídia antigoverno. Houve um aumento da violência durante o processo eleitoral presidencial para garantir que o presidente Ortega e seus aliados políticos permanecessem no poder. Não foi surpresa que ele teve uma vitória esmagadora em novembro de 2021. 

A Igreja Católica Romana foi a primeira denominação cristã no país, auxiliada pela colonização espanhola. A primeira igreja foi estabelecida pelos franciscanos em 1524 em Granada, mas a maior parte do trabalho missionário durante o período colonial foi conduzida pelos jesuítas. A atividade missionária protestante (principalmente no Leste da Nicarágua) teve início com a Igreja Anglicana nos anos 1760, embora a influência dos anglicanos remontasse à presença de alguns assentamentos britânicos nos anos 1620. Esforços significativos para evangelizar crioulos e indígenas na parte leste da Nicarágua só começaram com a chegada da Igreja dos Irmãos Morávios em Bluefields, em 1849. 

Desde que as agitações sociais começaram em 2018, líderes de igrejas (principalmente católicos romanos) foram envolvidos no diálogo oficial entre grupos de oposição e o governo, primeiro como mediadores e depois como observadores. No entanto, em março de 2019, como um ato de protesto contra a falta de comprometimento do governo e a contínua violação dos direitos humanos, a Igreja Católica decidiu suspender toda participação ativa nas conversas. Desde então, o apoio da Igreja Católica aos setores mais vulneráveis da sociedade fez com que ela se tornasse “inimigo público” do governo e seus aliados. Como resultado, líderes de igrejas e igrejas são alvo frequente de todo tipo de retaliação, incluindo a possibilidade de serem condenados por “crime eleitoral” ao exigirem respeito pelos processos democráticos. 

O relatório sobre a situação na Nicarágua do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUR) publicou detalhes dos contínuos ataques, ameaças, detenções arbitrárias, assédio e intimidação de pessoas consideradas opositoras ao governo. Isso incluiu atos de intimidação e violência contra igrejas e cristãos, especialmente católicos romanos. As autoridades claramente favorecem igrejas que publicamente apoiam as ações de Ortega. Essas igrejas – principalmente protestantes – são influenciadas pelo regime para seguir as linhas do partido, seja por meio de coação ou medo. O resultado  um crescente aumento na divisão entre grupos protestantes e a polarização social em relação à postura da igreja no contexto das eleições presidenciais de 2021.  

Em reação ao clamor de líderes cristãos pelo chamado à preservação dos direitos humanos, houve um aumento sistemático nas hostilidades e ataques contra líderes de igrejas, principalmente bispos, padres, igrejas e organizações religiosas sob seu comando. Apesar das reações negativas do governo ao trabalho social da igreja, líderes de igrejas continuaram a apoiar a eleição presidencial de 2021. 

Em 3 de novembro de 2020, o Furacão Eta atingiu a cidade de Puerto Cabezas e, em 17 de novembro de 2020, o Furacão Lota provocou deslizamentos de terra. Esses dois furacões afetaram mais de 1,8 milhões de pessoas, destruíram ou danificaram mais de 44 mil casas e mataram ao menos 21 pessoas. A principal área afetada foi a Região Autônoma da Costa Caribe Norte, onde as comunidades indígenas Miskito e Mayagna estão localizadas. Outras áreas – como Jinotega e Matagalpa – também sofreram fortes chuvas. Mesmo antes desses eventos, havia uma crescente crise social, especialmente após os protestos em 2018, que foi agravada pela má infraestrutura básica, o que limitou o acesso a serviços básicos, e pelas restrições à ajuda impostas pelo governo. Apenas poucas organizações autorizadas pelo governo, ou seja, aquelas consideradas não inimigas políticas, foram permitidas a atuar. Como consequência, a Nicarágua é um dos países mais pobres da América Latina e a situação tem piorado com a taxa de emigração. 

Outro aspecto a considerar é o grau de influência do regime no setor educacional. O currículo escolar geralmente inclui programas para doutrinar crianças de acordo com a ideologia do partido governante e promove lealdade ao Movimento Sandinista. Todos os estudantes, inclusive crianças em idade escolar, são ensinados que violência, repressão e censura às ideologias antissocialistas (inclusive o cristianismo) são métodos aceitáveis para defender a pátria. Além disso, o orçamento do governo para apoiar inciativas da igreja relacionadas à educação tem diminuído drasticamente, colocando em risco a continuidade dessas atividades.  

A igreja permanece como uma das instituições com maior credibilidade entre a população. O apoio humanitário oferecido pelas igrejas durante a crise de COVID-19 levou as autoridades a acusá-las de planejar um golpe. Apesar dos esforços das igrejas em ajudar a população no acesso aos serviços básicos, tais como comida, medicamentos, cuidado médico e disseminação de informações confiáveis a respeito da COVID-19 e ao processo de vacinação, elas têm enfrentado oposição do governo porque essas atividades enfraquecem o controle do regime sobre a população. 

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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