Milhares de cristãos enfrentam ataques violentos todos os anos
Anualmente, a Portas Abertas realiza a pesquisa da Lista Mundial da Perseguição. Um dos índices que mais causa impacto nos dados é o de violência. Ele inclui todo tipo de agressão direta que um cristão possa sofrer por crer em Jesus, como prisões, casas atacadas, violência sexual e ataques a edifícios e templos das igrejas locais.
Você pode ter um panorama desse contexto na página Violência. A seguir, encontre detalhes e esclarecimento de possíveis dúvidas sobre esse assunto.
A Nigéria é a nação onde cristãos são mais atingidos pela violência. A nação ocupa a primeira posição na maioria dos tipos de violência (assassinatos, sequestros, abuso sexual e outros) nos últimos anos. Os grupos jihadistas que atuam no Oeste Africano, como o Boko Haram, os extremistas fulani e o ISWAP, buscam extirpar a presença cristã do país.
Eles atacam comunidades inteiras, matam os líderes cristãos e incendeiam as igrejas. Dessa forma, as comunidades cristãs ficam sem liderança, sem templo e assustadas. A outra estratégia é a violência sexual, que tira o valor social das mulheres perante a comunidade. Apesar de serem vítimas de um abuso, a perda da virgindade é considerada uma vergonha para as jovens, não para os abusadores.
Essa estratégia permite que as famílias cristãs sejam abaladas e as cristãs não se casem, consequentemente, não tenham filhos, nem formem novas famílias cristãs. Os efeitos dos ataques são tão intensos, que muitos escolhem fugir da região e deixam as igrejas e casas atacadas para trás, para começar uma nova vida.
São ataques a propriedades (terrenos, hospitais, escolas, universidades, asilos) de igrejas locais que funcionam como instituições públicas, ou seja, atendem toda a população local, sem acepção, contemplando alguma necessidade pública comum.
Hospital cristão Oasis nos Emirados Árabes
Em muitos países, a presença cristã é visível nas instituições públicas. Igrejas e comunidades cristãs fundam escolas, asilos e hospitais em regiões negligenciadas e oferecem atendimento público e acessível nesses espaços.
A maioria dessas propriedades é administrada pelas igrejas e, por causa desse vínculo, são consideradas alvos de ataques de extremistas. As ações dos extremistas nesses locais envolvem bombardeios, saques, incêndios e confisco dessas instituições.
As propriedades cristãs privadas são estabelecimentos, lojas e outras instituições com fins comerciais, de interesse particular, que pertencem a algum cristão. Então pequenas vendas, roças com plantações e fábricas que pertencem a cristãos fazem parte dessa categoria.
O cristão Khalis e a família começaram uma pequena fábrica no Iraque
Esses locais são alvos de ataques porque são responsáveis pelo sustento de famílias cristãs. Porque não negam a Jesus em comunidades ou países fechados, as lojas e plantações de cristãos são destruídos para que eles não sobrevivam e assim decidam abandonar a fé em Cristo. A Portas Abertas atua ajudando muitas viúvas e outros cristãos que perderam a fonte de renda familiar a estabelecer um pequeno negócio, mantendo a sobrevivência e assim testemunhando o cuidado de Deus à família e servindo ao próximo com os bens que obtém.
Xingamentos, difamação e discriminação no trabalho ou escola são algumas das formas que caracterizam o abuso mental a cristãos. Esse tipo de ação é acompanhado de um contexto de pressão, com outras áreas da vida do cristão afetadas. Muitos jovens cristãos, nas escolas e universidades, são vítimas desse tipo de agressão, direta e pessoal, muitas vezes públicas, cujo objetivo é constrangê-los e puni-los por serem seguidores de Jesus.
Na China, as igrejas são vistas como ameaças à unidade nacional e interesses do país. Por isso, as autoridades exigem um registro para que as igrejas funcionem e fecham todas as congregações que não atendam às exigências ideológicas do Estado.
Igreja no Norte da China
Na prática, apenas igrejas vinculadas ao Movimento Patriótico das Três Autonomias funcionam regularmente e vivem sob constante vigilância, especialmente no ambiente virtual. Igrejas domésticas, reuniões online e até mesmo Bíblias em áudio podem ser confiscadas pelas autoridades.
O número elevado de igrejas fechadas até a pesquisa de 2022 foi resultado de milhares de igrejas interditadas durante o lockdown da pandemia que não foram reabertas. Por isso, na pesquisa de 2023, o número de igreja atacadas e fechadas foi menor. Não porque menos igrejas foram atingidas, mas sim porque restaram poucas igrejas abertas e, entre elas, o número de ataques foi menor em comparação com o ano anterior. De maneira geral, a situação não melhorou. Veja detalhes no artigo.
Não. Muitas vezes, os dados de violência diminuem porque o acesso a cristãos em certos países se tornou mais difícil, ou seja, menos pessoas conseguiram responder ao questionário da Lista Mundial da Perseguição.
Outra possibilidade é de que a diminuição seja relacionada a novos casos, como o exemplo da China. O número de igrejas fechadas continua alto, mas o número de novas igrejas fechadas é menor porque poucas igrejas abriram ou foram reabertas no período da pesquisa.
Cristãos são presos nos países da LMP porque a fé em Jesus é considerada uma blasfêmia para a religião predominante ou porque alguma característica da prática da fé cristã é considerada uma ameaça para a ideologia nacional, como demonstram os campos de trabalho forçado na Coreia do Norte e cristãos presos por envolvimento em protestos em Cuba.
Na índia, o país onde mais cristãos foram presos em 2023, a conversão ao cristianismo é considerada uma traição à religião tradicional do país, o hinduísmo. Por isso, pastores e evangelistas são presos sob denúncia de pagar para as pessoas se tornarem cristãs ou sob outras falsas denúncias.
A fé em Cristo é considerada blasfêmia em muitos países
No contexto islâmico, o mesmo acontece. Cristãos de origem muçulmana que deixaram o islamismo para seguir a Cristo são vítimas de falsas denúncias, pela própria família, como na Arábia Saudita, ou denunciados por blasfemar o islã, como no Paquistão, que proíbe a conversão de um muçulmano ao cristianismo, punível com a pena de morte. Um exemplo é a cristã Asia Bibi, que viveu durante anos no corredor de morte por afirmar que Jesus era o único Deus.
O desaparecimento forçado é quando agentes do governo ou grupos terroristas raptam pessoas com o objetivo de tirá-las de cena, sem intenção de resgate. Essa estratégia é usada para silenciar líderes cristãos e deixar igrejas desamparadas de seus pastores. Nesses casos, a probabilidade de retorno das vítimas é pequena. Um dos casos mais conhecidos é o do pastor Koh.
Já os sequestros, são raptos com a intenção de obter vantagens e com grande possibilidade do retorno das vítimas. O objetivo nesses casos, além de obter dinheiro ou vítimas para abusos sexuais, é causar temor nas comunidades cristãs que se percebem vulneráveis ante as ações de grupos extremistas, tanto na Colômbia, como em Burkina Faso e em muitas outras nações.
Alguns países são tão fechados ao evangelho que mesmo a pesquisa da Lista Mundial da Perseguição é difícil e perigosa de ser feita. Por isso, nesse caso, obtemos estimativas conservadoras, ou seja, menores do que a realidade e mantemos os dados em sigilo para proteger os cristãos nessas regiões com perseguição extrema.
Conheça os ataques mais marcantes à Igreja Perseguida nos últimos anos.
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