Os dez lugares mais perigosos para os cristãos

A perseguição aos cristãos chega a índices mais altos, com números e taxas alarmantes

Portas Abertas • 08 abr 2021


Atualmente, mais de 360 milhões de cristãos são perseguidos no mundo por razões relacionadas à fé em Jesus

Atualmente, mais de 360 milhões de cristãos são perseguidos no mundo por razões relacionadas à fé em Jesus

A Lista Mundial da Perseguição 2022 mostra que, hoje, mais de 360 milhões de pessoas no mundo enfrentam perseguição e discriminação por causa da fé. Um em cada sete cristãos é alvo de perseguição, sendo discriminados e atacados por seguir a Jesus. Em diversos países, a perseguição é uma realidade e é muito difícil viver como cristão. Em muitos lugares, tomar a decisão de seguir a Jesus é uma escolha que coloca a vida em risco. Veja abaixo os dez lugares mais perigosos para os cristãos. 

  1. Afeganistão
  2. Coreia do Norte
  3. Somália
  4. Líbia
  5. Iêmen
  6. Eritreia
  7. Nigéria
  8. Paquistão
  9. Irã
  10. Índia

Saiba mais sobre cada um desses países: 

  1. Índia: pressão constante para renunciar a Cristo

Mesmo em meio ao aumento da perseguição, cristãos na Índia não negam a Cristo e compartilham as boas-novas

Nos últimos cinco anos, a perseguição no segundo país mais populoso do mundo aumentou significativamente. Cristãos em certas partes da Índia, principalmente líderes de igrejas domésticas, enfrentam terríveis níveis de violência de extremistas hindus, com milhares de ataques que ocorrem a cada ano. Na Índia rural, tribos hindus usam água e comida como armas contra cristãos, cortando o acesso deles ao abastecimento de água da vila e aos mantimentos subsidiados pelo governo.

Convertidos ex-hindus são especialmente vulneráveis à perseguição e estão constantemente sob pressão para voltarem ao hinduísmo. Muitos deles são parte da casta dos dalits e muito pobres. Mais de 28 estados da Índia instituíram leis anticonversão, usadas para abusar, perseguir e intimidar cristãos, e o governo deixou claro que quer impor essas leis por toda a nação.

  1. Irã: vivendo com a ameaça diária de ser preso

Mojtaba é um cristão perseguido do Irã que capacita cristãos de origem muçulmana

Nesse país do Oriente Médio, cristãos são proibidos de compartilhar a fé com não cristãos, o que significa que cultos em farsi, a língua nacional, não são permitidos. Se convertidos ex-muçulmanos participam de igrejas domésticas secretas enfrentam constante ameaça de prisão. Em 2020, a perseguição permaneceu extrema, com um pequeno aumento no número de relatos de incidentes de violência. A COVID-19 atingiu forte o país e muitos cristãos estão em necessidade profunda de comida e ajuda.

Além disso, são poucas as semanas em que o campo não relata prisão ou detenção de líderes de igrejas domésticas e seus participantes. Isso ocorre porque o governo vê a conversão de muçulmanos ao cristianismo como uma tentativa de países ocidentais minarem as regras islâmicas no Irã. Ainda assim, a igreja no país está crescendo. No último ano, a estimativa é que o número de cristãos no país chegou a 1 milhão. Darya*, uma cristã que é parte de uma igreja secreta no país, diz: “Sou muito grata por poder servir a Deus aqui no Irã. Apesar de toda as dificuldades e desafios, Deus está sempre conosco”.

  1. Paquistão: a perseguição violenta continua, principalmente para meninas cristãs

 relatos de tráfico de meninas cristãs para trabalho forçado e uma rede de prostituição que envia meninas cristãs paquistanesas para a China

No Paquistão, a perseguição violenta contra cristãos e prédios de igrejas continua sendo particularmente alta. Enquanto igrejas cristãs existirem, quem estiver ativo no evangelismo enfrentará severa perseguição da sociedade. Os convertidos do islamismo enfrentam os mais altos níveis de perseguição, mas todos os cristãos são considerados cidadãos de segunda classe nesse país islâmico radical. Eles recebem empregos considerados baixos, sujos e desonrosos, e também podem ser vítimas de escravidão por dívidas.

Cristãos paquistaneses também sofrem sob as notórias leis de blasfêmia do país que tornam alvo os cristãos, como Asia Bibi, que passou aproximadamente 10 anos no corredor da morte acusada de blasfêmia. Grupos extremistas islâmicos “defendem” veementemente essas leis, incluindo o ataque ou morte daqueles que se opõem a elas. Meninas cristãs correm risco constante de sequestro e estupro e sempre são forçadas a casar com aqueles que as atacam e coagidas a se converterem ao islamismo. Há relatos de serem também alvo de trabalho escravo, prostituição e são contrabandeadas para a China.  .

