Portas Abertas • 6 nov 2014
“Meu primo, cristão, morreu faz alguns dias na Síria. É mártir pela fé”, acrescentou a jovem que agora mora em Barcelona (Espanha). Mieiille recordou que no passado os cristãos podiam declarar sua fé e ter as portas das igrejas abertas. Porém, tudo mudou durante a guerra e se agravou com a entrada do Estado Islâmico que busca instaurar um califado no Iraque e Síria.
Apesar disso, Mieiille afirmou que “a oração é a melhor arma que temos”, e os cristãos inclusive “devemos orar pelos perseguidores”.
Por sua parte, um dos líderes da igreja síria denunciou que no país há “uma perseguição não declarada”, com dois mil cristãos assassinados, entre eles seis líderes, assim como um número indeterminado de sequestrados. Além disso, dos dez milhões de deslocados, 450.000 são cristãos.
Do mesmo modo, o diretor da AIS na Espanha, Javier Menéndez Ros, denunciou que na Síria está sendo “consentido se não um genocídio, um autêntico drama humano”.
No país, disse ele “se pode morrer de várias maneiras”, devido à violência cruel. “Todos vão empobrecendo pouco a pouco. As pessoas já gastaram as suas economias. Todos precisam de ajuda”, denunciou um dos líderes locais em entrevista dia 23 de outubro.
Na adversidade está se manifestando um retorno à fé. As pessoas oram muito mais. As Igrejas estão muito tempo abertas; e para lá vão muitos fiéis, que frequentemente passam horas orando em silêncio. Não têm mais nada além da fé. Estão em um beco sem saída esperando a morte. No final dos cultos se despedem porque não sabem se voltarão a ver-se no dia seguinte. Há um ambiente de resignação. As pessoas se abandonam à própria sorte. Quer dizer, é uma situação muito difícil.
A família é, na realidade, a única instituição intacta. A família é o que ajuda, compartilha e apoia. A identidade familiar está muito acentuada. Sem família, seria um desastre total.
Embora não se tenha dados precisos, observou-se uma queda no número de casamentos. “Agora, o que aumenta é o número de enterros. Temos que ampliar o nosso cemitério. Antes, nossos projetos eram um jardim de infância ou uma escola; agora é ampliar o cemitério cristão”, expressou com pesar um pastor de igreja local no país.
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