Portas Abertas • 15 fev 2024
Famílias cristãs são obrigadas a deixar tudo para trás por causa da violência na África Subsaariana
Grande parte da África faz parte da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024. Especialmente na África Subsaariana, muitos foram alvos de golpes militares nos últimos meses. Os novos líderes se pronunciam pelos canais de mídia e impõem seu poder por meio do controle absoluto de rádios e dos próprios canais de televisão estatais. Segundo a agência de notícias Folha de São Paulo, a tendência dos golpes se consolidou nos últimos cinco anos. No período, ocorreram 11 golpes na região.
Níger, Mali e Burkina Faso, que fazem parte da Lista Mundial da Perseguição 2024, são exemplos dessa realidade. Os responsáveis pelos golpes, com frequência, justificam suas ações como uma medida para impedir o avanço de grupos jihadistas na região.
Dada a estrutura política frágil e medidas de segurança limitadas das gestões anteriores, de fato, observa-se o avanço de grupos radicais muçulmanos na África Subsaariana como Boko Haram, ISWAP e extremistas entre o povo fulani. Sudão e República Democrática do Congo são duas nações onde ataques violentos dos grupos e de militantes políticos têm afetado profundamente a comunidade cristã.
Os grupos radicais conquistam cada vez mais territórios que eram negligenciados pelos governos locais e assim aplicam uma interpretação radical da sharia, conjunto de leis islâmicas, e oprimem grupos religiosos como os cristãos. A crise se intensificou a ponto de países conhecidos pela convivência pacífica entre muçulmanos e cristãos, como Mali, perderem a tolerância religiosa, o que faz com que tanto cristãos quanto muçulmanos que não concordam com essa visão radical sejam punidos.
As comunidades rurais são as mais atingidas pela violência
Todo esse cenário de crise pressupõe maus indícios para 2024. A tendência é que outras nações vizinhas sigam os exemplos dos golpes e avanços de grupos terroristas, por isso é tão urgente orar pela África Subsaariana. Além da instabilidade política, o aumento da violência é outro grande desafio para os cristãos na África.
Na Lista Mundial da Perseguição 2024, o índice de ataques a igrejas, casas e negócios de cristãos cresceram consideravelmente, comprovando a pressão aos cristãos locais. A Nigéria se destaca como o país mais letal para cristãos com mais de quatro mil mortes.
Os regimes autoritários também têm importado tecnologia chinesa para aumentar a vigilância na África Subsaariana. Eles pagam milhões de dólares para replicar as estratégias de monitoramento e repressão da China em seus territórios. Outro país relacionado ao aumento da instabilidade política é a Rússia.
Tropas do grupo mercenário Wagner são contratadas para lutar contra grupos jihadistas, porém, a violência também atinge a população civil que teme a presença do grupo. Sem um governo civil estabelecido, cristãos vítimas de violência, discriminação e outros tipos de violação dos direitos humanos não têm a quem recorrer.
Por isso, para muitas famílias cristãs, a única alternativa é fugir como deslocados internos para áreas menos turbulentas do país. Elas deixam casa, trabalho, igreja e pertences para trás para sobreviver. Todos esses fatos tornam a necessidade da igreja como representantes do amor, da graça e esperança em Cristo ainda mais necessário ao mesmo tempo que a sobrevivência da igreja é constantemente desafiada.
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