  1. Nigéria: o país mais violento para cristãos

Cristãos na Nigéria convivem com a violência de grupos radicais constantemente e precisam ser resilientes até a morte

Na Nigéria, cristãos enfrentam o que parece um ataque contínuo a suas vidas, igrejas e comunidades. A violência contra cristãos pelo Boko Haram, pastores de cabra fulanis e Estado Islâmico, bem como outros, tem levado um grade sofrimento à comunidade cristã. Em 2020, mais cristãos foram mortos pela fé na Nigéria do que em qualquer outro país. Raramente os responsáveis pelos ataques são levados à justiça.

A Nigéria entrou para o Top 10 da Lista Mundial da Perseguição 2021 principalmente porque essa violência aumentou e começou se espalhar em outras partes do país. E enquanto a pandemia conteve ataques a cristãos em outras partes do mundo, na Nigéria o número aumentou. “Quando vamos dormir à noite, nunca temos a certeza de que estaremos vivos no dia seguinte”, conta pastor Jeremiah*, cuja vila nigeriana foi atacada por pastores de cabra fulanis..

  1. Eritreia: nenhum progresso na melhoria dos direitos humanos

Helen é uma cristã da Eritreia que representa milhões de cristãos ao redor do mundo perseguidos por causa da fé em Jesus Cristo

O regime na Eritreia é autoritário e brutal e se baseia em massivas violações dos direitos humanos. A esperança de que o acordo de paz com a Etiópia melhoraria essa situação no país diminuiu com os poucos indícios disso e com uma agitação na fronteira dos dois países no último ano. Com frequência a Eritreia é chamada de “Coreia do Norte da África” pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Os cristãos de denominações não tradicionais são os que enfrentam a perseguição mais severa por parte do governo e da Igreja Ortodoxa Eritreia. Essa é a única denominação cristã reconhecida pelo governo e também controlada rigidamente por ele. No país, cristãos podem ser presos ou detidos sem julgamento e seus entes queridos com frequência não sabem onde eles estão ou mesmo se continuam vivos. Mas a igreja na Eritreia, mesmo sob pressão, não está acabando. Os cristãos continuam se reunindo secretamente para adorar onde quer que estejam, mesmo em uma cela de prisão. 

  1. Iêmen: pena de morte por deixar o islã

As mulheres iemenitas têm poucos direitos e são monitoradas de perto, e as cristãs ex-muçulmanas são particularmente vulneráveis

A guerra civil atual, a crise humanitária e a pandemia da COVID-19 no Iêmen impactam todos os cidadãos, mas os cristãos se tornam ainda mais vulneráveis. A ajuda emergencial é mais distribuída por meio de organizações que usam líderes islâmicos e mesquitas locais para oferecer a ajuda. Porém, elas discriminam qualquer um que não seja considerado um muçulmano devoto. Cristãos iemenitas compartilharam também que tiveram tratamento recusado em hospitais.

Em quase todas as áreas da vida no Iêmen, a perseguição permanece extrema. Cristãos no país geralmente mantêm a fé secreta, porque se descobertos, podem enfrentar pena de morte. Deixar o islamismo é proibido e todos os iemenitas são considerados muçulmanos pelo Estado. Além da perseguição das autoridades, grupos militantes islâmicos ameaçam cristãos ex-muçulmanos de morte, e tribos podem matar ou banir qualquer convertido ao cristianismo.  

  1. Líbia: violência permanente continua prejudicando cristãos

Em geral, as mulheres ocupam uma posição inferior na sociedade líbia

Em 2020, a violência cresceu na Líbia, com mais ataques e mortes. Cristãos estão em risco por todo o país, mas principalmente em áreas onde grupos extremistas islâmicos estão presentes. Na Líbia, não há liberdade de expressão e religião e existe apenas a possibilidade limitada de uma vida eclesiástica pública. Embora haja cerca de 34,5 mil cristãos no país, apenas um pequeno número, aproximadamente 150, são líbios. A maioria são expatriados e trabalhadores migrantes. Cristãos líbios ex-muçulmanos enfrentam pressão intensa e violenta da família e comunidade para que renunciem à fé.

Ainda assim, Deus continua agindo na Líbia. Onde há perseguição, o evangelho é compartilhado. “O problema para os novos cristãos realmente começa quando falam sobre Jesus”, disse Charley*, um parceiro da Portas Abertas na região, que coordena o trabalho da organização em diversos países no Norte da África. 

