Portas Abertas • 19 abr 2024
A jovem de Chibok está grávida de cinco meses e teve três filhos em cativeiro (foto representativa)
Após dez anos, mais uma jovem entre as 275 estudantes raptadas em Chibok foi liberta. No último domingo, quando o sequestro das meninas de Chibok completou dez anos, o exército da Nigéria resgatou Lydia Simon e os três filhos que nasceram no cativeiro. Segundo a agência de notícias BBC, a jovem está grávida de cinco meses.
O exército não compartilhou detalhes sobre o resgate de Lydia. O militares apenas relataram que a encontraram na comunidade de Ngoshe. Os pais das meninas que continuam desaparecidas participaram de um culto especial no último domingo, 14 de abril, com parceiros locais da Portas Abertas. Eles compartilharam que mesmo que as meninas venham com filhos ou grávidas dos militantes do Boko Haram e ISWAP, eles as acolherão e não se importam com os estigmas que a comunidade possa colocar sobre elas.
Muitas vítimas de abusos sexuais são vistas como impuras, contaminadas pelos militantes que as sequestram, assim como os filhos desses abusos. Por isso, o apoio e amor incondicional dos pais é essencial para que as vítimas possam recomeçar suas vidas quando retornam.
“Minha esperança e oração é que Deus não deixe de trazer nossas filhas de volta. Mesmo que elas tenham filhos agora, não importa a condição em que estejam, queremos que elas voltem”, disse Yana Gana, mãe de Rifkatu, uma jovem sequestrada que continua desaparecida.
Isia Malam, pai de outra jovem desaparecida, diz: “Quero que o mundo saiba que o governo deveria ajudar a encontrar essas meninas onde quer que elas estejam. Eu imploro para que, assim como outras meninas foram resgatadas, nossas meninas sejam libertas para que fiquemos felizes e possamos esquecer nossos sofrimentos”.
Ainda não está claro o que acontecerá com Lydia e seus filhos agora que ela não está mais nas mãos do Boko Haram/ISWAP. Recentemente, o portal de notícias Reuters relatou que algumas meninas de Chibok estão vivendo em um acampamento onde militantes do Boko Haram se casaram com algumas delas. Três sobreviventes contaram que testemunharam cinco casos em que vítimas são levadas para os acampamentos e obrigadas a se casarem com militantes.
Os pais das meninas de Chibok anseiam pelo retorno das filhas e netos e não acreditam que as filhas tenham se convertido ao islamismo. A notícia de Lydia Simon é motivo de grande gratidão e testemunho da importância de orar pelas vítimas do sequestro na Nigéria. “A oração é nossa única solução. Se não pela intercessão, não sabemos o que fazer. Confiamos que Deus, que libertou algumas delas, libertará todas ”, diz Hanatu Dauda, mãe de uma das jovens sequestradas.
Como disse o fundador da Portas Abertas, nossas orações podem chegar aonde não conseguimos ir. No dia 26 de maio, as igrejas brasileiras estarão reunidas em oração pelos cristãos perseguidos na África Subsaariana durante o Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2024. Participe!
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