Portas Abertas • 5 mar 2019
A Lista Mundial da Perseguição avalia a liberdade que um cristão tem para praticar a fé em seu país
A Lista Mundial da Perseguição, realizada anualmente, é uma das principais ferramentas da Portas Abertas para rastrear e medir a extensão da perseguição no mundo. Ela avalia a liberdade que um cristão tem para praticar a fé. Como a lista apresenta apenas os 50 países com maior pontuação, diversos países continuam sob observação por ter um nível alto de perseguição. Neste ano, um total de 19 países subiram de posição, com destaques para Mauritânia, com aumento de 22 posições, passando de 47º para 22º; Argélia, com diferença de 20 lugares, saindo da posição 42º e indo para 22º; e China que chegou a classificação de 27º, depois de subir 16 posições da 43ª em que estava.
Entre os outros países que subiram na classificação, está a Líbia que saiu da 7ª colocação para a 4ª. Desde que a União Europeia tornou mais difícil a chegada de migrantes pelo Mediterrâneo, há uma estimativa de que 20 mil cristãos da África Subsaariana estão presos na Líbia, tornando-os muito vulneráveis à pressão ou violência. Fontes confiáveis relataram ao menos 10 mortes por causa da fé. Também houve relatos sobre violência sexual, escravidão e abuso. A Índia subiu uma posição, saindo de 11ª para 10ª. Militantes nacionalistas hindus defendem que o cristianismo é uma religião estrangeira, e que para ser indiano, você deve ser hindu. Grupos agem com impunidade para destruir igrejas e atacar líderes religiosos, os matando e ferindo e, algumas vezes, violentando suas esposas e filhos.
Já Mianmar subiu de 24º para 18º. Neste país, mais de 4 milhões de cristãos compõem 8% do total da população. A República Centro-Africana subiu de 35ª para 21ª. A situação no país continua precária, afinal 80% do país é ocupado por 9 ou 10 grupos armados de milícia, responsáveis por inúmeros abusos dos direitos humanos. Mali subiu de 37º para 24º e a Mauritânia de 47º para 25º, os dois países tiveram aumento devido a maior quantidade de informações ou melhor processamento de informações. O mesmo aconteceu com o Marrocos que subiu de 55º (na lista de observação) para 35º.
A Argélia foi o país que teve o maior aumento na pontuação – que direciona as posições – referente ao ano anterior. A igreja local está crescendo, sendo que a maioria consiste na primeira geração de cristãos. Esses enfrentam muitas pressões do Estado e membros da família. Ao menos 6 igrejas protestantes foram fechadas à força e também foram anunciados o fechamento de diversas outras. Alguns argelinos continuam sendo vítimas de perseguição e acusações pelo simples fato de terem uma Bíblia. Já a China subiu da 43ª posição para a 27ª. Com cerca de 100 milhões de cristãos, a igreja chinesa é a maior força social não controlada pelo partido comunista (89 milhões de membros). Cerca de metade deles experimentam algum tipo de perseguição.
A Indonésia subiu de 38º para 30º, sendo o país com a maior população muçulmana do mundo, um total de 212 milhões de pessoas. Quanto a Rússia, o país subiu de 54º (na lista de observação) para 41º. O Estado considera comunidades cristãs não tradicionais – cerca de 2% do total da população – como espiões do Ocidente. Como resultado, as atividades dessas comunidades são constantemente monitoradas por agentes do Estado.
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