Violência contra cristãos cresce na África

A África pode ser descrita como um continente com florestas majestosas que também abriga as conhecidas pirâmides de Gizé e algumas das sociedades mais antigas do mundo. Além da gama de músicas, costumes e línguas, a região também é conhecida pela perseguição violenta aos cristãos.  

Cinco dos dez países mais perigosos para os cristãos, elencados na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2023, estão na África. Eles são: Somália, Eritreia, Líbia, Nigéria, e Sudão. A característica mais acentuada na perseguição nessa região é a violência e em todas essas nações, exceto a Eritreia, a opressão islâmica é o tipo principal de perseguição.  

Além da presença entre os dez primeiros países da LMP, 14 países da África fazem parte do Top50 da LMP e outros 13 estão na Lista de Países em Observação. Ou seja, entre os 76 países da Lista Mundial da Perseguição, 37 são países africanos.    

Ainda assim, as boas novas continuam gerando vida. Igrejas permanecem lutando pela sobrevivência e com a graça de Deus continuam testemunhando a presença de Cristo. Conheça um pouco da realidade de cada país a seguir.

 

Somália (2°) 

Jovem somali 

A Somália é uma nação de maioria muçulmana e determina que todos os que nascem na Somália são muçulmanos. Não há espaço para o cristianismo no país. O grupo extremista Al-Shabaab realiza diversos ataques a cristãos. Eles acreditam que ao lutar a jihad (guerra santa do islamismo), ou seja, ao matar cristãos, a honra da Somália é restaurada.  

Além da opressão islâmica e da violência, os cristãos são afetados pela grave crise humanitária que atinge a Somália há anos. Fome, desemprego e conflitos violentos tornam a caminhada com Cristo ainda mais desafiadora para os somalis. O governo ainda não está consolidado e os grupos jihadistas aproveitam a fragilidade sociopolítica para tomar o controle de algumas regiões e saírem impunes dos ataques. 

Eritreia (4°) 
 

Igreja Ortodoxa na Eritreia 

A Eritreia é um dos lugares mais difíceis do mundo para seguir a Jesus. A perseguição do Estado é o maior desafio para os cristãos no país. Igrejas foram fechadas há 20 anos. Apenas três denominações cristãs possuem registro oficial: ortodoxa, católica e luterana. Elas têm autorização para funcionar, mas são constantemente monitoradas pelo governo autoritário.  

Aqueles que realizam cultos ou praticam a fé cristã de outra forma que não seja associada a essas denominações são presos arbitrariamente. Em muitos casos, espera-se que os cristãos neguem a fé em Jesus para serem libertos. Acredita-se que existam cerca de mil cristãos detidos em prisões eritreias, não acusados oficialmente.  

Alguns líderes de igrejas “não oficiais” estiveram presos em condições terríveis por mais de uma década, incluindo confinamento solitário em celas minúsculas. O conflito no Tigré é outro fator limitante para os cristãos que são recrutados para a luta violenta. Em 2023, a violência contra cristãos aumentou levemente no país.  

Líbia (5°) 

 

Mulheres caminhando na Líbia 

Sem um governo central para manter a lei e a ordem, grupos militantes extremistas islâmicos e grupos do crime organizado exercem o poder na Líbia. Eles fazem cristãos de alvo e os sequestram, alguns chegam a ser mortos.  

Os líbios que deixam o islã para seguir a Jesus também são vítimas de intensa perseguição, buscando fazê-los voltarem ao islamismo. A pressão pode vir tanto da família quanto da sociedade que entende que todos os meios, até mesmo a morte, devem ser usados para que o cristão de origem muçulmana renuncie à fé em Jesus. 

Os cristãos de outros países que vivem como refugiados na Líbia também enfrentam assédios e ameaças de grupos extremistas islâmicos. Embora o país esteja estabilizado até certo ponto e tenha menos conflito que no ano anterior, a vulnerabilidade geral dos cristãos permanece extremamente alta.  

Nigéria (6°) 

Jovem nigeriana 

A Nigéria atingiu a maior posição do país na LMP 2023. A nação é palco de disputas entre grupos extremistas islâmicos como o Boko Haram, extremistas fulanis e o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês). Os ataques violentos dos jihadistas são responsáveis pela destruição de igrejas, traumas, violência sexual e sequestros, além das inúmeras mortes.  

A Nigéria por si só é o país mais violento contra os seguidores de Jesus, com 89% das mortes de cristãos registradas pela LMP 2023. Os ataques violentos predominam no Norte do país, pois os estados dessa região aplicam a sharia (conjunto de leis islâmicas). O governo não consegue controlar todo o território nigeriano, por isso a opressão islâmica continua minando a comunidade cristã na Nigéria.  

Sudão (10°) 

Mulheres carregando água no Sudão 

O Sudão está em um período de transição no governo. Algumas mudanças promoveram os direitos humanos básicos inicialmente, mas, recentemente, grupos autoritários almejam o poder e ameaçam essas conquistas. Um dos receios é de que, embora a pena de morte por deixar o islamismo tenha sido abolida, essa punição seja restabelecida.  

Cristãos ainda estão vulneráveis a perseguição extrema por parte da comunidade e da própria família, principalmente se tiverem se convertido do islamismo. Cristãos de origem muçulmana podem enfrentar agressão sexual e violência doméstica, bem como estar vulneráveis a prisão e violência.  

O governo não disponibiliza proteção real para cristãos e outras minorias religiosas no Sudão. Desde o golpe militar, quatro igrejas foram forçadas a fechar e, mesmo com a mudança no status oficial, igrejas e terras confiscadas ainda não foram devolvidas para os donos cristãos. Tentar construir novas igrejas ainda é extremamente difícil.  

Ajude a Igreja Perseguida em oração 

No dia 4 de junho, igrejas de todas as regiões do Brasil se reunirão em oração no Domingo da Igreja Perseguida (DIP). Inscreva-se e apoie nossos irmãos perseguidos nos Países Mais Perigosos para os Cristãos.