A igreja em fuga

Conheça as principais causas do deslocamento de cristãos por regiões

Portas Abertas • 20 jun 2022


Mulheres refugiadas em encontro de vítimas da violência do Boko Haram

Mulheres refugiadas em encontro de vítimas da violência do Boko Haram

Como você pode conferir no artigo sobre o que leva os cristãos a fugirem, em casos onde a perseguição religiosa é determinante para a fuga dos cristãos, existem quatro principais agentes que resultam no deslocamento. Confira quais os principais países que geram o deslocamento de cristãos, os agentes responsáveis por isso e por que isso ocorre.


África Subsaariana


Portas Abertas entrega ajuda emergencial no Norte de Camarões a refugiados que foram deslocados devido à violência do Boko Haram


Principais países:
 Camarões, República Democrática do Congo, Eritreia e Nigéria


Top 3 agentes do deslocamento

  1. Grupos religiosos violentos (13 de 22 países monitorados pela Portas Abertas)
  2. Pressão familiar (9 de 22 países monitorados pela Portas Abertas)
  3. Pressão do Estado (7 de 22 países monitorados pela Portas Abertas)


A Nigéria produz os números mais altos de deslocados internos e refugiados na região, enfrentando níveis extremamente altos de violência. Diversos grupos extremistas fazem dos cristãos seu alvo, resultando em milhares de deslocados internos e refugiados em países vizinhos nos últimos anos.

Grupos religiosos violentos, principalmente extremistas islâmicos, criam um ambiente altamente inseguro e perigoso para os cristãos. Entre os grupos estão Al-Shabaab, Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) e outros jihadistas locais.


Nigéria, Mali, Níger e Burkina Faso são uma prova do poder e alcance de grupos terroristas islâmicos. Os cristãos são alvo não apenas de ataques físicos e sexuais, mas também têm suas propriedades, rebanhos e terras visados pelos grupos religiosos violentos. Isso significa que os cristãos são obrigados não apenas a fugir por causa do risco, mas também pela destruição de suas casas e meios de subsistência.


Oriente Médio e Norte da África

Tereze nasceu em um campo de refugiados após os pais, Thomas e Nariman, fugirem dos ataques do Estado Islâmico na Síria


Principais países:
Irã e Síria


Top 3 agentes do deslocamento

  1. Pressão da comunidade (10 de 14 países monitorados pela Portas Abertas)
  2. Pressão da família (9 de 14 países monitorados pela Portas Abertas)
  3. Pressão do Estado (6 de 14 países monitorados pela Portas Abertas)


Cristãos que deixam países do Oriente Médio e Norte da África geralmente por razões relacionadas à fé são, na maioria das vezes, convertidos de contexto muçulmano. Nesse caso, comunidade e família representam as maiores ameaças.


Nessas comunidades, valores familiares fazem com que a conversão de um membro da maioria religiosa tenha um efeito ainda mais amplo, influenciando em questões como honra e vergonha da família. Assim, as reações relacionadas a convertidos podem ser duras. Há relatos de famílias no Irã e Iraque que ameaçam cristãos de origem muçulmana mesmo após eles deixarem o país de origem.


Cristãos que fogem como resultado de ações do Estado podem ser uma resposta direta a prisões, interrogatórios e detenção. A pressão indireta do Estado, seja por meio do medo ou da vigilância, também pode levar cristãos a fugirem.


Ásia

Amod (pseusdônimo), um cristão de origem muçulmana que fugiu de Mianmar, mostra versos sobre Jesus no Alcorão


Principais países:
 Afeganistão, Mianmar e Paquistão


Top 3 agentes do deslocamento

  1. Pressão familiar (12 de 15 países monitorados pela Portas Abertas)
  2. Pressão da comunidade (9 de15 países monitorados pela Portas Abertas)
  3. Pressão do Estado (8 de 15 países monitorados pela Portas Abertas)


Por toda a Ásia, as principais fontes de pressão que levam cristãos a deixarem suas casas são: família e comunidade local, com a pressão mais alta sendo em cristãos de origem não cristã. Tal pressão é particularmente visível no Paquistão, onde minorias religiosas vivem sob a sombra das leis de apostasia e blasfêmia. A conversão ao cristianismo é inaceitável e uma ameaça à honra da unidade familiar.


Para evitar a ameaça de agressões, casamento forçado e mortes de honra, muitos convertidos são obrigados a fugir ou viver em lugares onde não sejam reconhecidos. Jovens garotas são visadas com o propósito de conversão forçada e casamento, o que tem levado muitas famílias a esconderem a fé. Isso acontece já que a comunidade aceita tais práticas e o Estado parece não agir.


A instabilidade política e o aumento de grupos extremistas religiosos alimenta o deslocamento na região, sendo o mais notável em Mianmar. Os grupos trabalham em conjunto com os três principais agentes do deslocamento de cristãos dentro e fora das fronteiras, o que resulta em números maiores do que em qualquer outro país da região.


América Latina

Refugiados indígenas recebem treinamento da Portas Abertas em uma casa-segura na Colômbia


Principais países:
 Colômbia e México


Top 3 agentes do deslocamento

  1. Grupos de crime organizado (5 de 7 países monitorados pela Portas Abertas)
  2. Pressões do Estado (5 de 7 países monitorados pela Portas Abertas)
  3. Grupos paramilitares e revolucionários (3 de 7 países monitorados pela Portas Abertas)


Cristãos na América Latina são principalmente afetados pela insegurança e criminalidade. Jovens rapazes escolhem fugir da região com medo de serem recrutados por gangues ou envolvidos em ciclos de violência. Já para mulheres e meninas o risco é serem tratadas como objetos de violência sexual.


Enquanto todos os membros da comunidade são afetados pela presença de gangues e atividades criminosas, cristãos eloquentes são alvo, principalmente pastores, caso suas motivações de fé os levem a falar contra a autoridade das gangues locais ou realizar evangelismo entre membros de gangues. Eles são alertados a fugir do país ou da região com a família, muitas vezes sob ameaça de morte.


Cristãos também fogem devido à constante ameaça de extorsão. Por exemplo, criminosos se aproximam de pastores se oferecendo para consertar as igrejas ou casas, mas muitos pastores recusam, sabendo que a oferta é apenas uma fachada para lavagem de dinheiro. Por recusarem, acabam se tornando alvos.


Socorro em situações emergenciais

Os parceiros de linha de frente da Portas Abertas permitem que a igreja continue sendo uma testemunha fiel apesar dos riscos. Nossa visão é que nenhum cristão deve enfrentar a perseguição sozinho. Para que isso aconteça, suas orações e apoio a longo prazo são essenciais. Eles também contam com você nas necessidades mais urgentes. Junte-se a nós no apoio à Igreja Perseguida!


Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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