  1. Somália: onde cristãos são alvos valiosos

Na Somália, localizada no Chifre da África, milhares de cristãos vivem isolados por causa da fé 

Na Somália, todas as minorias religiosas são muito perseguidas, afinal 99% dos cidadãos somalis são considerados muçulmanos. No Chifre da África, a COVID-19 revelou a perseguição religiosa, já que há relatos internos de que cristãos foram culpados por trazer a pandemia para as comunidade. A pequena população de cristãos no país também está em perigo devido ao Al-Shabaab, grupo violento que defende a sharia (lei islâmica) como base para regulamentação de todos os aspectos da vida. Cristãos ex-muçulmanos são considerados alvos valiosos para o Al-Shabaab, que com frequência executa cristãos na hora em que são descobertos.

Apesar dos riscos, os somalis se convertem a Jesus. Momina*, de 38 anos, encontrou Jesus em sonho e se tornou cristã. O marido a abandonou e sua família foi obrigada a não apoiá-la. “Nós estávamos todos mortos, mas Jesus veio para nos salvar e dar uma nova vida. Eu deixo minha vida nas mãos dele. Estou animada porque Deus está comigo onde estiver. Também estou feliz porque o Senhor escuta minhas orações.” 

  1. Coreia do Norte: o país que mais perseguiu cristãos por 20 anos

 

Conheça a história da Prisioneira 42, uma cristã perseguida norte-coreana que perdeu tudo por amor a Cristo

De 2002 a 2021, a Coreia do Norte se classificou em 1º lugar como país mais perigoso para cristãos. Apenas em 2022 o país passou para o 2º lugar não pelas condições terem melhorado para os cristãos, mas porque a situação piorou ainda mais no Afeganistão. Na Coreia do Norte, os cristãos  são vistos como elementos hostis na sociedade e devem ser erradicados. Então, ser descoberto como cristão é uma sentença de morte. Se não for morto instantaneamente, um terrível campo de trabalho forçado o espera. Também em 2020, a Coreia do Norte não escapou da pandemia, embora o regime alegue que a COVID-19 teve um impacto pequeno. Há relatos de que os norte-coreanos chamam o coronavírus de “doença fantasma”, porque as pessoas são tão mal nutridas que morrem rapidamente de COVID-19. A pandemia resultou em uma segurança ainda mais restrita na fronteira chinesa além de um controle total no mercado negro, que muitos usavam para sobreviver.

Mas por trás das manchetes, uma igreja secreta de aproximadamente 300 a 500 mil cristãos está em crescimento na Coreia do Norte. É um milagre que a igreja secreta norte-coreana exista. Além disso, continuam os relatos de que cristãos desejam compartilhar o evangelho em meio a condições difíceis. A ex-prisioneira e refugiada norte-coreana Hee-Yol compartilha: “Eu peço para que orem pela Coreia do Norte, para que haja permissão para compartilhar o evangelho. Os cidadãos norte-coreanos são como escravos. Com a luz do Senhor, eles seriam libertos”.

  1. Afeganistão: onde o cristianismo é uma sentença de morte

Todos os cristãos no Afeganistão enfrentam a ameaça de assassinato, tortura, prisão e isolamento por causa da fé (foto: IMB)

Neste ano a situação no Afeganistão piorou tanto que ultrapassou a Coreia do Norte, que ocupou a 1º posição durante 20 anos na Lista Mundial da Perseguição. Um Estado islâmico por constituição, o país não permite nenhuma outra fé além do islamismo. É impossível viver abertamente como cristão no Afeganistão. Os cristãos convertidos enfrentam sérias consequências caso a nova fé seja descoberta. É preciso fugir do país ou enfrentar a morte, geralmente pela família. Afinal, se a família, o clã ou a tribo descobre que um dos membros se converteu, deve salvar a “honra” renegando o cristão ou até mesmo o matando.

Em 2020, o grupo Estado Islâmico e o Talibã continuaram tendo uma presença forte e violenta no país, com o Talibã controlando regiões maiores. A vida é especialmente difícil para as mulheres. Pesquisas estimam que 70 a 80% das mulheres afegãs enfrentam casamento forçado, sendo que mais da metade se casa antes dos 16 anos, a idade permitida na lei. O casamento forçado é usado com frequência para garantir que uma mulher continue muçulmana. “Como sobrevivemos diariamente, apenas Deus sabe. Ele tem sido bondoso por viver conosco, mas estamos cansados de toda essa morte ao nosso redor”, compartilha um cristão secreto afegão

*Nomes alterados por segurança.

Ajuda para quem mais precisa

Informações como essas nos ajudam a ter uma visão geral do que acontece com a Igreja Perseguida. Por trás de cada número e situação está uma vida, uma família, uma igreja que representa um profundo sofrimento, porém também uma coragem e uma fé resilientes. Pessoas que sabem das consequências, mas ainda assim escolhem Jesus. Ajude esses irmãos e irmãs a se manterem firmes na fé. Com a sua doação, você permite que cristãos perseguidos que mais precisam de ajuda tenham suas necessidades básicas, como alimento, supridas.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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