Portas Abertas • 20 mar 2022
Muitos cristãos são alvos nos conflitos armados em países da Lista Mundial da Perseguição 2022
A atenção e comoção internacional estão voltadas para tratar da guerra entre Ucrânia e Rússia, que começou em 24 de fevereiro de 2022, com um ataque da Rússia ao antigo membro da União Soviética. Entretanto, há outros conflitos armados espalhados pelo mundo, que não receberam tanta atenção da mídia, mas cujas consequências são destruição e morte.
Muitos dos países onde há conflitos estão elencados na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022. Por consequência, a perseguição aos seguidores de Jesus é ainda mais forte e violenta, pois costumam ser duplamente perseguidos. Veja abaixo cinco países da LMP 2022 que estão em guerra atualmente.
O país mais perigoso para os cristãos é palco de conflitos desde agosto de 2021, quando membros do Talibã tomaram a capital Cabul novamente, após quase duas décadas de terem sido expulsos do poder por soldados norte-americanos. Além do Talibã, há outras facções concorrentes que lutam por regiões específicas do Afeganistão.
Os cristãos afegãos, que já viviam a fé em segredo, estão marcados para morrer. Alguns já foram descobertos e eliminados, outros são observados e veem irmãos na fé padecerem por amor a Jesus. O resultado disso é que os que ficam no país vivem com medo e os que conseguem fugir para os países vizinhos lutam por alimento e moradia.
Após os ataques em Nova York em setembro de 2001, as tropas americanas invadiram o Afeganistão na caçada de Osama Bin Laden e permaneceram quase 20 anos no território. De acordo com o canal britânico BBC, os conflitos custaram a vida de mais de 60 mil soldados afegãos da força de segurança e quase 120 mil civis, além de 2,3 mil militares americanos.
A quinta nação onde os cristãos são mais perseguidos também é local de conflitos desde 2014. De acordo com a ONU, 233 mil pessoas morreram por causa da guerra, das quais 131 mil foram vítimas da falta de alimento, moradia e cuidado médico. Os que conseguiram fugir do território somam quatro milhões de pessoas. Cerca de 71% da população iemenita precisa de ajuda humanitária para conseguir sobreviver.
O futuro da população no Iêmen é incerto, já que muitos precisam de ajuda humanitária para sobreviver
Os cristãos do Iêmen vivem a fé em segredo, principalmente os de origem muçulmana. Porém, os que vivem no Sul do país são alvos dos ataques de membros da Al-Qaeda. Na região oeste, aqueles que deixaram o islã para seguir a Jesus são controlados por xiitas e há um policiamento para reprimir qualquer opinião divergente.
O país está dividido entre as forças do governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi, apoiados pela Arábia Saudita e da milícia houthi, apoiada pelo Irã. O segundo grupo controla a capital, Sanaa, e partes do Oeste do Iêmen. Os especialistas imaginavam que a guerra durasse poucas semanas, mas ela já dura oito anos e houve um aumento da violência.
A Nigéria é o país número um em assassinatos de cristãos, com 79% do total de 5.898 casos. A principal causa desses altos números de violência é a ação de grupos extremistas no território, como Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, sigla em inglês) e extremistas fulani.
Com o objetivo de implementar a sharia (conjunto de leis islâmicas), os radicais islâmicos ampliam os ataques a vilas e cidades para enfraquecer ainda mais a presença do governo e implementar uma sociedade islâmica radical. Aqueles que não têm a mesma posição dos jihadistas são considerados inimigos e eliminados.
Os cristãos que vivem no Norte da Nigéria são alvos constantes de ataques extremistas, porém esse tipo de ação está se espalhando para outras regiões do país. Por consequência, milhares de pessoas fugiram de suas casas e agora vivem em campos de deslocados.
Após o resultado das eleições não ser o esperado pelos miliares de Mianmar, eles deram um golpe em fevereiro de 2021. A população saiu às ruas em protesto e foi violentamente reprimida pelas forças armadas do país.
Em estados de maioria cristã como Kachin, Karen e ao norte de Shan, os cristãos são alvos da violência. Por isso, alguns já foram mortos e muitos fugiram para as florestas, onde lutam pela sobrevivência. Outros encontraram refúgio em campos de deslocados, onde não têm acesso a alimentos e nem a cuidados médicos.
Apesar de alguns seguidores de Jesus estarem ligados ao Movimento de Desobediência Civil (MDL) e protestarem de maneira pacífica, eles são atacados violentamente pelo governo militar atual. Por isso, igrejas inteiras foram atacadas e muitos jovens cristãos, perseguidos.
Há 11 anos, a população da Síria não sabe o que é viver em paz. Não há trabalho, alimentos, hospitais, água potável e eletricidade disponíveis para todos. Estima-se que apenas 60% da população consiga se alimentar regularmente.
Após a expulsão do Estado Islâmico, muitos cristãos sírios voltaram a morar na antigas casas, mesmo que elas estejam destruídas
Mesmo que o Estado Islâmico não tenha mais o controle do país, há locais onde os jihadistas são ativos e visam os seguidores de Jesus e seus líderes - principalmente os de comunidades históricas e que insistem em evangelizar. Nada no território deve ser uma expressão da fé cristã, por isso vários prédios de igrejas foram completamente destruídos pelos radicais islâmicos.
Diante de tamanha violência da guerra civil, a população cristã da Síria diminuiu drasticamente. Porém, há muçulmanos que deixaram o islã para seguir a Jesus durante o período e passaram a ser perseguidos pela família e comunidade.
A Portas Abertas trabalha para que os cristãos que vivem em áreas de conflitos sejam supridos nas principais necessidades, como alimentação, moradia e cuidados médicos. Em países como a Síria, há os Centros de Esperança, onde a população consegue alimento, itens de higiene, fazem cursos e são estimulados a ficar no país e ajudar na reconstrução dele.
Você pode ser a resposta à oração de irmãos e irmãs atingidos pela guerra. Ao contribuir para a campanha Ajuda para quem mais precisa, você permite que cristãos perseguidos mais necessitados tenham acesso a alimento, moradia e cuidados médicos. Doe!
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