Portas Abertas • 06 jul 2021
Igreja chinesa é destruída pelas autoridades após se recusar a ser registrada
Como já tratamos em outro artigo, muitas igrejas e prédios cristãos são alvos de radicais, membros da comunidade e até mesmo das autoridades. Porém, o local onde isso mais ocorre é na China, contendo 58% dos ataques às igrejas registrados no mundo todo.
Os ataques a prédios cristãos na China variam desde remoção de cruzes até a demolição completa das igrejas. Entre 1 de outubro de 2020 e 30 de setembro de 2021, 3.000 igrejas foram atacadas. Quando comparado ao período do ano anterior, o número praticamente se manteve o mesmo, já que o resultado anterior tinha sido de 3.088 ataques. Porém, como citado no outro artigo, é importante saber que as igrejas afetadas no período referente aos períodos de pesquisa anteriores continuam sendo afetadas atualmente.
A metodologia utilizada para o Top50 contabiliza apenas casos novos, não adicionando igrejas que ainda são afetadas, mas referentes ao período da pesquisa anterior. Na China, ao somar o total das três últimas pesquisas, descobrimos que ao menos 11.644 foram prejudicadas. No país, as ações realizadas contra uma igreja não são facilmente anuladas, mas se arrastam por muitos anos.
Igreja atacada em Quetta, no Paquistão
O aumento no número de ataques às igrejas na China começou a partir da criação da campanha “Três correções e uma demolição”, no final de 2013, na província de Zhejiang. Essa é uma província costeira rica onde vivem muitos empresários cristãos.
Supostamente, um alto funcionário do partido foi para a capital Wenzhou e se deparou com cruzes por toda a parte. Ele compartilhou seu descontentamento com o ocorrido e então a campanha foi estabelecida. Ela teve início em abril de 2014 com a demolição pública primeiro da cruz e depois do prédio todo da Igreja Sanjiang.
A partir de então o número de igrejas atacadas no país só aumentou. Em 2015, foram 300; em 2016, 1,5 mil. Nos anos de 2017, 2018 e 2019, as estimativas de ataques são de 2, 2,5 e 3 mil igrejas atacadas, respectivamente. Nesse período são contabilizadas apenas estimativas pois o número registrado é simbólico, sendo muito menor do que o total real. Levando em consideração os ataques desde 2015, quase 21 mil igrejas já foram afetadas na China. Apesar de ser um número alto, a estimativa ainda é considerada conservadora.
Pastor em frente a sua igreja destruída por extremistas islâmicos na Nigéria
Na Ásia, dos 3.647 ataques ocorridos no último período de pesquisa, 3.088 foram na China. Na África, foram registrados 1225 ataques, na América Latina 208 e na Europa 1. A Europa foi a única região onde a quantidade de ataques desceu quando comparada ao ano anterior, quando foram registrados 4 ataques.
O número de igrejas atacadas na África aumentou de 910 para 1225. Além disso, a maioria delas permanece fechada e muitos líderes continuam tentando reabri-las. É importante ressaltar que em locais com altos níveis de violência, é difícil obter números exatos de igrejas atacadas e fechadas já que as pesquisas focam no total de cristãos mortos.
A América Latina, que resulta em 4% do número total de ataques, teve um aumento de 61%. Colômbia, Venezuela, Cuba e El Salvador aumentaram seus números, sendo que o país com a maior mudança foi a Colômbia, passando de 20 casos de edifícios cristãos atacados para 76.
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