Portas Abertas • 17 jul 2024
Na mesma semana, Masoud Pezeshkian foi eleito presidente da nação
No início de julho, um novo presidente foi eleito no Irã. Os índices de participação na votação foram historicamente baixos, apenas 43% eleitores participaram, e foram registrados inúmeros boicotes em protesto a como as eleições aconteceram. Mas o que a ascensão de Masoud Pezeshkian significa para os cristãos perseguidos iranianos?
Atualmente, o Irã é o 9º país da Lista Mundial da Perseguição 2024, ou seja, é um dos dez países mais perigosos para os cristãos. A nação ganhou destaque nos últimos anos pelas violações dos direitos das mulheres, especialmente depois da morte da jovem Mahsa Amini pelo “uso incorreto” do hijab (véu islâmico) e pelo envolvimento com a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas na Palestina.
A escolha de Masoud, conhecido pela postura moderada e reformista, desperta esperança de que mudanças positivas no tratamento das mulheres e minorias religiosas no Irã, como os cristãos, ocorram. O presidente eleito declarou que muitas ações da Inteligência Iraniana foram “imorais” e reconheceu a importância das várias minorias religiosas, incluindo as comunidades cristãs históricas.
Mas há pouca possibilidade de mudança real para os seguidores de Jesus na nova gestão. Oito cristãos foram enviados para a prisão na mesma semana da eleição, por exemplo. “O fato de o presidente ter sido escolhido na eleição com menor participação civil mostra a falta de apoio da sociedade iraniana às mudanças e reformas. O poder continua nas mãos de pessoas fora da política”, afirmou Michael Bosch, analista da perseguição da Portas Abertas.
O aiatolá Ali Khamenei junto com outros clérigos e líderes muçulmanos mantêm grande influência nas decisões do país. Apesar de serem escolhidos fora do âmbito político, sem o apoio deles, o presidente tem pouco poder de ação. Michael Bosch lembra que o último presidente do Irã, Hassan Rouhani, também era reformista, mas não trouxe melhorias para os cristãos perseguidos.
Nos últimos meses, uma nova onda de prisões atingiu os cristãos de origem muçulmana. Juntas, as sentenças totalizam 45 anos de prisão. No Irã, o evangelismo é proibido e cristãos que deixaram o islã para seguir a Jesus não podem participar de igrejas. As autoridades punem os que praticam a fé cristã nas igrejas secretas com duras sentenças de prisão.
Na prisão mais recente, nem todos os cristãos foram identificados, mas segundo a organização Article 18, Yasin Mousavi foi o que recebeu a maior sentença, de 15 anos. “É preocupante que os outros presos continuem anônimos. Muitos ficam meses ou anos na prisão, outros são obrigados a pagar multas ou recebem açoites, o que torna evidente o aumento da pressão aos cristãos no Irã”, afirma o analista da Portas Abertas. Ainda assim, a igreja de Cristo resiste e testemunha o amor de Jesus no Irã.
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